POST ATUALIZADO EM SETEMBRO 2017
Por Michelle Hatwell
Et voilà, ça y est! Estamos no fim do verão, no fim das férias, na volta às aulas, volta ao trabalho e, para alguns, retorno às preocupações. Setembro e outubro não representam, então, mais que tristeza e resignação para os franceses? Não, graças a Deus! É também a época das vendanges, da colheita das uvas e, agora, dos também célebres “festivais de vinhos”. Muitos brasileiros devem ignorar o fato de que a maioria dos franceses compram seus vinhos em grandes supermercados e que, contrariamente às ideias preconcebidas, esse é um excelente modo de fazer boas compras. A rede de supermercados Leclerc foi a primeira a ter a ideia – e a audácia – de lançar um grande festival de vinhos na época das vendanges e de oferecer aos clientes um grande leque de vinhos de qualidade, indo dos vinhos bem baratos aos grands crus de prestígio. Isso foi em 1973. Depois disso, a oferta não parou de crescer e se estendeu a todas as grandes redes de supermercados.
Apesar do sucesso, numerosos viticultores são, ainda hoje, ferozmente contra a venda de seus néctares nos supermercados. Para eles, o vinho é também – e antes de tudo – uma troca entre o produtor e o apreciador, o que torna a venda no supermercado uma atividade por demais impessoal. Esses preferem privilegiar seus clientes fiéis e as pequenas lojas locais. Eles também temem – e com razão – que seus vinhos sejam mal conservados: estocados de pé, em plena luz e a temperaturas elevadas demais.
Mesmo assim, nada menos que 2/3 das vendas de vinhos na França acontecem em supermercados. Fica difícil para os produtores ignorar um mercado que se tornou incontornável e, graças às suas exigências, a oferta de vinhos em grandes redes melhorou consideravelmente nos últimos anos. Agora, não é raro ver os supermercados organizarem degustações, geralmente no primeiro fim de semana dos festivais, quando especialistas estão presentes para orientar os consumidores em suas escolhas. Quanto às condições de conservação, a questão se apequena durante esse período, já que os franceses se precipitam nos primeiros dias e literalmente esvaziam as gôndolas.
Então, se você estiver na França nesse momento, faça como (quase) todos os franceses e aproveite para comprar alguns vinhos. E se você tem um pouco mais de tempo, faça como eu: vá também ao encontro dos produtores em seus próprios domínios, pois eles têm razão em pensar que nada substitui o relacionamento humano – seja em torno do vinho ou de outras boas coisas. Lembro que os brasileiros têm direito a levar 12 litros de vinho para casa (ou seja, 16 garrafas) por pessoa – dentro do limite de 500 dólares – sem precisar declarar na alfândega.
E, pra finalizar, recomendo os festivais dos supermercados Leclerc e Monoprix.
Veja as datas de cada estabelecimento:
- E. Leclerc: de 3 a 15 de outubro 2017
- Monoprix: de 13 de setembro a 1° de outubro 2017
- Nicolas: de 13 de setembro a 17 de outubro 2017
- Casino: de 11 a 24 de setembro 2017
- Leader Price: de 5 a 17 de setembro 2017
- Carrefour: de 12 a 25 de setembro 2017
- Carrefour Market: de 22 de setembro a 8 de outubro 2017
- Auchan: de 26 de setembro a 10 de outubro 2017
- Franprix: de 6 a 17 de setembro 2017
- System U: de 26 de setembro a 7 de outubro 2017
- Naturalia (vinhos orgânicos): de 13 de setembro a 1° de outubro 2017
- Lafayette Gourmet: de de 8 setembro a 1° de outubro 2017
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53 Comentários
Leandro Calçavara
Prezados Lilianne e Herbert, somente agora vi os comentários de voCês e agredeço as dicas sobre bebida em local público. Vou seguir as dicas e não arriscar tanto assim rsrsrs
Marcilene Coelho
Caras Lina e Mariana,
Obrigada pelo gentil retorno. Reconheço a competência técnica da atual equipe e, sem dúvida, o valor do conhecimento partilhado conosco por todos. Mas, desculpe a nostalgia, acho que um blog tem alma própria, uma quintessência, um não-sei-quê que sintoniza e aproxima pessoas…
Um forte abraço,
Marcilene
Marcelo
Quando fui para a Europa, inclusive Paris, eu e minha esposa trouxemos 11 garrafas em cada mala, os preços aí são incomparáveis
Maria das Graças
Marcilene, um blog para mim é muito mais que os posts. Aliás considero os posts um pontapé para o melhor que virá. Os comentários dos leitores. Sem eles um blog, no meu modesto modo de ver, perde o elã. Cai no vazio. E os comentários do Conexão são uma riqueza em informação de quem viajou, experimentou, gostou e tem algo para contar em complemento ao post e aos comentários ou uma novidade que ajudará a outro leitor.
Acompanho o Conexão desde o início (maio de 2007). Quando tenho algo relevante comento. Quando não tenho leio post e comentários e anoto o que interessa.
Eymarf
Lina e Mariana: perfeito! O blog evoluiu sob o olhar e comando de vocês. Atinge um publico muito mais amplo e variado. Sou testemunha do empenho e dedicação pessoal da Lina e do arrojo da Mariana. Parceiros escolhidos a dedo. A partir também das escolhas pessoais. Tudo isso faz a diferença e nos deixa cada dia mais bem informados para curtir, cada um ao seu modo, a sua Paris. Como sempre Dodô resume em poucas palavras um universo de idéias. Bravo! Excelente também o texto da Michelle. Um grande vinho não é para todo dia. Um pais que produz e consome vinhos como a França pode se dar ao luxo de vender, em supermercado, vinho honesto, com preço honesto, para tomar com uma baguete, um bom queijo e um bom prosciutto. De outro lado, por ex, ninguem ha tomar um grand cru com ostra. Será um desperdício com péssima harmonização.
evandro barreto (dodô)
Toda informação é um bem, cujo valor é a utilidade ou prazer para que recebe e cujo custo é o tempo e o esforço de quem emite. Todo bem implica formas diversas de troca. Na era da comunicação, sites e blogs partilham informações com conhecidos e desconhecidos sem cobrar do informado, ao contrário do que acontece, de forma direta, com os livros, jornais, revistas e TV paga, e de forma indireta, pela mídia eletrônica aberta, bancada pela exposição das mensagens publicitárias que viabilizam economicamente as emissoras. As novas formas de comunicação, que passaram a concorrer com os meios tradicionais, vem causando perdas substanciais de receita aos meios impressos, levando-os a cobrar pelo acesso às suas edições via internet. Ou seja: onde há produção, há custo para alguém, Se o produto me interessa e eu quero continuar a recebê-lo, ou pago diretamente, ou alguém paga por mim. Se acho que isso não me convém, interrompo o consumo. Simples assim.
jorge fortunato
Eu compro vinhos nos mercados, bons preços e encontro bons rótulos. Nicolas também é uma ótima opção. E sempre bebi vinho em parques, fazendo picnic. Mas já vi um grupo de turistas com garrafa na mão e passeando bebendo vinho, isso acho ridículo.
maria marina
Olá,Marcilene.Não conhecia o blog anteriormente,mas posso lhe garantir que ele foi muito util na minha viagem para Paris,tanto de hotel como passeios,além de responder as minhas dúvidas,quando solicitadas.Mas tudo é uma questão de ponto de vista.Como cheguei hoje de viagem,posso dizer que as dicas são bem atuais.Abraços,Maria Marina
Lenna Ranghetti
Acho pratico comprar vinhos em supermercados. Gosto muito , também, da Grande Épicerie, onde tem bons rótulos. Na minha última viagem à Paris ainda estive lá.
Marcilene
Lina, que pena, o blog não tem mais o mesmo “savoir faire”. Preferia do jeito anterior, mas como diz o ditado, o que é bom dura pouco…
Obrigada por ter partilhado sua visão de Paris por tanto tempo. Sempre achei muito poética, as vezes divertida também e aprendí a amar um pouco mais a cidade, através das suas experiências. Hoje o blog parece anúncio de serviços.
Abraços,
Marcilene
Lina
Marcilene
Estou de férias, mas vim até aqui te responder. O blog mudou, sem dúvida. Nos primeiros anos do Conexão Paris eu era a única pessoa a bordo. Hoje formamos uma equipe. Esta mudança foi motivada pela demanda.
No início eu não tinha informações sobre as necessidades reais dos nossos leitores. Tratava o blog como se fosse meu diário. Hoje nós procuramos dar informações objetivas que ajudem todos na organização da viagem.
Hoje temos parceria com pessoas cultas e que moram há anos em Paris. Elas possuem informações que são preciosas, publicadas em forma de posts no Conexão Paris. De acordo com a deontologia nós não assinamos estes posts. Eles são assinados pelos autores com informações sobre serviços prestados.
Mas nunca deixei de publicar minhas opiniões pessoais sobre tudo que envolve Paris e seus habitantes. Estes posts que te agradavam existem ainda…porque, para mim também, são os meus preferidos.
Mariana Berutto
Marcilene,
o Conexão Paris foi e continua sendo um blog autoral. Convidamos pessoas que conhecemos pessoalmente, que admiramos, e que possuem um conhecimento específico sobre Paris que nós, Lina e Mariana, não possuímos. O Rodrigo sabe tudo sobre moda; a Fernanda é biker desde sempre e uma das pessoas que mais conhece sobre arte urbana em Paris; a Karen é chef, formada pela Ferrandi, uma das mais conceituadas escolas de gastronomia de Paris, com passagem por restaurantes como o Ze Kitchen Galerie; a Michele é parisiense, nascida e criada aqui, e conhece Paris e a cultura parisiense como ninguém.
Abrimos espaço para essas pessoas escreverem no blog sobre assuntos que elas dominam. E, junto com elas, eu e a Lina desenhamos serviços que esses parceiros podem oferecer a nossos leitores, em função das demandas que recebemos. Repare que não indicamos empresas, e sim pessoas da nossa confiança.
Além disso, temos uma parceria comercial com a Air France, da qual sentimos muito orgulho. Além de anunciar no blog, fazemos posts em parceria com a Air France – todos eles posts informativos com conteúdo selecionados por nós a partir do que sabemos ser do interesse dos nossos leitores. No passado, escrevemos sobre informações úteis relacionadas a viagem e aeroportos. Agora, estamos escrevendo sobra a Corsega (informações inéditas, que você não vai encontrar em nenhum outros local, nem em lingua francesa).EM seguida, falaremos do Luberon.
Somos transparentes nas nossas relações com empresas e pessoas parceiras.
O Conexão Paris cresceu sim, mas continua tendo a alma da Lina, que trabalha 10 horas por dia, incluindo fim de semana. Talvez não sejamos mais um grupo ultra exclusivo como era antes. Agora, temos 240 mil visitas por mês. E temos a preocupação em responder a todos e atender a todos.
Me desculpe a longa resposta, mas achei importante esclarecer para você e para todos os leitores a forma como trabalhamos. O Conexão Paris não é e nunca será um “anúncio de serviços”.