Você é curioso das coisas gastronômicas e gosta de experimentar receitas e pratos “diferentes”? Você quer conhecer a tradicional cozinha francesa? Então leia este artigo.
A cabeça de vitelo – tête de veau – é um tradicional prato da culinária francesa apreciado pelos verdadeiros gourmets. Trata-se da carne da cabeça do vitelo descolada, recheada com a língua e uma parte do cérebro, enrolada e amarrada. Em seguida a preparação é cozida com água e temperos. O segredo do prato é o seu molho que se chama gribiche: ovos cozidos, alcaxofras, pepinos em conserva e azeite.
Degusto uma vez por ano este famoso prato preparado por amigos franceses. A primeira vez que me deparei com a “coisa” entrei em pânico. Mas gostei da textura gelatinosa da carne da cabeça e do molho onde predomina o gosto avinagrado.
Em Paris, o estrelado chef Jean Pierre Vigato do bonito restaurante Apicius serve a tête de veau de uma maneira teatral para mesas de seis pessoas. Um grande espetáculo pois a cabeça chega inteira na mesa e é cortada diante dos clientes.
Como esta, existem várias outras receitas da France profonde que podemos degustar em Paris. Confesso que minha coragem encontrou seu limite na tête de veau. Não consegui degustar ainda os testículos de vitelo – rognons blancs – e os mamilos da vaca – tétines de vache. Dizem que os mamilos são servidas crocantes e acompanhadas por salada. O restaurante Ribouldingue, citado por vários bons guias, é o especialista destes dois pratos literalmente “fora de série”.
Não ultrapassei também a barreira da carne de cavalo, temeridade que nosso colaborador Rodrigo Lavalle já relatou aqui no Conexão Paris. Leia seu artigo aqui.
Diante das especialidades acima os caramujos se tornam banais. Eu aprecio bastante tanto os caramujos do mar – bulot – quanto os da terra – escargots. Os do mar, degusto sem nada, purinho. Os escargots pedem um molho com personalidade forte, normalmente com muito alho. Como seu nome indica, você prova estes bichinhos no l’Escargot da rue Montorgueil.
Apicius: 20 rue d’Artois, 75008 Paris – tel.: +33 01 44 40 09 57. Clique aqui para reservar uma mesa no restaurante Apicius.
Ribouldingue: 10 rue Saint-Julien-le-Pauvre Paris, 75005 – tel.: +33 01 46 33 98 80.
L’Escargot: 38 rue Montorgueil, 75001 Paris – tel.: +33 01 42 36 83 51.
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37 Comentários
Denise
Boa noite a todos !
Amo Paris , a cidade fantastica , sua cultura , sua beleza arquitetonica , enfim , tudo me encanta, mas essa culinaria bizarra, de onde vem isso ? Desculpem – me pela minha ignorancia !
Ana Guimarães
Não como nada disso! Na última vez que aí estive, em novembro, experimentei joues de boeuf (bochecha) e de-tes-tei!
Lenna Ranghetti
Realmente, são pratos exóticos, pelo quais muita gente tem um pé atrás! Mas, aqui no Rio Grande do Sul, nas fazendas e estâncias, há o hábito de comer as gônodas de boi assadas em brasa! Um gosto semelhante ao “miolo”(cérebro) do boi, que comia na casa de minha avó paterna, quando era criança.Talvez, herança de nossa descendência espanhola… E, o cupim é a corcova do boi, sim!
Lina
Lenna
O cupim é delicioso. Péssimo para o colesteral, mas sublime.
Beth
Meu gosto pelo exótico da cozinha francesa vai até os scargots, rsrsr
Maurício Christovão
Esse relacionamento com os bichos não faz muito meu gênero. Comida para mim é comida. Não quero saber da árvore genealógica da bicharada…
Jane Curiosa(hoje plantonista no CP)
Antonio Soares:Nãaaaao!! O cupim é a corcova,não o mamilo. Ô vivente, não fostes amamentado quando bebê?
antonio soares
Lina: o mamilo não tem nada de exótico. É o nosso
querido cupim, muito usado em churrascarias.É uma carne deliciosa, mas muito gorda pois a gordura fica entranhada na carne, “marmorizada”
como se diz. Tempere um belo mamilo, envolva-o em papel alumínio e depois de 1:30 no forno a 180graus terá um grande prato.Simples assim.
Madá
Lina, sou mais aberta aos frutos do mar … Gosto de experimentar, mas confesso que preferia ficar sem saber dos detalhes desse prato. Do vitelo, eu só tinha ido até os “ris”, que só depois fui descobrir o que era … Já o escargot, provei jovem e virei fã, talvez influenciada por meu pai.
Jose Rodrigues
Mas nem morto, só a leitura já me deu nojo, imagino ver a preparação.
Tem muita coisa no mundo, não preciso destas “iguarias”.