Por Renata Poletto
Sou estudante de Artes Plásticas no Brasil e estou em intercâmbio internacional entre universidades federais. Aqui em Paris faço mestrado em História da Arte.
Como amante das artes em geral, e para melhor aproveitar os pontos turísticos e meu tempo, decidi fazer os passeios guiados com a guia conferencista Zildinha que conhece Paris como ninguém. Esta é a melhor forma de descobrir e conhecer os lugares que nos interessam.
Um dos passeios foi em Montmarte, ou Monte dos Martírios, que recebeu esse nome devido ao martírio de Saint Denis. O tour tem ponto de partida diante do metro Abbesses com sua decoração estilo orgânico da Art Nouveau.
Montmartre é um dos bairros mais altos de Paris com uma belíssima vista panorâmica da cidade e possui inúmeras histórias e segredos. Com estilo de vida boêmio, muitos artistas e escritores aí viveram.
Hoje, a colina de Montmartre faz parte de Paris e se localiza no 18º arrondissement da cidade. Mas nem sempre foi assim, como conta Zildinha.
Antes de 1860, a colina era um vilarejo onde moravam trabalhadores, operários e artistas. Todos sofriam com a pobreza, com as dificuldades de saneamento, com o calor e o frio que abatiam a colina.
Conhecemos o ateliê Le Bateau Lavoir, onde viveu Pablo Picasso. O artista chegou ainda jovem e foi neste ateliê que desenvolveu sua fase rosa e mais tarde criou seu famoso estilo cubista.
Descobri ainda que os antigos ateliês funcionam e que recebem jovens artistas do mundo todo. Até hoje a colina ainda mantém seu clima boêmio e artístico. É simplesmente incrível o ambiente criativo que exala em Montmartre.
Quando chegamos na Place du Tertre, rodeada por galerias e bares entupidos de gente, sentimos uma sensação de alegria. O ambiente é leve e colorido com suas pinturas, desenhos, caricaturas, esculturas, grafites e stencil nas paredes.
Sem contar a beleza dos tradicionais affiches que na época promoviam os cabarés e os teatros do bairro.
Passamos pelo Lapin Agile que foi o mais antigo cabaré de Montmartre. Aberto em 1869, ele era ponto de encontro de artistas e críticos. Hoje ele é um pitoresco restaurante.
Conheci a vinha de Montmartre, sim, Montmartre ainda produz vinhos. A produção é pequena e os valores altos. Na realidade, o vinho de Montmartre não é tão bom quanto parece devido ao tipo de uva. Toda a renda arrecadada é doada para obras sociais.
Os famosos moinhos da colina montmartreana são belos mas apenas um, o Moulin de la Galette, nos recorda os moinhos da época. Somente este possui uma estrutura próxima do original, revela a guia. Na segunda metade do século 18, o Moulin de la Galette se tornou uma Ganguete, bares populares, e foi imortalizado por Renoir na famosa tela “O Baile no Moulin de la Galette”.
Pude conhecer melhor o famosíssimo cabaré Moulin Rouge construído para uma das exposições universais de Paris, como a Torre Eiffel. Hoje, ele realiza espetáculos com grandes produções e funciona como um teatro de revista.
Descendo a rua Lepic encontramos o café Les 2 Moulins onde foram gravadas cenas do filme “O fabuloso destino de Amelie Poulain”, passamos também pela casa onde viveu Van Gogh com seu irmão Théo, pela Maison Rose e pela praça Dalida.
Descobrimos ainda outros segredos e para finalizar chegamos na Basílica de Sacré Coeur. A Basílica do Sagrado Coração de Jesus foi construída como pagamento de promessa caso Paris saísse ilesa de uma importante revolta social. Para selar a paz na cidade, a partir deste momento a cidade foi colocada sob a proteção de Jesus.
A basílica é um templo da igreja católica romana e tem inspiração arquitetônica românica e bizantina. Ela foi construída com um mármore que dispersa cálcio e apesar da chuva e da poluição mantem-se branca. Sua construção durou de 1875 até 1914. Seu pórtico possui três arcos com estátuas de Jesus, Joana D’Arc e do Rei São Luis IX. O interior da basílica é indescritível e é uma experiência que não podemos perder.
Zildinha e sua equipe propõem passeios a pé pelos bairros de Paris, incluindo Montmartre e visitas guiadas dos museus e de Versailles. Para reservar os passeios ou saber mais informações, entre em contato com a Zildinha no email [email protected]
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14 Comentários
MYRNA SOUZA
como fazer contato estando em Paris ?
Rodrigo Lavalle
Myrna, entre em contato através do email [email protected].
Abraços.
Marisa Mena
LindoDemais! Voltarei lá em setembro.
Abraços. Marisa
Edgardo Pérez Jara
J’aime Montmartre. Eu quero viver lá.
Edgardo Pérez Jara
J’aime Montmartre. Eu quero viver lá!
jorge fortunato
Uma visita guiada tem o seu valor. Já fiz um passeio assim em Montmartre e a visita tem outro sabor. Ótima escolha!
Rhanna Maranhão
Em 2012 estive em Verssailles, me informei sobre tudo antes e achei que a visita tinha sido incrível! Achei… pois em abril deste ano refiz a visita guiada por Zildinha! A diferença foi enorme! A história, as histórias, os costumes, as artes, enfim, tudo apresentado com conhecimento e empolgação de quem faz o que ama! ADOREI! Recomendo demais!!!! 🙂
Cristiane Pereira
Também recomendo vivamente os passeios com Zildinha. Este ano fui com ela ao Louvre pela 2ª vez, em maio, acompanhando meus sobrinhos de 11 e 18 anos, que faziam seu début em Paris. Foi uma delícia vê-los descobrir os encantos e a riqueza do Louvre. Eu e minha mãe já tínhamos feito o Louvre com Zilda em novembro de 2013, por isso repeti o programa com meus sobrinhos – sabia que seria ótimo! E fizemos também Versalhes e Montmartre, só que, por ser novembro, estava um frio de trincar os ossos, as ruas estavam desertas e o céu estava cinza – nem por isso foi menos interessante e proveitoso. Mas vendo essas fotos ensolaradas, me deu vontade de fazer tudo de novo, num lindo dia de sol!
Luzinete
Gostaria de receber os post da Conexão Paris.
Rodrigo Lavalle
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Abraços.
Ricardo
… e ainda tem o comércio e a igreja da Rue des Abesses, o Marché St-Pierre, a Villa Leandre, várias praças bacanas, caves, o Museu Dali, o comércio de tecidos, a escadaria onde filmaram Ronin (Jean Reno e De Niro)… é um bairro impressionante.
Helena
Muito legal este post! Uma descrição diferente de Montmartre. Fiquei curiosa e esperando novos passeios que você fez com a Zildinha.
Só uma curiosidade: lá na foto em que ela está com os affiches antigos, no canto inferior esquerdo está uma obra que eu adoro, “Moça na janela”, de quem? Do Dali… quase inacreditável aquela tela ser do Dali.