Fernanda Hinke, idealizadora dos passeios de bike do Meia Noite em Paris, deixou sua bicicleta de lado para visitar o Museu do Louvre com a nossa guia-conferencista Zilda Figueiredo, mais conhecido como Zildinha. Abaixo, o relato de Fernanda.
Esta foi minha quarta visita ao Louvre. Mas acho que, na verdade, foi a primeira. Ao fazer o tour com a guia conferencista Zildinha, descobri a real dimensão do que é o acervo no museu e saí de lá apaixonada!
Entrar no museu do Louvre sem um guia ou (pelo menos) sem planejar quais obras você quer ver é algo assustador e exaustivo. O museu tem 60mil m2, 13km de galerias e possui um acervo de 36.000 obras. Com um tour guiado, a visita torna-se agradável, sem o stress de se perder dentro do gigante. De forma muito didática e com linguagem acessível, Zildinha nos mostra as principais obras-primas do museu, seguindo uma ordem cronológica.
Zildinha começa nos explicando que o Louvre foi construído no século 12 por Filipe Augusto para ser uma fortaleza. No século 14, foi transformado em Palácio Real por Carlos V, que nunca chegou a morar ali por causa do mau cheiro. Francisco I foi responsável pela construção do Louvre moderno e, devido as inúmeras guerras na Itália, conheceu e se apaixonou pelo estilo renascentista e o trouxe para a França. Mas até então, as obras eram de propriedade da família real. Somente em 1793, durante Revolução Francesa, o Louvre se transformou em museu, tendo seu acervo sido transferido para o Estado.
Em 1984, o então presidente François Mitterrand fez uma grande reforma no museu e lá colocou as pirâmides.
Durante a construção das pirâmides, foram encontradas as ruínas do castelo medieval. E é por ali que nosso tour teve início. Zildinha nos mostrou uma curiosidade: pequenos símbolos nas pedras (corações, luas e estrelas) eram a maneira que as famílias pedreiras tinham de contar quantas pedras tinham colocado (cortado, talhado) e receber seus pagamentos, afinal eram analfabetos. Um detalhe sutil, mas tão rico!
Em seguida, iniciamos a visita às obras, com foco em quatro épocas: Antiguidade grego-romana, Renascimento, Neoclassicismo e Romantismo.
Entre as antiguidades greco-romanas, descobrimos que no Louvre há apenas duas esculturas gregas: as famosas Vênus de Milo e Vitória de Samotrácia.
Todas as demais esculturas da Antiguidade são romanas. Zildinha nos explica então porque temos a escultura grega como referência mundial. Os gregos estavam em busca da beleza: o corpo perfeito, as proporções ideais, o movimento, a expressão, e toda a sensualidade humana eram retratados em mármore, marfim e bronze.
Antes de chegar ao Renascimento, apreciamos as obras Bizantinas, em que o céu era dourado e o menino Jesus apresentado com certo distanciamento de Maria. Depois comparamos com a primeira fase do Renascimento onde o céu é azul, e vemos o carinho materno de Maria com seu filho Jesus. A perspectiva e profundidade começam a ser exploradas, vemos uma das primeiras representações de paisagem.
Ja na segunda fase do Renascimento, apreciamos cuidadosamente as obras do grande gênio Leonardo Da Vinci. A guia nos conta a história do roubo da Monalisa que ficou 4 anos desaparecida no começo do século 20 (e teve Picasso como um dos suspeitos do furto). Nos conta ainda as verdades e mentiras sobre todas as especulações que fazem deste quadro uma das obras-primas mais famosas do mundo.
Em seguida, apreciamos a maior obra do Louvre, Bodas de Caná, que mede incríveis 6,8m de altura por 1om de largura! São tantos detalhes a serem descobertos!
Entrando no Neoclassicismo, fiquei encantada com segredos do quadro que representa a coroação de Napoleão, pintada por Jacques-Louis David o pintor oficial da corte francesa. Uma verdadeira aula sobre a importante figura do Imperador francês e fatos curiosíssimos sobre a sociedade da época.
As obras do Romantismo, no século 19, também foram deliciosas de se apreciar. Um movimento artístico dramático, que coloca a morte em primeiro plano e representa fatos atuais da época. Ou seja, uma espécie de arte-jornalismo. A Liberdade Guiando o Povo uma pintura de Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830 foi detalhada por Zildinha.
E para fechar o passeio visitamos os austeros apartamentos de Napoleao III. O mais curioso foi descobrir quem foi o empacotador dos vestidos da esposa de Napoleão III. Mas não vou contar quem foi! Essa deliciosa história merece um novo post, que publicaremos na próxima semana.
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59 Comentários
Pedro
Olá. A página de vocês tem sido muito útil para organizar minha viagem. Gostaria que vocês me informassem, se professores de qualquer país possuem entrada franca ou descontos nos museus de Paris, encontrei algumas informações em outros sites, mas não sei se é verídico; Obrigado!
Rodrigo Lavalle
Pedro, as regras do Louvre (que são meio que as regras gerais dos museus) dizem que professores de arte, história da arte e artes aplicadas tem entrada gratuita.
Abraços.
Maria Cristina
Olá Rodrigo,
Obrigada pela resposta; se puder me ajudar com mais essa dúvida, agradeço: há bilheteria na FNAC de Paris para compra do ingresso para o Louvre, sem a necessidade de comprar via internet (quando e emitido apenas o voucher)?
Grata.
Rodrigo Lavalle
Maria Cristina, sim, você pode comprar os ingressos direto nas lojas FNAC. Todas elas tem o espaço “billeterie”.
Abraços.
Maria Cristina
Olá, tenho uma dúvida: há alguma opção para compra online do bilhete para o Louvre (imprimir o bilhete em casa)? Pois não entendi direito, me pareceu, ao ler alguns relatos, que recebemos um voucher por email e posterior retirada, por exemplo, na Fnac (qual a vantagem nesse caso?).
Grata.
Rodrigo Lavalle
Maria Cristina, se você comprar o bilhete antecipado no site da FNAC terá que retirá-lo na loja aqui em Paris. A vantagem é não enfrentar a fila na bilheteria do Louvre que, dependendo do dia e do horário, pode ser bem longa.
Abraços.
Fatima
Adorei o tour com a Zilda no Louvre. Ela reuni simpatia e conhecimento sobre o que apresenta.
Super recomendo?
claudia pelet
Este blog é um achado! Vocês estão de parabéns!
Me ajudem: dia 11\10 volto a Paris pela segunda vez. Chegamos no sabado e ficaremos até terça pela manhã. Estamos pensando em ir ao Louvre e ao Pompidou no domingo. Vocês acham uma boa idéia ou este não seria o dia adequado para estas duas visitas? É primordial que se compre os ingressos com antecedência?
Um abraço!
Rodrigo Lavalle
Claudia, domingo geralmente os museus estão mais cheios. Não é primordial que se compre ingressos com antecedência mas você vai evitar as filas nas bilheterias. No seu caso que vai aos 2 museus no mesmo dia acho indicada a compra antecipada.
Abraços.
eliane
Tem algum tipo de carrinho para crianças no louvre? ou é permitido levar seu carrinho?
Mariana Berutto
Eliane, é permitido levar carrinho de bebê.
Gil
Ótimo texto da Fernanda. Como já fiz passeios com a Zildinha, posso assegurar que trata-se de uma profunda conhecedora da História da França e do acervo dos seus principais museus.
Abs
Gil
Aline Bergamini
Estarei em Paris de 7 a 11 de outubro gostaria de saber valores do tour guiado no louvre para 2 pessoas
Rodrigo Lavalle
Aline, escreva diretamente para a Zildinha no email [email protected].
Abraços.
Renata
Também gostaria de saber sobre o destino dos pertences da Imperatriz Eugênia. Obrigada.
antonuo
Tem que falar quanto custa, ou vc acha que nós incluimos serviços em nossa viagem sem pesquisar o preço antes?
Mariana Berutto
Antonuo, no final do texto, tem um link para a página com todas as informações sobre valores, forma de pagamento etc. Se preferir, clique aqui.
Rodrigo Lavalle
Antonuo, no final do artigo você encontra links para a página onde estão preços e formas de pagamento.
Abraços.