Estou lendo o livro Beaufiful People – Saint Laurent, Lagerfeld : splendeurs et misères de la mode.
Mais do que um livro contando a vida e anedotas de personagens, a autora Alicia Drake traça o retrato de uma parte da sociedade francesa de 1954 até 1989. Quem é Alicia Drake? Jornalista tendo colaborado com Vogue britânica, International Herald Tribune e W Magazine. E escritora com longa experiência e conhecimento de Paris. Na descrição da vida dos principais protagonistas e suas cortes formadas por descendentes de nobres franceses, artistas internacionais, designers e milionários, Alicia coloca em cena as grandes transformações sociais e econômicas dos anos 1960 e mostra como a moda era fonte de inspiração para o design, para as artes e a arquitetura.
E livro é excelente e por isso aguardava com impaciência o filme Yves Saint Laurent de Jalil Lespert para continuar mergulhada na mesma época. O filme traça a vida de Saint Laurent, homem de uma força creativa extraordinária lutando contra forças destrutivas mais do que extraordinárias.
Os dois grandes atores deste filme, Pierre Niney, que representa Saint Laurent, e Guillaume Gallienne, que vive o papel de Pierre Bergé companheiro de Saint Laurent e diretor da Maison Saint Laurent, são dois grandes atores do teatro francês contemporâneo.
A crítica varia do entusiasmo à decepção, mas todos reconhecem que Pierre Niney e Gallienne estão magistrais nos respectivos papeis. Gallienne mostra Bergé lidando com o carater autodestrutor de Saint Laurent, entre droga e álcool, provocações e crises de raiva. E Pierre Niney não representa o grande costureiro, ele é Yves Saint Laurent, sua fragilidade, sua obstinação e seus demônios. Além da semelhança física, Niney possui uma trajetória similar. Aos 21 anos Niney se tornou o mais jovem ator da Comédie Française, enquanto Saint Laurent na mesma idade se tornou diretor artístico de Dior. Aos 22 anos Niney foi nomeado para ganhar o prêmio César, enquanto que com a mesma idade Saint Laurent apresentou sua primeira coleção. Dois homens apressados.
O filme nos permite olhar pelo buraco da fechadura os endereços míticos do famoso casal: Bergé/Saint Laurent. O diretor obteve a autorização para filmar nas residências que pertenceram à esta dupla. Primeiro, o apartamento onde viveram juntos em Paris, no número 5 da avenue Marceau; segundo, o atelier do estilista e, por último, a casa de Marrakech onde Saint Laurent buscava inspiração para suas coleções.
Pierre Bergé proibiu ao diretor de fazer cópias dos vestidos criados por Saint Laurent. Em contrapartida, ele colocou à disposição de Jalil Lespert os originais, muitos deles com tecidos que não existem mais.
Tanto o livro de Alicia quanto o filme de Lespert são reconstituições de uma Paris que não existe mais.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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5 Comentários
Tattiana
Tenho a maior inveja da “galera” que foi jovem nos anos 60 e 70, uma geração que agora deve está nos seus setenta. Especialmente os que estavam na França, Inglaterra, Itália, Califórnia e Japão.
Essa geração do pós guerra viu de tudo: da pílula a mini saia, da Guerra Fria ao Sputinik, da contra cultura á maio de 68, de Fellini á Saint Laurent!
Acho difícil definir e impossível de imitar o que foi essa época.
Madá
A Fundação Pierre Bergé vale uma visita.
Herbert
Eu assisti ao filme na estréia e adorei. Não imaginava que Yvis Saint Laurent tinha uma vida tão cheia de altos e baixos. A interpretação de Pierry Niney está perfeita, assim como a de Guillaume Gallienne! São dois atores franceses fantásticos! A trilha sonora do longa está elegantérima, amei tbm! Fora que vc ainda pode ver vestidos importantes da coleção… Ja tinha visitado o atellier de Yvis em Paris (é aberto a visitação) e com o filme fiquei conhecendo ainda mais da vida deste frágil e grande homem . Se estiver em Paris e entender um pouco francês, vale a pena conferir 🙂
Lourdes Marques
Adoro essas histórias de grandes nomes de sucesso, principalmente da área da moda. Vou comprar o livro e assistir o filme. Valeu CP.
Bianca
Há poucos dias uma amiga que mora em Paris postou uma foto do bilhete do filme. Imaginei que logo o CP faria um post sobre o assunto. Fiquei muito curiosa em assistir, mas acho que não chegará em breve por aqui…