por Rodrigo Lavalle
Nossa seleção de músicas contemporâneas francesas foca no período a partir do início dos anos 90. Nessa época, surgiu o movimento musical ‘la french touch’, uma espécie de versão francesa da house music.
Depois do período áureo das chansons françaises, foi só com a ‘french touch’ que a produção musical francesa conseguiu chamar a atenção do mundo de forma global e fazer sucesso fora da França. Além de capturar o espírito do tempo, os artistas franceses desse movimento desenvolveram um estilo e uma marca próprios. Nos anos 2000, com o surgimento de pequenas gravadoras (Ed Banger e Maison Kitsuné), a produção musical continuou fluindo e atraindo a atenção do público. As coletâneas da Kitsuné e da loja Colette são excelentes fontes de novas bandas e artistas franceses.
Além de músicas da ‘french touch’, nossa playlist apresenta alguns artistas importantes do cenário musical pop francês desde a década de 70.
Conheça nossa playlist, com uma breve explicação das bandas / artistas de destaque:
- Lose Yourself to Dance: Daft Punk, Pharrell Williams
Daft Punk talvez seja o grupo francês mais famoso e importante da atualidade. Nunca mostram os rostos, sempre aparecem na mídia usando capacetes robóticos. Puro marketing. Ganharam o prêmio Grammy de disco do ano de 2013.
- Hello: Martin Solveig
Martin Solveig fez tanto sucesso com ‘Hello’ que atraiu a atenção de Madonna. Ele produziu algumas músicas de seu cd MDNA.
- 1901: Phoenix
Phoenix é uma das poucas bandas francesas de rock que conseguiu ser relevante e fazer um grande sucesso fora da França.
- Midnight City: M83
- Ça Plane Pour Moi: Plastic Bertrand
- Follow Me: Amanda Lear
Amanda Lear, diva da disco music francesa, era amiga de Andy Warhol e de todo mundo nos anos 70. Diz a lenda que Amanda é transexual. Continua fazendo shows aqui em Paris e indo aos desfiles. Plastificada até a ponta dos dedos.
- 3ème Sexe: Indochine
Indochine é um super grupo de rock francês que surgiu nos anos 80 e continua na ativa até hoje.
- Week-End à Rome: Étienne Daho
- Voyage voyage: Desireless
Quem não se lembra desse clássico dos anos 80?
- We Are Young: Juveniles
- Que Veux-Tu: Yelle
- Lady: Modjo
- Ta Douleur: Camille
- Fini La Comédie: Dalida
Dalida é ícone (gay) da música pop francesa. Sua estátua em Montmartre é visitadíssima, aperte um de seus seios e consiga um namorado. Dizem que sua música ‘J’attendrai’ foi a primeira disco music francesa.
- Raphaël: Carla Bruni
Carla Bruni dispensa apresentações.
- Y A Une Fille Qui Habite Chez Moi: Bénabar
- J’Aime Plus Paris: Thomas Dutronc
- Je Veux: ZAZ
- ICU: Lou Doillon
- Bongo Bong: Manu Chao
Manu Chao, ex-vocalista da banda Mano Negra, é meio espanhol meio francês. Sua música é uma mistura de culturas e sonoridades do mundo todo.
- Ping Pong: Stereolab
- Cochon Ville: Sébastien Tellier
- 3ème Sexe: Miss Kittin
- All I Need: Air
Air é uma dupla que faz uma música eletrônica fofa e divertida com influência dos anos 60.
- Les Espaces & Les Sentiments: Vanessa Paradis
- Just Can’t Get Enough: Nouvelle Vague
Nouvelle Vague é uma banda que só grava versões de músicas famosas dos anos 80. Bem divertido. Ótimo para deixar tocando de fundo em uma reuniãozinha em casa.
- D.A.N.C.E.: Justice
- Le Chat du Café des Artistes: Charlotte Gainsbourg
Charlotte Gainsbourg e Lou Doillon (presente na nossa playlist com a música ICU) são irmãs por parte de mãe (Jane Birkin, a atriz e não a bolsa). Fazem uma música cool e atmosférica.
- Mollah Solaar: MC Solaar
MC Solaar, nascido no Senegal, é um dos expoentes do hip hop francês.
- Oui Mais Non: Mylène Farmer
Mylène Farmer é considerada a Madonna francesa. Ela, sim, é o ícone gay francês. Vá a qualquer karaokê (gay) em Paris e veja os locais interpretando suas músicas a noite toda.
Ouça as outras playlists da Rádio Conexão Paris:
– Clássicos da música francesa 1 – 50
– Clássicos da música francesa 51 – 100
Obs.: nossa playlist foi criada no Deezer, serviços de música online que permite que você ouça milhares de músicas estando conectado ou não.
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19 Comentários
Fábio
Olá gostaria de saber onde comprar cds em promoção em lojas físicas de Paris de música pop francesa.
Rodrigo Lavalle
Fábio, os melhores locais são as lojas FNAC ou a Gibert Joseph (eles vendem cds usados).
Abraços.
Ana Maria
Gosto muito do Tryo e Amelie Les Crayons.
Liége J
Muito legal!
Fiz um post também sobre os cantores franceses atuais, que mais tocam nas radios francesas em 2015.
Amanda Splendor
Olá, vou para Paris no começo de setembro e gostaria de saber se vocês tem dicas de bares com karaoke, de preferência na região do Arco do Triunfo(onde vou ficar). Muito Obrigada.
Rodrigo Lavalle
Amanda, tente no Café Rive Droite (2 rue Berger, 75001): http://www.caferivedroite.com/index.htm.
Abraços.
Leonília
Obrigada , Rodrigo , sempre me socorrendo.
Abraços
Leonília
Oi ,Lina e ou Rodrigo.
Nada a ver com o tema , mas sabem me dizer como vou de Paris ao marché de Argenteuil ?
Obrigada , abraços.
Rodrigo Lavalle
Leonília, para chegar à cidade de Argenteuil partindo de Paris pegue o trem J na estação Saint Lazare e desça na estação Argenteuil.
Abraços.
Marcela
Oi pessoal! Estamos embarcando terça (8) para Paris e estamos em dúvida do clima!! É verão, mas na previsão aponta para chuva e frio. É isso mesmo? Obrigada
Rodrigo Lavalle
Marcela, a previsão é de chuva e de máximas em torno de 21°C. Siga as previsões nesse site: http://www.meteo-paris.com/ile-de-france/previsions.php.
Abraços.
Maria Tereza Frota
Acrescentaria o Stromae a essa seleção maravilhosa! Ele é presença constante nas rádios francesas. Formidable post. Alors on Dance.
Rodrigo Lavalle
Maria Tereza, eu adoro ‘Alors on Dance’ e até iria colocá-la na lista mas descobri que o Stromae é nascido na Bélgica. Eu quis ser bem radical francês na minha lista.
Abraços.
Insensato
Faltaram nessa lista:
1. Le Bal Masqué com Gretchen – um clássico.
2. Mon Amour, meu bem, Ma Femme, de Odair José.
3. La Vie en Rose, com Grace Jones, muito melhor que com Piaf.
Rodrigo Lavalle
Insensato, coloquei só artistas franceses na lista. Quem sabe fazemos outra playlist na qual suas sugestões possam entrar?
Abraços.
ricardo s.
Oi Lina,
Acompanho seu blog desde o início e o adoro. Gosto de viajar, mas quando o dinheiro está curto, eu viajo pelo internet mesmo e sempre chego ao seu BLOG kkk. Apesar de gostar da França, não consigo ser deslumbrado achando normal as pessoas serem destratadas porque “francês tem que aguentar os bárbaros que invadem a cidade”, ou sobre imigrantes (como se os franceses não tivessem explorado as suas várias colônias e migrado para Argélia, dentre outros países), ou que não falam a língua ou qualquer outra desculpa sem nexo. Ou então alegar que isso ocorre só com os outros (com um certo pedantismo e arrogância) . Enfim. gostaria de saber se teria como você escrever um artigo sobre os direitos e onde recorrer caso haja um problema na França, bem como a indicação de advogados especializados em defesa do consumidor ou em geral. Tenho visto casos sérios de abuso dos direitos do consumidor, bem como presenciei cenas explícitas de preconceito com alguns turistas perto de mim (aqui no blog li também relatos desegradáveis). Eu mesmo só passei por um constragimento sem motivo há 7 anos atrás na Tour Eiffel e quase perdi a cabeça com a completa falta de educação do funcionário (um segurança desequilibrado) e olha que sou o ser mais pacífico possível. Parabéns pelo blog e se puder agradeceria se puder apagar a outra mensagem que saiu pela metade.
Lina
Ricardo S
Nós já escrevemos vários artigos sobre o comportamento dos franceses. Este é um dos assuntos recorrentes desde o início do CP em 2007. Concordamos com você e não achamos normal a falta de educação dos garçons, choferes, vendedores e parisienses em geral. Gostaria de precisar, quando eles são mal educados, são com todos e não somente com os turistas. As pessoas encarregadas da administração deste país estão cientes do problema. Porque se trata de um problema. Elas tentam “educar” aqueles que estão em contato com os turistas através de artigos na mídia, seminários e campanhas.
Já tentei encontrar um site de Defesa do Consumidor que seja simples e fácil, mas até agora nada. Caio sempre em defesa do consumidor em áreas específicas e no setor turismo, o que encontrei é péssimo. Por isso até hoje não publiquei nada à este respeito.
Moro aqui desde 1983. Minha família e meus amigos são franceses e todos eles reconhecem a existência de uma camada da população ligada aos “serviços” difícil no trato. Dizem que se trata de uma herança da revolução francesa. A noção de serviço, de serviabilidade é combatida e desprezada. Como tenho já tempo para comparações posso afirmar que a situação está evoluindo. As novas gerações sabem que a economia do país precisa de um “serviço” que atraia os turistas consumidores.
Gostaria de mostrar o outro lado do problema. Quando cheguei aqui entrava em contato com as pessoas diretamente, sem pequenas atenções como bom dia, por favor. Nossa cultura brasileira é mais direta, sem preâmbulos. E esta maneira espontânea é sentida aqui como agressiva e provoca inevitavelmente reações idênticas.
Os parisienses precisam melhorar muito a forma como recebem os turistas. E alguns turistas precisam entender que as pessoas que “servem” esperam respeito e consideração.
Mas gostaria de terminar a questão afirmando mais uma vez que nós não consideramos normal os turistas – e os franceses de um modo geral – serem tratados de maneira rude por algumas pessoas que trabalham em contato com o público.