Por Kátia Becho
Tire o tempo de uma sessão de cinema e dê um pulinho no Hôtel de Ville para conferir, de graça, a exposição Paris vu par Hollywood. É uma deliciosa exposição que traz alguns fragmentos de filmes rodados na cidade, além de documentos e objetos interessantes sobre alguns dos mais de 800 longas que tiveram Paris como cenário. E, em alguns deles, a cidade era isso mesmo: apenas um cenário. O cineasta alemão Ernst Lubitsch, que fez grandes filmes com Greta Garbo e Marlene Dietrich nos anos 30, sentenciou com bom humor: “Existe a Paris-Paramount, a Paris-MGM e a Paris na França. A Paris-Paramount é a mais parisiense de todas”. Depois de filmar 8 vezes “em Paris” sem nunca ter colocado um tripé na cidade, ele devia saber do que estava falando.
Nessa exposição, que fica até o dia 15 de dezembro, você vai ver extratos de filmes, de roteiros, de planos de filmagem e até de plano de marketing para divulgação de um filme nos anos 50. Verá croquis delicadíssimos da diretora de arte francesa que trabalhou para Sofia Coppola em “Maria Antonieta” e para Woody Allen em “Meia-noite em Paris”. Verá fotos raras e objetos icônicos, como as criações de Givenchy para serem vestidas pela bonequinha Audrey Hepburn, a mais parisiense das atrizes de Hollywood. Mas verá, principalmente, como a sétima arte contribuiu decisivamente para que os turistas americanos construíssem uma imagem idílica de Paris. E assim, de clichê em clichê e de frame em frame, verá como o cinema americano influencia nosso olhar sobre Paris há quase 100 anos.
Hôtel de Ville: Salle Saint-Jean
(atrás da fachada principal, pertinho da Rivoli)
Todos os dias, exceto domingos e feriados, de 10h às 19h.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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14 Comentários
Katia Becho
Dodô, ‘c’est magnifique!’
E acho que você vai gostar dessa brincadeira de Hitchcock, um dos extratos exibidos nessa exposição: http://www.ina.fr/art-et-culture/cinema/video/CAF90004522/alfred-hitchcock.fr.html
Lina
Katia
Adorei.
Cláudia Oiticica
Maravilha!! Amaria poder ver essa exposição! Torcer para que depois de dezembro ela tenha alguma previsão de vir ao Brasil, como já aconteceu com outras mostras que passaram pelo Hotel de Ville.
Evandro Barreto
Katia,
Ótima resenha, com direito a uma citação do gozador Lubtisch. Para mim, a mais idílica visão da cidade que os americanos já levaram à tela foi “An american in Paris”, que no Brasil (sabe Deus a razão) virou “Sinfonia de Paris”. Tinha música de Gershwin, dança de Gene Kelly, o humor ácido de Oscar Levant e a inspiradíssima direção de Vincent Minelli. Tinha até concierge bem-humorada!
Já revi não sei quantas vezes, sempre com grande prazer.
“It’s wonderful”!
Abraço,
Dodô
Katia Becho
Madá,
que honra receber um elogio de uma ‘pitaqueira-mór’ como você. Obrigada 🙂
Eu também adoro Cinderela em Paris. A gente sai da exposição com vontade de assisti-lo de novo – e com uma lista de outros filmes pra ver e rever.
Um beijo pra você.
Katia
Madá
Essa expo está bem badalada, mas adoro o olhar e os textos da Katia Becho. Cinderela em Paris (Funny Face) é o meu preferido. Adoro a Garbo em Ninotchka. Porém, só fui ver esses filmes depois de conhecer Paris ao vivo. Logo, minha paixão não se deve à Holywood, mas, talvez, indiretamente, sim, pelas pessoas da minha família que me influenciaram.
Mauricio Christovão
O cinema americano fez muito pelo turismo, com filmes como “Casablanca”, “Gigi”, “April in Paris”, “Sabrina”, que criavam uma Paris idealizada, onde as pessoas levariam uma vida livre e voltada às artes. Outra força poderosa foram os pracinhas americanos que na campanha da libertação da França conheceram uma cidade muito diferente daquelas a que estavam acostumados e voltaram depois como turistas, trazendo suas famílias.
Beth
Eymard, sempre há tempo!
Considere a possibilidade de ir até Paris…
Abs.
Nilza Freire
Maravilha! Eu estarei lá, depois conto. Realmente quem estiver em Paris não deve perder! Obrigada, Lina!
João Newton
Oi, mas acredite que essa postagem ja foi feita no meu site.
Eymard
Paris por Hollywood no Hotel De Ville e Edward Hopper no Grand Palais. A América em Paris. Pena não estar por ai para compartilhar isso.