Os Estados Unidos, aos poucos, proibem a importação dos queijos franceses. O roquefort, o brie de Meaux, o camembert da Normandia já estão proibidos e agora chegou a vez da mimolette. O parecer foi publicado nos seguintes termos: composto de uma substância asquerosa, podre ou decomposta, esta comida inadaptada não é mais bem vinda e não será mais aceita pela a alfândega.
Escócia, Austrália, Canadá e 22 estados americanos proibem o leite cru e seus derivados (queijos). Estes produtos são mal vistos por causa do risco bacteriano.
Alemanha, Áustria, Reino Unido, Itália, Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Luxembourg, Holanda, Polonha, República Tcheca, Suécia proibem a alimentação forçada dos animais, proibindo assim o foie gras e a sua importação.
Até quando a França vai resistir à padronização das normas de higiene, padronização da relação homem e animal? Até quando ela poderá manter sua gastronomia e suas receitas ancestrais?
Defendo aqui os deliciosos queijos franceses fabricados amorosamente por pequenos produtores à partir de leite cru. Nada a ver com os queijos industriais que podemos comprar nos supermercados franceses e em lojas de produtos importados mundo afora.
Quanto ao foie gras, uma experiência mudou a minha visão do problema. Passei alguns dias na casa de campo de amigos e cheguei, por acaso, no fim de semana em que eles deveriam iniciar uma nova experiência, a gavage de alguns patos. Grandes gourmets, por curiosidade decidiram fabricar o próprio foie gras. Foi assim que eles vivenciaram, e eu também, a violência da alimentação forçada. Em poucos dias abandonaram o projeto e também o consumo deste ( delicioso, isto não podemos negar ) produto.
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28 Comentários
Maria das Graças
Eymard, o que me encanta na França ainda é essa valorização do seu lugar, dos seus produtos, do seu jeito de fazer.
Fiquei feliz de ver que em Portugal, por absoluta falta de opção os jovens filhos, formados e sem emprego nas cidades, estão voltando ao campo para ajudar aos velhos pais a tocar o negócio da família. É a descoberta de um mundo novo e que pode ser um jeito de ganhar a vida sem ter que enfrentar o estresse da vida nas grandes cidades.
Maria das Graças
Quanto ao consumo de queijo reduzo a cada dia por absoluta falta de opção de queijos de qualidade aqui no Rio. Em todos os mercados as marcas vendidas são as mesmas. E a maioria são imitações, principalmente, de queijos franceses (tipo Brie, tipo Camembert, tipo Gongorzola e por ai vai). Queijos com muito sal e com preços salgados.
Maria das Graças
Carmen Agnes, eu adoro fígado. Mas contento-me plenamente com fígado de galinha em diversas preparações. Aqui no Rio é um produto de última categoria nos mercados da região onde moro e por isso o preço é uma bagatela. As vezes não é fácil de encontrar. E ainda tenho que lidar com os que o manipulam para que me sirvam inteiros, sem cortes. Não é fácil mas sou insistente.
Claudia
Os queijos artesanais são um dos tesouros da culinária da França, assim como foie gras.
Marcello Brito
tema difícil.
segundo amigos biologos, uma das mais cruéis mortes para consumo humano é a dos peixes, que morrem sufocados e com o sistema vascular estourado devido tb a diferença de pressão.
Enfim, é natural à evolução humana a revisão ética de praticas ancestrais mesmo que definidoras da cultura de um povo.
Carmen Agnes
Fiquei tocada ao saber que pelo menos 12 países já condenaram o fois gras. Antes mesmo de me tornar vegetariana, nunca provei essa “iguaria”.
Felizmente as pessoas estão reconhecendo a atrocidade à que são submetidos esses pobres animais, para satisfazer o paladar do ser humano.
Como disse a Maria das Graças, com tantas opções gastronômicas, o homem pode passar muito bem sem o criminoso fois gras.
eymard
O grande diferencial das pequenas comunidades em todo o mundo é o que só elas produzem. Como diz um grande sociólogo: quanto mais se globaliza o hamburguer, mais se localiza o vatapá! Ir para Paris para comprar na Abercrombie não tem nenhuma graça. Quanto ao fuá! Xiii, cade a Jane. Olha o Fuá ai de novo. Agora em versão revisionista (rs).
Nick
Sou totalmente a favor desse tipo de tradição. E em que outro lugar do mundo, senão a França, para podermos experimentar essas variações maravilhosas desses queijos.
Maria das Graças
Eu também defendo e valorizo os produtos produzidos amorosamente por pequenos produtores em qualquer lugar do mundo.
Tiram da terra o que ela tem de melhor de acordo com cada estação do ano. São oferecidos ao público em pequenas quantidades e por um período pequeno do ano. É parte da cultura do lugar.
Aqui temos o exemplo do delicioso queijo da Canastra que trava uma batalha para se manter como é.
Quanto ao foie gras já provei e adorei. Mas diante de tantas opções gastronômicas na França ele não voltará tão cedo ao meu prato.
César
E pensar que Louis Pasteur era francês, hahaha.
Quanto ao foie gras, está aí algo que nunca vou saber se é bom…