Recebi da nossa amiga Katia Becho um artigo – especial para a Folha de São Paulo – do jornalista Zeca Camargo, publicado dia 13/03/2013 e intitulado: Jornalista “gourmet” compara restaurantes e conclui que comer em SP custa caro demais.
Zeca Carmargo relata que um dia, diante de um comentário de amigo americano, percebeu que um jantar a 150 reais por pessoa é caro demais.
Após jantar normal no Brasil, pratos banais – steak tartare, risoto de bacalhau, peito de pato, medalhão bérnaise – o amigo americano teria dito: “Sabe o que aconteceria com um restaurante desses em Nova York? Fechava em uma semana!”. O amigo reclamava, claro, da relação custo-benefício. Quando um nova-iorquino paga 75 dólares para jantar fora a expectativa é de algo ligeiramente mais elaborado ( saboroso e criativo ) do que um magret de pato.
Em seguida Zeca Camargo cita a média de alguns bons restaurantes em Nova Yorque: 25 dólares no Acme, 14 dólares no Pok Pok NY. E em Paris: 24 euros por entrada + prato principal + sobremesa no L’Agrume. Claro, pratos saborosos e criativos.
O foco central do artigo do jornalista é pagar um valor alto por uma coleção de pratos genéricos. E é exatamente este o meu tema de discussão preferido.
Moro na França de maio até dezembro, o resto do ano no Brasil fugindo do inverno parisiense. Estou em uma posição onde a comparação entre restaurantes parisienses e brasileiros é automática. Não somente em relação aos preços, mas também na questão do serviço.
Fico surpresa com as notas dos restaurantes das cidades por onde circulo, Belo Horizonte, Rio e São Paulo. Passei a questionar amigos próximos, e grandes viajantes, sobre a questão. As respostas são idênticas: os restaurantes são caros demais, os preços não acompanham a qualidade e o serviço é inexistente.
Veja somente este exemplo: Itinéraires, pequeno restaurante do Quartier Latin citado pelo nosso Guia Gastronômico de Paris, acabou de ganhar sua primeira estrela no Guia Michelin. Quer saber quanto custa o almoço com entrada+prato+sobremesa no Itinéraires? Apenas 35 euros. Normalmente o menu com três pratos é copioso demais e o de dois pratos é mais solicitado. Neste caso, pagamos 29 euros por entrada+prato ou prato+sobremesa. Leia nosso artigo aqui.
Como diz Zeca Camargo: a culpa é nossa. A culpa está em quem aceita pagar caro pratos banais e sem relevo. Na ilusão de que comida cara é comida boa, o cliente passa o cartão mais como prova de que “pode gastar”.
Mas o assunto ainda não acabou. A mesma Katia Becho enviou outro artigo da Revista Carta Capital, assinado pelo jornalista Marcio Alemão, com o sugestivo título: Fique mais em casa. Em resumo: as pessoas começaram a fazer as contas! Ainda bem! Para que pagar uma grana alta e comer o que podemos fazer em casa?
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
- GALERIES LAFAYETTE: Presentes nas compras acima de 50 euros feitas nas Galeries Lafayette Haussmann, clique aqui para saber mais informações e baixar os voucheres.
- PERFUMARIA FRAGRANCE DE L’OPÉRA: 20% de desconto na Perfumaria Fragrance de l’Opéra – clique aqui para saber todas as informações e baixar o voucher.
- HOTEL SAINT ANDRES DES ARTS (charmoso 4 estrelas em Saint Germain): 10% de desconto + 1 garrafa de vinho + café da manhã – use o código CONEXAOEXCLUSIVE ao fazer sua reserva no site o hotel, clique aqui e acesse.
- SEGURO VIAGEM: 5% de desconto na contratação do seu Seguro Viagem usando o código CONEXAO5. O seguro viagem é um dos documentos que podem ser exigidos na sua entrada na Europa, clique aqui para saber mais.
Resolva sua viagem:
Compre seus ingressos para museus, monumentos e atrações em Paris, na França e na Europa no site Tiqets. Use o código CONEXAOPARIS e ganhe 5% de desconto.
No site Booking você reserva hotéis e hostels com segurança e tranquilidade e tem a possibilidade de cancelamento sem cobrança de taxas.
Guia brasileiro para visitas guiadas aos museus e passeios em Paris, clique aqui para saber mais informações ou envie um e-mail para [email protected]
No site Seguros Promo você compara os preços e contrata online o seu seguro viagem. Use o código CONEXAO5 e ganhe 5% de desconto.
Compre no Brasil o chip para celular e já chegue à Europa com a internet funcionando. Saiba mais informações no site da Viaje Conectado.
Pesquise preços de passagens e horários de trens e ônibus e compre a sua passagem com antecedência para garantir os melhores preços.
Obtenha o orçamento das principais locadoras de carro na França e faça sua reserva para garantir seu carro no Rent Cars.
Encontre passagens aéreas baratas no site Skyscanner.
54 Comentários
Jane Curiosa
Essa receita é mais velha do que andar de trás pra frente,mas…
Ao ler os comentários,notei que muitos aventam a hipótese de cozinhar em casa,seja para economizar,seja para não desrespeitar a lei seca.
Assim,fui buscar uma receita fácil que todos possam tentar fazer em suas casas e para seus amigos.
Frango com whisky
-01 garrafa de whisky – do bom, claro!
– 01 frango de aproximadamente 02 quilos
– Sal e pimenta a gosto,raspas de laranja
– 350 ml de azeite de oliva extra virgem
– 500 g de bacon em fatias
-Uma porção de nozes descascadas
Modo de preparar:
– Pré-aqueça o forno por aproximadamente 10 minutos.
–Beba um gole do whisky.
– Pegue o frango e massageie bem com o azeite.
– Beba um gole do whisky.
– Envolva o frango no bacon e tempere-o com o sal e a pimenta.
Sirva-se de uma boa dose (caprichada) de whisky enquanto aguarda o frango “pegar o tempero”.
– Coloque o frango em uma assadeira grande.
-Axuste o terbostato na marca 3 e espere uns binti binutos e ponha pra assassinar o pato,digo,assssar a ave.
-Sirva-se de mais duas doses saradas de whisky e coma mais algumas nozes.
Controle a asssadura do frango. Enquanto essspeeeraa,sirva-se de uoootraaa dose de whisky e tente vicar zentado na gadeira,PRR!
– Deeeiixaaa o filho da@#!?do pato no vorno por umas 4 horas.Depois tente tirar o vrango do vorno,porque da primeira tentadiva dãaao deu.
Mande mais uma boa dose de whisky pra dentro…de você,é claro, e… cuidado,garaio!derrubôoo o pobre do vrango no chão.
– Pegue o vrango que gaiu no jão da cozinha,limpe com o pano de brato e ponha ele numa
pandeja ou qualquer outra borra, bois avinal, você nem gosssta muito de marreco mesmo.
zeluiz
Ótima matéria. Trabalho numa grande multi em SP. Nossos colegas parisienses, americanos, alemães, sul-coreanos, japoneses, em visita à cidade a trabalho, ficam escandalizados com os preços que pagamos em tudo. Por que vocês aceitam isso? é a pergunta recorrente. Ficam intrigados com o pagamento dos “manobristas” rsrsrs. A resposta, no caso dos restaurantes paulistanos, pretensiosos e caríssimos, é a matéria do Márcio Alemão: vamos cozinhar e reunir os amigos em casa. Comeremos melhor e muito mais barato. Saúde para o bolso e para a alma.
Mauricio Christovão
O Brasil está caro. Comida, imóveis, carros, serviços…Acho que não ganho pra isso…
Lili
Lina e pitaqueiros,
Vcs me indicam algum restaurante próximo ao arco do triunfo pra jantar no domingo de páscoa e que não seja muito caro? Queria algo que custasse menos de 100 euros, já com a bebida inclusa, para um casal. Alguma dica? Vi que o atelier do joel roubochon da champs elysses tem um menu a 37 euros. Esse preço também é válido para o jantar??
Agradeço desde já a ajuda de todos.
Lina
Lili
Vá ao Atelier. O preço é o mesmo para o jantar. Excelente pedida.
Gustavo - Viajar e Pensar
O Brasil está no momento “Novo Rico” paga caro e arrota isso, esse é o problema. Gosta de falar que pagpou caro mesmo e não questiona.
Tem local caro somente para excluir socialmente clientes, e mesmo assim continua sendo frequentado.
Aqui em Florianópolis, onde na praia um bar cobra R$8 a cerveja Long Neck e na frente dele o Ambulante vende por R44 a mesma cerveja, e muitos ainda pagam a do bar, para aparecer, bater fotos e etc.
Viva a curtura (de curto) Nacional
Marcos
Cláudia Maria,
no D.O.M. você pagaria, por baixo, 2 vezes mais, sem o vinho.
José Rodrigues
Apenas uma correção, o tal jantar da matéria saiu 150 reais e não euros daí o comentário do que se espera por 75 dólares em NY.
Mesmo aqui em São Paulo um jantar de 400 reais é uma coisa pouco comum, claro imagino que se tratando por pessoa e não o casal rs.
Também acho graça da expressão moeda forte quando o euro é 2,60, 2,70 e o dólar 2, 2,10.
Já li outras matérias sobre o assunto e é hilário ver as explicações dos donos.
Além de todas as citadas acima ainda tem o fato de que compram muita matéria prima cara que é jogada fora pois nem sempre os clientes pedem aquele produto e ele precisa estar sempre fresco.
Tem também a questão do preço do aluguel, ponto rs.
A melhor, que poucos confessam, alguns metem a faca logo porque sabem que o lugar não vai se firmar, vai fechar quando sair de moda, deixar de ser novidade e então querem lucrar o máximo possível enquanto der.
Por último é bem o que a matéria disse, tem gente que acha o máximo pagar caro, se sente porque gasta 200 ou 300 em um jantar mais ou menos.
Por outro lado, isso me faz pensar, tem muita gente ganhando muito dinheiro nessa terra porque estes lugares ridículos ficam lotados.
Lina
José Rodrigues
Obrigada, fiz a correção.
Marcos
Vale destacar, no mesmo caderno da mesma edição da Folha, a matéria “Maravilhosa, mas a que preço?”, assinada pelo André Barcinski, na qual o jornalista relata algumas aventuras gastronômicas superfaturadas no Rio de Janeiro, como, por exemplo, o desjejum em uma “bakery” (sim, aparentemente não temos mais padarias, mas “bakeries”. Santa cafonice, Batman!) em Copacabana por módicos R$ 70,00.
Lembrei, assim, de um não tão recente almoço no Laguiole, charmoso restaurante com decoração caprichadíssima, em funcionamento no MAM Rio há alguns anos, frequentado, em sua maioria, por homens e mulheres de negócio bem vestidos (cujos modos à mesa eram inversamente proporcionais ao preço das suas fatiotas). A conta alcançou a desmedida cifra de mais de R$ 150,00 por pessoa. A comida era boa e o serviço, nota 10, mas não me venham com coisas manjadas, como ovo “poché” trufado ou releituras bem pouco inspiradas de clássicos nacionais como o picadinho de carne, a preços escorchantes.
Eddie
Carga tributária, altas margens de lucro, “moeda forte”, custo Brasil. Sem dúvida, estes ingredientes (entre outros) são contabilizados e fazem parte da composição de preços nos menus brasileiros. Aqui pagamos mais caro por praticamente tudo e isso não é nenhuma novidade mas nem por isso devemos generalizar dessa forma. Quer dizer que todo restaurante brasileiro oferece cardápios e comidas medíocres, como foi dito aí embaixo? Quer dizer que um menu de 35 euros é garantia de qualidade (uma pergunta dentro da outra: 35 euros para um brasileiro é muito diferente de 100 reais)? É esse o valor que se paga nos estrelados em Paris ou NY? Quer dizer que restaurante em NY é sinônimo de qualidade e preço baixo? Quer dizer que é possível fazer o Real valer mais em Paris do que no Brasil, mesmo com o Euro valendo mais que 2,5 vezes o nosso dinheiro??? Taí algo que eu realmente gostaria de aprender.
Será que a opinião do coleguinha americano do tal Zeca Camargo (aliás, quem é Zeca Camargo?) não está sendo supervalorizada, mais até que os preços praticados pelos restaurantes em Terra de Vera Cruz?
Faz tempo que Nelson Rodrigues criou uma expressão para definir este tipo de comportamento e até hoje ela continua perfeita e atual.
Claudia Maria
Nos outros países, os restaurantes também pagam impostos e têm regras trabalhistas ate piores que a nossa, então isso não é desculpa. Estive em Lima no Peru em fevereiro. Fui num restaurante, o Astrid y Gaston, na lista dos 50 melhores do mundo, no jantar: entrada, prato principal, sobremesa, cafezinho, aperitivo na entrada, vinho na refeição, água mineral. Custo: 75 euros por
pessoa. É caro, sim, exorbitante? Pela qualidade da comida e pelo serviço super atencioso, não. Em SP certamente pagaria o dobro.