Mais uma dica para a lista de presentes de Paris. Os sabonetes Fragonard, fabricados pelo famoso parfumeur francês cuja usina se encontra em Grasse, perto de Cannes, Nice e Aix-en-Provence.
A usina pode ser visitada. Os turistas seguem as fases da produção de perfumes, sabonetes e presentes perfumados. Em Paris, a marca possui um pequeno museu ao lado da Opera Garnier (9 rue Scribe 75009 Paris). Devo confessar que nunca o visitei. Existem várias lojas Fragonard em Paris, uma delas dentro do Louvre.
Carrousel du Louvre 99 rue de Rivoli.
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52 Comentários
Cláudia Oiticica
Marcello,
concordo com tudo. Tenho o livro A Era Chanel, já assisti O Leitor.
Para aqueles que querem conhecer um pouco mais da difícil personalidade dela, o Eurochannel reprisa vez por outra o documentário “Gabrielle Chanel”, onde a mesma dá vários depoimentos, alguns com visível irritação.
Alguém assistiu a maravilhosa peça Mademoiselle Chanel, com a Marília Pêra?
Eymard
Marcelo e LuciaC, que discussão interessante e efervescente! Estou aqui de “butuca” só apreciando e aprendendo. Nem se desculpe, Marcello, o seu texto lê-se com muito prazer, como se você tivesse “conversando” com a gente. É disso que gosto neste blog. Sinto-me como que sentado na janela, batendo literalmente papo com os demais participantes. Quando nada sei sobre o assunto. Ai que eu gosto mais! Pois tenho oportunidade de aprender e sair fazendo as minhas pesquisas! Muito bom.
Marcello Brito
Desculpem pelos erros imensos de concordancia…
Marcello Brito
Luciac,
Concordo com quase tudo que vc falou.
Chanel é uma instituição francesa e a França sempre teve tradição em dar acolhida a artistas e pensadores enrascados em posição dificil.
O escritor Céline, nazi de carteirinha, fugiu da frança após o fim da guerra, foi julgado e condenado a revelia, mas voltou tb no meio dos anos 50. Para não ir à prisão foi declarado louco, o que não era, com o apoio de varios intelectuais. Assim pode voltar e depois foi anistiado.
Genet, bandido, escroque e que tais, escreveu o que escreveu e também teve a seu lado muitos intelectuais na sua luta na sarjeta.
Ezra Pound que foi junto de T.S. Elliot o maior poeta do sec. XX chegou a se filiar ao partido facista italiano , era um belicista e adorava mussoline. Foi preso evidentemente ao final da guerra e mais uma vez teve um grupo de intelectuais ao seu lado para declararem a sua interdição mental e assim ser solto.
Mas não é verdade que a maioria dos artistas ou intelectuais franceses ou europeus eram colaboracionistas ou nazistas. Muito pelo contrario.
A grande esmagadora maioria dos pensadores e artistas estavam do lado da liberdade e da democracia e se recusaram a colaborar.
Acredito que cada um tem a liberdade de agir como bem entender, mas sempre deverá responder por seus atos.
Pessoas humildes ou mesmo instruidas mas sem relevancia de poder tiveram ao final da guerra que responder por seus atos perante os tribunais.
Os colaboracionistas anonimos foram julgados e exemplarmente condenados.
Quem viu o filme O LEITOR sabe do que estou falando.
Chanel poderia ter escolhido um caminho. Mas escolheu outro e ela não foi jamais uma inocente util.
Poderia ter escolhido o caminho de tantos que lutaram contra a opressão como por exemplo da extraordinaria Princesa Marie Bonaparte que com seu poder imenso, ligava para o presidente frances para dar ordens e era capaz de gritar com generais da SS, salvou pessoalmente Freud de ser mandado para um campo de concentração, arriscando sua propria vida.
De Gaulle teve como politica de estado unir a França ainda dividida no pos guerra entre os que colaboraram acintosamente e os que resistiram.
Nesse sentido, de varias biografias foram sutilmente apagadas as maculas do passado.
Mas Chanel será sempre maior e mais humana porque justamente tem a dimensão trágica de todos nós, com seus acertos e terríveis erros.
LuciaC
Que assunto delicioso, Marcello!
Vou entrar nesta conversa…
“Uma mulher sem perfume é uma mulher sem futuro”.
Assim falou Chanel cuja vida foi longa, criativa, rica em vivencias e relacionamentos.
Pragmatica, resiliente, sem duvida era mais levada pelo opurtonismo que pela ideologia.
Na epoca da ocupação era sempre vista no Ritz com “Spatz”. Spatz (pardal, passaro que esta´em todos os lugares…) era o sobriquet de um charmoso oficial de Hittler incumbido de preparar a tomada da França pelos alemâes. O Hotel era o quartel general dos nazistas em Paris e fica bem pertinho de rue Cambom. Contam que em conversa com Cecil Beaton , Chanel declarou: “uma mulher da minha idade não pede o passaporte de um possivel amante” (ou palavras com o mesmo significado) para justificar o caso com von Dincklage.
Colaboracionista, como a maioria dos intelectuais e artistas deste tempo, foi presa mas logo solta pela influencia de Churchill, poupada da humilhação de ter a cabeça raspada e da exposição em via publica.
Exilou-se com seu paramour em Lausanne , Suiça para voltar a sua atividade profissional em Paris na metade dos anos 50. Sua coleção de recomeço não foi bem aceita pois o novo conceito em moda era o new look de Dior. Ou talvez porque as marcas e consequencias deixadas pela guerra ainda fossem recentes
Mas o destino nunca deixou de sorrir para Chanel, Marylin Monroe declara que para dormir só usa Chanel no 5 e logo depois segue-se o famoso tailleur cor de rosa e ela torna-se mais uma vez o simbolo da liberação e do poder feminino. Se os homens sempre lhe foram a inspiração as mulheres é que lhe trouxeram a fortuna.
Como bem disse Beth, ela foi e sempre será uma instituição francesa.
“How many cares one loses when one decides not to be something but to be someone.” Não há como discordar.
O futuro de Chanel vai além da sorte e segue após sua morte.
MARA
Olá…
Quando estive em Paris, fui visitar a loja dentro do Louvre.
Aliás, os produtos deles são maravilhosos!
Trouxe vários perfuminhos, sabonetes e até toalhinhas perfumadas..
Vale a pena olhar o site.
E, para quem for a Paris, na saída do Louvre, passe pela loja!
Bjs, Mara.
Claudia Amado
Ha!!! em Buenos Aires conheci uma” jaboneria gourmet” imaginei o que será isso?
Lá conhecí o conceito de uma jaboneria artesanal para estimular sentidos e recordar aromas tão deliciosos como cotidianos.
http://www.lapasionariaargentina.ar
Dica para os viajantes de plantão.
Besos
Claudia Amado
“El perfume es la forma más intensa de recuerdo.”
Antonio Tabuechi
Não poderia deixar de comentar por que sabonetes e aromas em geral são uma paixão para mim.
Ainda guardo o aroma de Paris em chás e sabonetes que comprei no Bom Marché. Minhas gavetas, armários e baneiro estão perfumados até hoje.
Lina, adorei o post eu não conheci a fragonard, mais um que fica pra próxima.
Bjos
Tania Baiao
Caros comentaristas::
Acompanho o conexãoparis há anos!!!
Adoro tudo como todos os apaixonados por Paris!!!
Não costumo deixar comentários com frequência, mas hoje não resisti!!!
O blog está se tornando uma revista cultural excelente!!!
Obrigada Eymard e Marcelo Brito (para citar os de hoje) pelas pesquisas…
Sempre que eu lia alguma coisa que me deixava curiosa, saia a procurar mais informações!!! Agora, vocês o estão fazendo antes!!!
Muito bom!!!
Abraços,
Tânia
Marcello Brito
Beth,
A biografia dela lançada no brasil a uns 3 ou 2 anos atras, ” A ERA CHANEL” , edit. Cosac Naify, fala sim desse amante alemão. Ele era de alta patente da Gestapo e se conheveram no RItz.
Para quem quiser saber tudo sobre a vida dela é a biografia a ser lida.
É completa e nao omite nada. A edição brasileira é primorosa, parece um livro de arte, com prefacio da Constanza Pascolato.
Ela retornou à França acho que em 56 ou 57. Mas foi bastante hostilizada pela imprensa e pelo meio intelectual frances que a riscou do mapa. Ela evitava comparecer em eventos publicos. Com Dior dominando a cena suas coleções foram consideradas ultrapassadas e fracassaram.
O que a salvou foi o pragmatismo do mercado americano, como sempre pouco afeito a mancadas na biografia dos mitos. Rejeitada na França se virou para os EUA onde obteve consagração tardia. Com DeGaulle limpando a barra e a gloria na america finalmente nos 60 pode voltar em paz ao panteão frances dos mitos revolucionarios do sec xx.