Quando cheguei em Paris no início dos anos 1980, descobri surpresa que o turista era visto com désdem pelo meio acadêmico e universitário francês. Os intelectuais incensavam o aventureiro e criticavam o turista contemporâneo. O aventureiro é aquele viajante que, a cada viagem, procura se separar do seu Eu através da descoberta do estrangeiro. O turista menosprezado é aquele que leva mundo afora o seu Eu, aquele personagem fechado ao estrangeiro e aberto somente ao folclore e aos estereótipos. A nostalgia da figura do explorador solitário dos séculos passados entrava em choque com a figura do turista do final do século XX, apressado e enquadrado por agências de viagem.
Hoje, a situação mudou completamente. A Europa se transforma devagar e o turista é a única categoria de estrangeiros bem aceita e adulada. E isto é visto por muitos como sinal incontestável de declínio. As pessoas procuram a Europa porque ela representa a História. O outro lado da moeda, é que ela deixou de participar da História.
A França, e a Europa, se museificam e a indústria do turismo se transforma devagar em setor principal da economia. França, Itália e Espanha se transformam em marca, marca capaz de seduzir turistas e agências de viagem. A marca França se vende bem, graças à sua beleza, ao seu patrimônio, à sua glória passada, à musicalidade do seu idioma e seu saudoso romantismo.
Assim o que se espera dela é que seus castelos estejam restaurados e seus monumentos impecáveis. Não queremos mais vê-la como uma cidade cosmopolita, viva, agitada, suja. Uma cidade com movimentos sociais, mendigos, problemas e misérias. Queremos que ela esteja sempre limpa, brilhante e perfumada.
Eu mesma prefiro difundir a imagem da Paris marca. Mais elegante, mais feliz. Mas percebo o erro quando leio análises como a do filósofo Michaël Foessel da Ecole Polytechnique.
Paris possui um centro que tenta corresponder à marca divulgada e aos sonhos de cada turista. Não diria nunca que não vale a pena conhecê-lo.
Mas estamos nos preparando para mostrar aos leitores uma outra cidade. Uma Paris cosmopolita e às voltas com suas diferenças e contradições.
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29 Comentários
Rogéria
Morei em Paris 2 anos e pude perceber na pele a xenofobia!
Amo a cidade, não o povo!
Mas confesso que volto todos os anos e a sujeira, pobreza e outros problemas que prefiro não citar para evitar polêmica, têm transformado a cidade num verdadeiro lixo!
Maira Pinto
Estive em fevereiro 13 dias em Paris, foi minha porta de entrada para a Europa. Não esperava encontrar o caos urbano de uma grande cidade, porque o meu imaginário trazia a griffe Paris. Ainda assim é linda e apaixonante, mas São Paulo está mais organizada que Paris!
Celia C, Santos
Pude conhecer as duas Paris. A dos monumentos maravilhosos e a vida da populaçào comum. Alugamos um apartamento em Gambetá e iamos diariamente de metro para o centro de Paris e também fomos a Versalhes. Em Gambeta iamos ao mercado, a lavanderia , padaria e observei a grande quantidade de muçulmanos pedintes, mas isso, em qualquer país haverá imigrantes ilegais e pobres. Isso em nada tirou o brilho de estar em uma cidade que é pura história e berço da cultura moderna.quero voltar sempre.
Carla
Ótima e pertinente reflexão filosófica! Estou nesse momento em Paris em minha primeira visita com meu marido e meus dois filhos (14 e 7 anos) e, por razões muito específicas, acabei por me hospedar fora do circuito mais efetivamente turístico da cidade (estou no 15e arr.). Diria que estou mais para a condição de “aventureira” do que de “turista” e acho que esta distinção continua a fazer algum sentido. Como historiadora, me sinto privilegiada porque, daqui onde estou, tenho contato com as duas situações descritas acima: Paris marca e Paris viva. As duas situações tem me deixado maravilhada. Vejo daqui a cidade viva com seus problemas mas também com seu charme único e seu cosmopolitismo. Contrariamente ao que a grande maioria das pessoas descreve estou também surpreendida com a generosidade (e não só polidez) dos franceses. Certo é que o Conexão me possibilitou vivências únicas sobre a cidade mesmo antes de pousar por aqui.
Washington
já estive 5 vezes em Paris, a partir da 3º viagem procurei vivenciar a Paris do parisiense. No intervalo entre uma viagem e outra,li alguns livros sobre essa maravilhosa cidade, o que me deixa mais a vontade ao retornar.
Em outubro passado levei um casal de amigos para conhecer Paris pela primeira vez, tentei mostrar as “duas” cidades: a marca e a dos nativos. Fomos aos pontos turísticos de metrô, comemos em bistrôs e restaurantes comuns, ficamos hospedados num bairro residencial, fomos ao supermercado, fizemos compras nas ruas comerciais e não nas galerias, enfim, aproveitamos as duas Paris. Sem falar que as dicas do CP foram essenciais.
Angélica Santos Torres
Excelente o artigo! Quando estive em Paris, pensei que só existia a “Paris marca” e me deparei com uma cidade maravilhosa, cheia de lugares lindos, mas também com problemas muito parecidos com os da minha São Paulo. Fiquei chocada ao passear de bateau no Sena e ver famílias morando embaixo de algumas daquelas pontes deslumbrantes. Parabenizo o CP pela iniciativa de “desmistificar” a cidade. Paris, sempre será Paris!, mas ainda pertence ao planeta Terra. Mesmo assim, espero visitá-la ainda muitas vezes!
Ermelinda Sparano
Tive este ano a oportunidade de ficar vários dias em PARIS, sai dos pontos turísticos várias vezes, vi muito da rotina da cidade e de seus moradores, e como se ainda fosse possível , voltei mais apaixonada.
Marcy
Mto bem dito CP, mas é triste q Paris esteja com problemas como sujeira, mendigos, golpistas.
Juliana Rangel
E é por tudo isso que, como diria Ernest Hemingway, “Paris é uma festa” !!!
Maurício Christovão
Esqueci de colocar o link para a reportagem do Caderno de Turismo de “O Globo” sobre o escritor escocês Robert Louis Stevenson, autor de “A Ilha do Tesouro” e “O Médico e o Monstro”. Ele foi o antepassado dos “randonneurs” ou” trekkers”, ou turistas que gostam de caminhar na natureza. Vale a pena ler.
http://oglobo.globo.com/estilo/boa-viagem/entre-as-montanhas-de-cevennes-na-franca-turistas-refazem-os-passos-de-robert-stevenson-14856083