Há quase um mês a fachada de uma das lojas da marca Céline amanheceu pixada com a palavra ‘SK8’ (abreviação para skate). O autor foi o grafiteiro/artista/contestador parisiense Kidult que, pelo que dizem, quis protestar contra o uso (exploração) da cultura do skate na última campanha pubicitária da marca.
Na campanha a modelo Daria Werbowy aparece segurando um skate.
Kidult é bem conhecido em Paris. Ao andar pelas ruas da cidade vemos seu nome escrito em vários paredes, invariavelmente em tinta rosa fluor. Ele já havia feito pixações semelhantes por motivos semelhantes nas fachadas de várias outras lojas (Hermès, Colette, Louis Vuitton, agnès b., Kenzo, YSL) e até mesmo em uma loja da marca de skatewear Supreme, em Nova York.
Em algumas ocasiões, para completar o processo, ele faz camisetas com as fotos das fachadas vandalizadas e as vende em seu site. No caso da Colette ele chegou a distribuir as camisetas em frente à loja algum tempo depois. Ele utiliza as vitrines dessas lojas como vitrine para o seu próprio trabalho-protesto e aproveita do poder de sedução e de marketing das grandes marcas para se tornar conhecido.
The Underbelly Project
Com os mesmos objetivos que Kidult (lutar contra a comercialização capitalista) mas usando táticas diferentes, o projeto “The Underbelly Project” criou uma exposição de grafites feitos em uma estação de metrô abandonada nos subterrâneos do Brooklyn. A exposição só pôde ser vista através de fotos postadas na internet. Os grafites foram feitos clandestinamente por 103 artistas, de várias partes do mundo, que tinham como objetivo a expressão de sua arte e o prazer de realizá-la.
Um evento semelhante, mas em menor escala, aconteceu aqui em Paris no fim de novembro onde 10 artistas pintaram uma estação de metrô abandonada. Fotos dos grafites parisienses foram apresentadas na feira Art Basel Miami que aconteceu no início de dezembro. Além disso, um livro edição limitada para colecionadores será lançado e até uma noite de autógrafos com os artistas será feita.
Na realidade, parte da street art surge como um movimento de contestação do funcionamento do mercado e acaba (sem contestações desta vez) integrada no fluxo normal de comercialização das obras.
Vejam os vídeos abaixo, eles são interessantes.
Vídeo dos artistas americanos no metrô de Paris.
Vídeo do artista francês “grafitando” as fachadas das grandes marcas em Paris.
Lembrando que o site Meia Noite em Paris oferece um tour em Paris focado na street art. Para mais informações clique aqui e acesse o site.
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11 Comentários
Marcos
Jacqueline,
a rigor, se “arte grita no traço, na cor”, estamos autorizados, então, a desqualificar, entre outros exemplos, os “ready made” de Duchamp, as obras fundadoras do Suprematismo, a arte conceitual, as instalações, os happenings, as performances, boa parte da produção contemporânea e fazeres artísticos que se prevalecem de representações não pictóricas, a menos, é claro!, que em tais manifestações a arte também se revele “na expressão que toca os sentidos”. Entretanto, se percebemos o mundo através dos sentidos e nesta percepção estão incluídas a arte e a não arte, confesso, estou um pouco confuso!
“Subversão? Não importa”. Mas é claro que importa! Muitíssimo! Tanto importa que sem condutas subversivas – limitando-me, aqui, à fatura artística – ainda estaríamos “transcendendo o real, refletindo-o e eternizando-o” nas paredes das cavernas.
Quando ao senhor (quanta polidez!) Kidult, mesmo preferindo as estratégias, abordagens e métodos expressivos do senhor (!) Bansky, obrigo-me a destacar que o trabalho do primeiro não se restringe às pichações das fachadas das lojas de luxo. Uma olhadela na página do próprio, na internet, já elucida um tantito algumas questões.
Vil Muniz
Oi Rodrigo!!!!
Na verdade acho que ele quer mesmo é aparecer!!
beijocas!!!
Juliana
Pra mim, existe uma fronteira, ainda que tênue, entre arte contestadora e vontade de aparecer. “Contestar” uma marca que está se apropriando de uma “cultura” em suas propagandas pixando suas lojas é bem diferente do que os artistas fizeram em NY e mesmo em Paris, no metrô. Também fico aqui me perguntando o que o senhor Kidult faz com o dinheiro que arrecada com a venda de sua “arte”.
Jacqueline
Arte grita no traço, na cor, na expressão que toca os sentidos. Subversão? Não importa. Importa é que transcenda o real e ao mesmo tempo o reflita e eternize. Não vejo o que pode haver de arte numa pichação em rosa ou qualquer outra cor. Existem os artistas e os oportunistas. Quem será esse senhor Kidult?
Marcos
Faltou um “?” no final de “As marcas de luxo não querem tanto o grafite”. Para evitar falhas de interpretação. 🙂
Marcos
Genial! Grafite é subversão! A arte de rua era considerada uma coisa “suja” pelas marcas de luxo. Agora, o flerte, a apropriação! Evidente, os novos valores do mercado de luxo estão fundamentados em conceitos como rebeldia e autenticidade. As marcas de luxo não querem tanto o grafite, Kidult lho dá, segundo o que vemos no vídeo “Illegalize Graffiti”.
Luciano Melo
Contestador, hein?
Prosopopéia flácida para acalentar bovinos, ou seja, conversa mole para boi dormir. Olha o emporcalhamento que ficou na rua. É bom aproveitar marcas famosas para se promover e usar o dinheiro para aproveitar as benesses do capitalismo selvagem…
Tania Baião
Contestando ou provocando…
Não importa. Se for arte, estou dentro.
E, quanto ao marketing, ninguém foge disso. Mesmo o artista mais puro, quer mais é divulgar seu trabalho e, claro, ganhar com isso!
As grandes marcas também ganham com isso…
Acaba virando uma parceria. E, divertida!
Fernanda Z
Concordo plenamente, Jorge.
Fico me perguntando se ele reverte parte do dinheiro que arrecada com as vendas para instituições de caridade.
jorge fortunato
Muito esperto esse cara… que “bela” maneira de protestar contra o capitalismo.