Por Maurício Christovão
Chegamos em Paris, no aeroporto Charles de Gaulle, pela manhã e na parte da tarde pegamos o trem TGV para Saint Malo, famoso porto da Bretanha. Ganhamos tempo, mas estávamos tão cansados que dormimos durante quase todo o trajeto de três horas.
Primeiro problema: chegar na França domingo é sinônimo de comércio fechado. Esperava comprar um chip da Orange da estação Gare Montparnasse, mas não foi possível. Todas as lojas estavam fechadas como ostra. Assunto, em breve, de um outro post.
Segundo problema: a estação ferroviária de Saint Malo é distante do centro histórico, o famoso intra-muros. E era lá que estávamos hospedados. E diante da estação, pouquíssimos táxis, por ser domingo. Encontramos uma plaquinha com um número de telefone para chamar um táxi, mas sem chip francês, nada feito. Finalmente dividimos uma van com um francês e chegamos ao Hotel Nautilus, bem situado e recomendado no TripAdvisor. Não nos decepcionamos. Os donos são gentis.
No dia seguinte, fizemos uma caminhada pelas muralhas que circundam Saint Malo.
Fomos até o quebramar que avança por centenas de metros, protegendo uma parte do porto. Dalí tem-se uma bela vista das muralhas e das ilhas fortalezas de Grand Bé e Petit Bé.
As duas são acessíveis a pé, na maré baixa. Como as marés são importantes, uma sirene toca quando for hora da retirada devido à subida das águas.
Na praia existe uma curiosa piscina que só aparece na maré baixa, cercada apenas por três lados, aproveitando o declive natural da praia. A água é renovada em toda maré alta. Ela deve ser bem fria, pois não vi ninguém nadando.
Saint Malo sempre foi um porto importante e na Segunda Guerra foi muito bombardeado. A reconstrução foi primorosa e as casas e muralhas parecem mesmo de séculos passados. O nome da cidade vem de um monge irlandês da Idade Média, que se chamava McLoud, e que com a pronúncia francesa virou Malo.
A cidade possui um litoral extremamente recortado, com vários canais e pontes (algumas levadiças), o que às vezes interrompe o trânsito de automóveis para dar passagem a alguma embarcação. Ficamos lá quatro dias e isso ocorreu duas vezes. A região é muito procurada por embarcações de recreio e possui diversas marinas e atracadouros.
A ligação de Saint Malo com o mar é antiga. René Duguay-Trouin, que tomou a cidade do Rio de Janeiro em 1711 cobrando resgate para sua libertação, e que para nós é um corsário, em Saint Malo é reverenciado como almirante da esquadra francesa e possui uma bela estátua sobre a muralha.
Em frente à estátua de Robert Surcouf, colonizador do Canadá, há um mirante com uma mesa de azulejos e os lugares onde os navegantes “malouins” estiveram.
Para os interessados em boas fotos, existem duas Saint Malo: a cidade na maré baixa e na maré alta. Vale a pena consultar a tábua de marés – a do Mont Saint Michel serve – para escolher o melhor horário.
Nós planejamos pegar a maré da lua cheia de setembro, uma das maiores variações do ano, 12 metros!!! E deu certo. Mas existem outras datas boas também.
Muito cuidado com as marés, que não estão para brincadeira. Informe-se sempre.
Outra dica para as fotos: à tarde as muralhas adquirem belos tons de dourado ao pôr do sol, que também é bonito. Leve agasalho, pois mesmo no verão, o poderoso vento da Bretanha é bem frio.
Na Saint Malo histórica, intramuros, encontramos muitos hotéis e restaurantes. A rue de Dinan concentra uma boa parte do comércio, principalmente o de lembranças para turistas. Evidentemente o forte da região são os frutos do mar. Almoçamos no Le Boujaron, que fica na esquina de Saint Philippe com Dinan, a “formule du jour” com uma bela panela de “moules”. A nota foi de 32 euros para duas pessoas, com água mineral e café expresso.
Pode-se circular de carro no intramuros, mas o estacionamento é difícil. Não pegamos o carro nos primeiros dias, preferindo conhecer Saint Malo a pé. Existe, é claro, um trenzinho que percorre os principais pontos turísticos, mas preferimos caminhar.
O estacionamento mais próximo da entrada principal é junto à marina e tem um macete: entre as 19:00h e as 8:00h do dia seguinte é bem baratinho, em torno de 3 euros. Então valia a pena sair de manhã com o carro para os passeios nas cidades próximas, como Mont Saint Michel, Cancale, Dinard e só voltar no fim da tarde. Com o horário de verão, só escurecia depois das 20:00h. O estacionamento não tem cerca nem vigia, só cancela automática, logo não “dêem mole” com seus pertences.
Próxima à entrada principal de Saint Malo intramuros, a Porte Saint Vincent, fica a Place Chateaubriand, que reúne diversos bares, restaurantes e alguns hotéis. Esta praça fica movimentada até mais tarde.
Se precisarem comprar alguma utilidade, como baterias, memória para máquina fotográfica ou mesmo algo para lanchar, existe um Carrefour numa das saídas da cidade – rodovia D137 – próximo ao acesso ao Aquário de Saint Malo, que é muito interessante e vale a visita para os amantes do mar.
Uma parte da “trilha sonora” de Saint Malo é o grasnar das gaivotas, incessante durante o dia, nas regiões próximas ao mar, como o nosso hotel. Elas são bem robustas e não se incomodam muito com as pessoas, permitindo serem fotografadas de perto. São tão numerosas quanto os pombos em Paris… Aliás, quase não vi pombos em Saint Malo. Acho que as gaivotas os espantam.
Gostamos muito de Saint Malo, mas ficamos devendo o passeio aos fortes de Grand Bé e Petit Bé e também uma ida às ilhas inglesas do Canal da Mancha, Jersey e Guernsey, que em apenas duas horas num elegante “ferry-boat”, nos deixa em outra realidade, segundo os folhetos turísticos… So british!!!
Informações do Conexão Paris: Como ir de Paris até Saint Malo
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22 Comentários
Madá
Maurício, concordo com Dodó! Super aquisição do CP! Já me divertia muito com seus comentários, agora nos posts ficou ainda melhor! Estivemos em St Malo há uns 10 anos e, como cariocas, tivemos essa mesma sensação com a homenagem ao nosso saqueador M. Trouen! Como assim? Mas a cidade é um encanto, mesmo no inverno é maravilhosa. Explorar a ilha antes de virar de fato ilha, com o suspense da maré ê lindo! Foi lá minha primeira experiência de cidra na xícara acompanhando crepes. Queremos mais posts !
fernanda carvalho
maravilhoso relato,estive lá com amigas e o lugar é maravilhoso.a maré estava baixa,vale a pena ir lá.
Olivia Proença dos Santos
Muito bem escrito e fotos lindas ,me deixou “com água na boca “.Obrigada !
Miriam
Estive em Saint Malo E realmente deslumbrante Preciso voltar
Ynah
Adorei, eu e meu marido estamos planejando conhecer Saint-malo no ano que vem. Obrigada!
Gisselle
Lindo lugar, tive a oportunidade de passar um dia e arrisquei um mergulho no mar de águas geladas em pleno verão! Saudades! Obrigada pelo post!
Marcia Lube
Bom relato, gostei muito.
Tudo muito bem explicado.
Mauricio Christovao
Obrigado, Dodô!!! Rubro de modéstia, aceito o elogio, vindo do maior cronista do CP, e o mais engraçado é que sou conciso no texto, mas ao vivo falo pelos cotovelos. Se você ainda não conhece a região, vale a pena pegar um TGV e explorar Saint Malo e redondezas. A cidade é um charme e tem muita história.
ANTONIO NOVAIS SANTANA
ESTELOU ORGANIZANDO O ROTEIRO PARA VIAGEM A FRANÇA EM ESPECIAL A PARIS,VALE DO LOIRE,BRETANHA,MONTE S MICHEL, VALE DO LOIRE E CASTELOS, ONDE POSSO CONSEGUIR LITERATURAS IMPRESSAS??SE FOR POSSIVEL ENVIO O MEU ENDEREÇO DE CORRESPONDENCIA.
OBRIGADO
Rodrigo Lavalle
Antônio, procure no site de grandes lojas como a Livraria Cultura e a FNAC. Se você lê em inglês ou francês procure no site das lojas Amazon americana ou francesa e FNAC francesa.
Abraços.
Evandro Barreto (Dodô)
Gostei muito da matéria sobre uma região da França que não conheço. Gostei igualmente da revelação do ano: Mauricio Christovão, repórter. Enxuto no estilo, objetivo na informação, competente com a câmera. A placa do “almirante” me dá ensejo a espalhar um boato. Dizem que o iate de um descendente dele foi visto rondando as áreas do pré-sal.