Fotos: Patrícia Gonçalves
As fotos das vitrines das Galerias Lafayette montadas por David Lynch deram a volta ao mundo. Tudo já foi dito a respeito da interação entre a estética deste cineasta e a moda.
Mas olhando com atenção as peças escolhidas por Lynch, me lembrei de alguns artigos que li sobre racismo e manequins de vitrines e gostaria de acrescentar uma pequena observação.
Os manequins desempenham um papel importante na venda das roupas. As pessoas que passam diante de uma vitrina devem se identificar com este vendedor estático. Nas vitrines européias os manequins representam a população branca ocidental. Não se vê manequins negros ou asiáticos, apesar da diversidade do povo europeu.
Por quê? Porque os traços europeus possuem um poder de sedução maior e o manequim branco se transforma no representante universal da raça humana. E nas vitrines de Lynch os manequins são brancos.
As galerias Lafayette possuem 15.000 manequins. Cada um custa 1.500 euros e são trocados a cada quatro anos. Eles também ficam fora de moda. Nos anos 1960 os manequins tinham uma cintura fina e seios grandes como a atriz francesa Brigitte Bardot. Hoje possuem uma silhueta andrógina como a modelo Agyness Deym.
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15 Comentários
Beth
Lina
O problema dos parisienses é complicado.
Nunca me senti discriminada porque na aparência sou uma européia normal a não ser pelo sotaque… Passo por sueca ou alemã do norte.. Mas sei perfeitamente que sou de “la bas”!
Abs,.
Beth
conexaoparis
Paola e Beth
Não concordo com a Beth. Existe muita discriminação em Paris. O gostar do “exótico” é uma questão delicada. De início achamos que eles estão gostando, podem até gostar mesmo, mas não acredito que eles olhem uma pessoa “exótica” como alguém pertencendo ao mesmo patamar.
Não vou discutir esta questão aqui. Estou somente dizendo que o racismo está incorporado à cultura francesa.
Beth
Paola
Não existe discriminação em Paris!
O parisiense adora o “exotique!”
E acima de tudo o autêntico…
E nunca esqueça, o parisiense é mal humorado por princípio. Se alguém gritar com vc, responder mal, etc, não deixe por menos, responda no mesmo tom.
Mas se for gentil, seja mais gentil ainda…
Abs.
Paola
Há muita discriminação em Paris por sermos latinos ou negros?
Sueli OVB
Desculpem o etnia escrito errado acima.
Sueli OVB
Vejam bem, os manequins diferentes não seguem qualquer etinia. Eles não são da raça negra, são pintados de preto, o que é bem diferente. Ninguém tem aquela cor. Acho que os manequins são apenas um suporte, nem sei se cabe aqui uma crítica, ou uma polêmica.
As vitrines das lojas mais chics e caras de Brasília têm manequins da cor preta, exibindo roupas de grifes famosas.
Helena
Olá Lina,
No Brasil não é uma pratica ter manequins diferente de branco. E aqui temos diversidade!!! Eventualmente aparece algum negro, mas, de forma alguma, é pra representar uma pessoa negra. É, sim, pela estética da vitrine, nada mais do que isso. Asiático, nunca vi. Mas, tirando um pouco a discussão sobre racismo da pauta, acho que é também pela praticidade.
Não??
conexaoparis
Mônica
É somente para me contradizer. Brincadeira. Como a imprensa andou publicando artigos sobre a ausência de manequins negros, as marcas resolveram mostrar o contrário.
Regina Rozenbaum
“Dindinha”
Só prá contar que entrei no seu blog (e estou amando) via minha Paty Amada sua afilhada. Depois ela te conta detalhes rsrs. Ele já faz parte dos blogs que acompanho.
Beijuuss no coração
Mônica
Estou aqui em Paris esta semana e, para minha surpresa, muitas vitrinas estao com manequins negros,ébano!!!
Ex: Zara, H&M, entre outras….. Sinal dos tempos??? ou modismo???
Abraço
Mônica Fleury