Este artigo foi escrito por LuciaC que lança seu desafio: onde ela degustou queijos e vinhos?
São bem mais de 4h da tarde. Impossível não entrar na Maison.
Ouço os apelos cor de rosa da loja do outro lado da rua, mas não vacilo. Caminho firme. Entro.
No térreo, os “secos & molhados”. O display é dramático.
Chama a atenção uma caixa vermelha quase quadrada com 20 marrons glacês envoltos, um a um, em papel prateado. Sei como um fato que costumam ser melhores que da loja cor de rosa vizinha.
Chás com misturas especiais, chocolates, mostardas, óleos, vinagres, temperos inusitados e ervas diversas.
Vinhos de todas as origens, frutas exóticas, caviar, pérolas de escargots.
Queijos, muitos queijos.
Os produtos da loja vem da Provence, perto de Nimes e guardam métodos ancestrais e segredos de confecção.
Além da França, a marca está presente em mais de 30 países estrangeiros.
O grupo tem loja até em Singapura, foi-me informado.
As cores vermelho e negro distinguem a Maison.
Qualidade e prestígio a definem.
Subo a escada que leva ao restaurante. O salão está quase vazio, entre as refeições. Quatro pessoas deixam a mesa onde o almoço foi servido.
Digo ao garçon: “c’est pour une personne, s’il vous plaît”*. Com um sorriso sou bem vinda. Escolho a mesa perto da janela e comando uma seleção de queijos no cardápio. Peço vinho branco seco ao invés de tinto e ouço um: “bien sur”.
Para a harmonia do prato, um número impar de bocados de queijo. Na escolha, brinque com as formas, as cores e os sabores.
Espaço suficiente entre as fatias para que a faca passeie sem esbarrar. Decore com folhas, uvas e ervas. Inspire e reconheça na mistura os diferentes aromas. Voilá.
Pela janela entrevejo um templo clássico de estrutura obesa e colunas jônicas. Destinado a ser mais um monumento à gloria do exército napoleônico, mas com a derrota na Rússia foi interrompida a construção.
Mais tarde retomada, guadou seu modelo original e transformou-se em igreja de culto católico. Local preferido para abençoar casamentos BCBG** importantes.
Peço, “l’addtion s’il vous plaît”***.
Com agradecimentos à serveuse, paguei 21 euros.
Em Paris, onde mesmo que eu estive?
* “lugar para uma pessoa, por favor”.
** BCBG é uma expressão usada para as pessoas que pertencem à elite tradicional.
***” a conta, por favor”.
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67 Comentários
Helena Bäuerlein
Madá,
Também adoro mâches(feldsalat). Pena que não encontremos por aqui.
Eu já plantei e obtive sucesso( numa época em que eu era só mãe, esposa e dona de casa, sobrava tempo para a horta , o jardim e o pomar. Então eu plantava as sementes que trazia na mala e tínhamos sempre radichio, framboesas, mâche, tudo que gostávamos lá e não tínhamos aqui).
Porque será que não temos essa delicia de hortaliça por aqui ?
Não é uma terra em que se plantando, tudo dá ?
Como se chama mâche em português ?
Madá
LuciaC,
Adorei tudo!
Seu texto está maravilhoso, parecia que eu estava lá também.
Eu viajo muito sozinha e é tão bom receber um sorriso após dizer que é uma pessoa 🙂 Nem sempre é assim, porém com seu charme não deve ser difícil.
Grande descoberta, fotos lindas dos queijos e o verde de mâches (adoro!!!).
Lina, grande ideia desse post!
HUGO DE CARVALHO
Olá BETH
Eu sempre levo queijos e vinhos para o apartamento. Por isso mesmo, procuro bares a vinhos que não sejam muito caros – exatamente para não desanimar e ir beber o vinho em casa ehehe.
Gosto desses ambientes tipo Pub para tomar um vinho com queijo ou “tapas”. Se o lugar for muito chic, além de ser caro perde um pouco a graça. Viajando, sempre gosto de frequentar os lugares que os “nativos” frequentam. Sem prejuízo de ir a um bom restaurante, de vez em quando.
De fato, eu não vi a indicação de site para reservas no Petite Marquerite. Se você puder me enviar por e.mail, agradeceria. Realmente quero experimentar esse restaurante
Andrea Boldrim
Pessoal,
Hummmm…fiquei com vontade de ir aos dois lugares: Hediard e Chez André. Alguém poderia me passar o site ou endereço? Não achei na parte de busca, pq acho que estão somente nos comentários.
Tô chegandoooo.
Bjão
Cleide Garcia
Falando em boa gastronomia, gostaria de ver se alguem sabe o endereço do site do ‘Chez Michel’ um bistro que fica no 10 ar. que é comandado pelo chef Thierry Breton. Poderiam me mandar?
conexaoparis
Cleide
O restaurante não tem site.
Ana Maria Arinos da Silva El Daher
Amo a Igreja de Madeleine e seus arredores , principalmente Hediard , a patesserie em questão ,a Fauchon e mais adiante a deliciosa Laduree! E alguémprecisa demais ?????Beijosss
Beth
Hugo
Eu coloquei para vc o site de reservas do Petit Marguery mais o telefone, acho que vc não viu. Lá é importante fazer reserva, nem que seja no mesmo dia… Eu odeio bater com o nariz na porta, risos.
Essa cave que a Marina recomendou tem a desvantagem de ser Montmartre, meio longe para o meu gosto…
Eu achei o preço da degustação da LuciaC no Hediard bem razoável, 21€… Outra opção é levar os queijos e vinhos para o apartamento, porque para quarto de hotel não dá para aguentar o cheiro, risos.
Abs.
Beth
Adriana
Eles ficam quase vis-a-avis!
A Fermette é mais bonita, mas o Chez Andreestá cada vez melhor! E olha que eu frequento o lugar há quase 40 anos… Voltamos lá duas vezes na última viagem, por conta do “Gigot de Mouton” (o melhor da cidade) e de um “brie” bem no ponto, daqueles realmente escolhido a dedo… E lá eles também servem o meu licor predileto, o Chartreuse…
Bjs.
HUGO DE CARVALHO
Olá Beth,
Tenho aproveitado as dicas para anotar alguns bares a vinho mais simples, para berber um vinho com queijos sem gastar muito. A propósito, o Petit Margerit ficou anotado para setembro. Como eu disse, cheguei atrasado e não consegui entrar, mas a impressão que ficou é boa.
ABS
Hugo
Adriana Pessoa
Beth,
você sabe que por causa de uma ida ao Fermette Marbeuf (que estava fechado) é que descobri o “nosso” querido Chez Andre?
Bjs