Os cafés de Paris fazem parte dos rituais de iniciação à vida parisiense. Instalado em torno de uma mesa observamos a vida, lemos jornal, batemos papo, trocamos olhares, tomamos champanhe, escrevemos artigos, brigamos com o garçon, damos migalhas de pão aos pombos – apesar de ser absolutamente proibido por lei – olhamos os músicos de rua, escutamos as conversas dos vizinhos, enviamos emails.
Minha atividade preferida é “olhar” e todos os cafés são pontos privilegiados para observação da vida da cidade. O que muda, de acordo com a localização, são as cenas observadas. O “filme” que vemos em café ao lado da Opera Garnier será diferente do “filme” do café de bairro residencial e mais periférico. Os clientes da região dos Invalides possuem características diferentes dos de Montmartre.
No mesmo café, existe uma grande diferenca entre o público instalado nas mesas externas e o interno, sobretudo o público do balcão. O balcão é sempre mais masculino e popular. É em torno do balcão que giram as discussões sobre futebol ou rugby.
Tenho minhas estratégias como me instalar no interior para observar discretamente a turma da calçada e comparar dois mundos, o de fora e o de dentro. O de fora é alérgico à tv, o de dentro, em pé no balcão, toma um cafézinho mais barato e comenta o match. O de fora é mais jovem, menos sensível ao frio. O de dentro é mais agasalhado e mais grisalho. O de fora é fumante. O de dentro teve tempo de incorporar o medo e interromper o prazer do vício.
O Café Nemours está situado entre o jardim Palais Royal e o Louvre, na frente da Comédia Francesa, ao lado do Conseil d’État que acumula as funções de conselheiro do Govêrno e Juiz Supremo e pertinho da loja do Louboutin. A clientela é diversificada: moradores da região, altos funcionários, gente do espetáculo, apaixonadas pelos sapatos de solado vermelho e turistas.
Se me instalo na calçada, aprecio melhor os músicos , o vai e vem da praça e a entrada da estação Palais Royal Musée du Louvre. Gosto muito desta obra de arte.
Se a varanda está lotada, corro para o interior. Nas mesas da direita, vejo o Louvre e divido minha atenção com as conversas do balcão. As da esquerta são mais confidenciais, ideais para um tête à tête.
Minha rotina diária é incompleta sem minha pausa “observação” a partir de um dos inúmeros e famosos cafés de Paris.
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3 Comentários
Marcelle
Oi! Gostaria de saber se é necessário carteira de habilitação internacional pra dirigir na França ou a brasileira serve? Obrigada, estamos embarcando dia 25/12.
Rodrigo Lavalle
Marcelle, é preciso ter a carteira internacional ou a tradução juramentada da carteira brasileira. Nos dois casos é preciso apresentar também a carteira brasileira válida. Leia esse artigo e os comentários: https://www.conexaoparis.com.br/2009/10/23/carteira-de-chofer-internacional.
Abraços.
jorge fortunato
E esse é um dos melhores programas… sentar no café e ver a vida passar. Já bati muito papo nos balcões e já conheci gente mucho lôka…. É divertido. Gosto do Café da esquina da Rue Saint-Paul com Rue Saint-Antoine. A calçada é estreita e os tipos que passam são interessantes. Vizinhos que se encontram e reclamam de alguma coisa, param em frente ao Café, atrapalham a passagem e olham para voce dão um sorrisinho sarcástico.