Quando aqui cheguei para fazer o doutorado, morei treze anos na rue des Ecouffes, pertinho da rue des Rosiers, no Marais. Na época, o coração do então chamado “gueto judeu”. O Marais era um bairro heterogêneo e divertido onde coabitavam judeus, homosexuais, antigos moradores e seus pequenos comércios, novos moradores e seus lofts caríssimos. Eu discutia com o livreiro meu vizinho, tomava sauna na rue des Rosiers, jantava com frequência no restaurante Goldemberg, cortava cabelo do lado de casa e tinha a minha farmácia e minha padaria preferidas
Área central e uma das únicas com traços da elegante arquitetura dos séculos anteriores ao Barão Haussmann, a elitização do bairro era inevitável. E com a chegada de uma população de grande poder aquisitivo, o infernal processo de uniformização foi acionado.
A livraria cedeu seu lugar para Nike.
O conhecido restaurante Goldenberg, palco de um atentado contra a comunidade judaica em 1982 , foi substituído por uma loja de roupas.
O Hamam Saint Paul virou o endereço da marca COS.
A minha boulangerie (padaria) sumiu e hoje vejo somente roupas masculinas.
A farmácia, coitada, vende azeite.
O meu coiffeur (cabeleireiro) foi expulso por uma loja vintage.
E o exemplo que fecha a série. Um antigo comércio de cavalos é o endereço de conhecida marca japonesa famosa pelas suas meias.
Não sou especialmente saudosista. Gosto do presente, do aqui e agora. Mas não posso deixar de pensar com carinho em momento passado, quando este bairro possuía uma personalidade marcante.
Como as fachadas são classificadas, a história das transformações fica registrada.
Fotos Kátia Becho.
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58 Comentários
Katia Becho
Jane e Madá,
obrigada.
Costumamos brincar, Lina e eu, que ela é o Sherlock Holmes e eu o seu ‘caro’ Watson :). Também adoro essa parceria.
Abs.
Kika Mello
Lina
Concordo com Pujol.
Gosto muito desses posts que fazem a crônica da cidade…e que cidade!
Patrícia V.
Lina
Adoro esse tipo de post, o seu olhar parisiense…
O que menos me incomodaria seria a Oliviers & Co., que acho um charme, além dos excelentes produtos.
Abraço
Flávia Carioca
Oi Lina,
Eu também conheci o Marais dos tempos antigos…
Depois de anos sem retornar a Paris, daqui a alguns meses estarei aí e agora, vendo esse post seu, vou entender melhor o que aconteceu ao Marais e vou entender também porque na fachada está “boulangerie” e lá dentro tem roupas, rsrsrs…hummm, se não fosse esse post eu ia “boiar” ao ler boulangerie e ver outros artigos na vitrine, eheheh!
beijinhos e lindo post!
Flávia
jorge fortunato
CINTIA
Esqueça botas e casaco de couro. A temperatura pode até estar um pouco baixa, mas não será tão frio. É claro que vc deve levar um casaco, mas nada muito pesado.
andrei polessi
Lina! Ótimo post. Indo AGORA pro Marais conferir essas mudanças e pensar um pouco sobre essa transição natural e que tanto nos frustra. Acho que depende da gente também começar a filtrar e não aderir à essa pasteurização, optando pelo livreiro local ao invés de uma Fnac e por aí vai, não?! Obrigado, minha estadia em Paris tem sido maravilhosa com muitas de suas dicas,….Abs!
andrei polessi
Lina! Ótimo post. Indo AGORA pro Marais conferir essas mudanças e pensar um pouco sobre essa transição natural e que tanto nos frusta. Acho que depende da gente também começar a filtrar e não aderir à essa pasteurização, optando pelo livreiro local ao invés de uma Fnac e por aí vai, não?! Obrigado, minha estadia em Paris tem sido maravilhosa com muitas de suas dicas,….Abs!
Cláudia Oiticica
Realmente, Lina. Está tudo bem diferente. Me lembro quando estive lá há mais de 30 anos em busca de um local que vendia termômetros especiais. Achei tudo muito sombrio e não vi grandes atrativos. Já tentei encontrar esse endereço depois, mas não faço mais idéia de que rua era, só sei que o metrô que desci era o Saint-Paul.
Ainda bem que o “infernal processo de uniformização” de Paris é bem mais light do que os daqui e pelo menos respeita a identidade inicial do imóveis.
O Marais pode não ser mais o mesmo, mas continua harmonioso e o bom é que se tornou um lugar bem agradável e animado. Eu, apenas como uma simples turista, aprovei as mudanças, mas posso imaginar que para você, ex-moradora do bairro, essas mudanças levam outros sentimentos junto com elas.
Madá, bem lembrado! Cenas hilárias! Acho que a maioria da nossa geração conhece o filme.
Cintia Romero
Olá, Lina. Estou chegando em Paris no dia 13 de junho. Qual a temperatura média que devo encontrar? Dá pra usar botas? Casaco de couro?
E sobre Versailles: O espetáculo musical das fontes acontece à tarde ?
Obrigada pela ajuda.
conexaoparis
Cintia
Estamos na primavera e as francesas, que passaram o inverno de botas, já estão com sapatos mais leves.
Nâo me aventuro mais em prever temperaturas. Melhor consultar site de meteorologia.
Mas veja as previsões na página do Conexão Paris.
Madá
Lina e Katia, essa parceria fica cada vez melhor!!
Eu concordo com os comentários da Place de Vosges. Em minha primeira visita a Paris, após conhecer “todos” os pontos turísticos, pedi a um primo que morava em Paris a sugestão de um lugar turístico, mas fora do circuitão. Foi assim que conheci a Place de Vosges em 1973, meio abandonada e em um bairro residencial de difícil acesso, o Marais.
Para os saudosistas, recomendo fortemente o filme As aventuras de Rabi Jacó com o Louis de Funès. Várias cenas se passam nas cercanias do Goldberg da foto da Katia, incluindo o próprio. É muito divertido tentar identificar as locações.
Eu também fiquei triste com a invasão da farmácia, mas adoro os azeites, tapenades e outras delícias da cadeia Oliviers & Co.
Passei uma temporada no Marais na década de 90 maravilhosa e hj acho que o Alto Marais ainda tem um pouco do que foi o Marais alternativo da década de 90.