Melhor nos habituarmos com os ratos de Paris. Problema insolúvel. Encontramos os bichinhos em todos os locais da capital: nos jardins, restaurantes, lojas…
Antes, eu entrava em pânico. Agora, trinta anos mais tarde, fico indiferente. O problema não tem solução.
Quando eles aparecem de novo, chamo mais uma vez o serviço de desratização sabendo que o resultado é precário. Na esfera doméstica, não são ratos e sim camundongos. Mesmo assim o resultado é de curta duração.
E a situação fica muito pior quando temos obras no bairro, sobretudo obras no sub-solo de Paris. Aí a coisa fica difícil. Os ratos e camundongos, perturbados nos seus hábitos, sobem ou procuram novos lugares e se esparramam para todos os lados.
Normalmente eles não circulam nos quartos e ficam restritos aos espaços onde encontram migalhas como cozinha e sala de jantar. Uma solução higiênica é guardar todos os alimentos em caixas herméticas.
Outra solução, além das ações das empresas especializadas, é usar e abusar das tradicionais ratoeiras. Os ratinhos que aparecem em casa, mostram uma preferência pelo queijo de cabra maduro. Atraídos por este cheiro, caem na armadilha. Se o marido não estiver em Paris, jogo tudo fora e compro outra ratoeira idêntica. Marido não consegue entender porque não posso pegar o bichinho desmaiado e fechá-lo em um saco plástico. Coisas de francês.
Ao longo dos anos li muitos comentários dos leitores sobre ratos nos restaurantes e nas lojas de Paris. Melhor vocês se habituarem e observarem este bichinho através da imagem simpática veiculada pelo filme Ratatouille.
Ratos no jardim do Louvre
Recentemente, a revista lepoint.fr publicou fotos do fotógrafo francês Francolom Xavier de ratos no jardim entre o Louvre e o Tuileries. Atraídos pelas migalhas dos piqueniques, eles “sobem” durante o dia, tranquilos, e circulam entre as pessoas. Parece que as crianças ficam encantadas com estes bichichos mais verdadeiros que o desenho animado.
E a revista LeFigaro.fr mencionou o problema em outro artigo ilustrando com vídeos de turistas publicados no You Tube. Se quiserem ver é só clicar aqui.
Ainda bem que estes grandes não entram nos apartamentos. Porque aí não saberia qual rumo tomar.
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56 Comentários
Deo Campos
Lina, gostaria de saber quais as atitudes tomadas pela Prefeitura. Afinal, Rato em contato com humanos leva, inevitavelmente, a doenças. Pobres habitantes de Paris!
Rodrigo Lavalle
Deo, a prefeitura toma as medidas de controle e extermínio necessárias mas é sempre uma guerra vencida. A própria vida na cidade nutre os ratos. Talvez uma boa idéia seria aumentar a população de gatos e aves de rapina de Paris…
Na verdade os pombos, tão bucólicos e tão parte do cenário da cidade, também transmitem inúmeras doenças. Só que eles não são tão estigmatizados quando os ratos. Inclusive um dos apelidos dos pombos é ‘ratos com asas’.
Abraços.
Grazi
Uma dica legal é colocar telas nos ralos, assim não tem como eles subirem.
Agora em relação a que rumo tomar quando entrar ratos grandes na sua casa, seria o da porta da saída mesmo Kkkk
Roseli Iemini
Cheguei sábado de Paris e realmente vi ratos ou ratazanas enormes no jardim entre o Louvre e o Tulleries, à noite! Pessoas faziam piqueniques e tinha até uma festa de aniversário rolando.
Jacqueline
Um rato roeu meu croissant num hotel en Amsterdam. Só percebi quando abri a sacola do lanche no trem. Entrou na sacola, fez um rombo no envolucro e no croissant e foi embora. Felizmente não o vi. Mas perdi o lanche. O hotel era bem limpo, mas como em toda a Europa, prédio velho.
Roberto Corrêa Gomes
Já fui três vezes à Paris e, graças à Deus, não me deparei com nenhum desses “mounsiers” ou “mouseiers”. No Rio de Janeiro vejo direto. É de dar pulos. Não me envergonho em dizer: eu corro para um lado e eles correm para o outro!. Abiantô!
jorge fortunato
Não acho a menor graça nos ratos. Por sorte, nunca tive o desprazer de encontrar…
Michele Branca
Eu amo a animação Ratatouille, mas nunca imaginei que poderia ser algo real kkkkk. Não sei se por ser apaixonada pela cidade, acho até compreensível! A arquitetura e engenharia que são muito antigas facilitam a proliferação de qualquer praga. Mesmo com higiene, em ambientes mais antigos, a ação do tempo favorece a desintegração. Não vamos aceitar isso e conviver pacificamente (rsrs), mas não chega a manchar a imagem da Cidade Luz! 😉
Carmem
Eu gosto do site, mas meu espírito observador não me deixa não perceber algumas coisas. O texto, apesar de falar dos ratos e do problema que isso traz, é leve. A impressão que se tem é de um certo “acobertamento” dos comportamentos franceses. Já havia notado isso com os textos sobre os tênis. Primeiro, eram ridículos, só brasileiros usavam, pois os franceses são a nata da humanidade. Depois, quando saiu em coleção de marca famosa, ficou legal. E nem para fazer menção ao outro texto que era um tanto exagerado. Gostar de uma cidade ou de uma cultura não é passar por cima ou aliviar tudo. Ratos podem trazer doenças, isso não é diferente em Paris. Fingir que é um desenho animado não alivia.
Adriana Pessoa
Nos encontramos com um desses gigantes nos Jardins des Tulleries ,enquanto descansávamos depois de horas no Louvre. Meu filho quase caiu duro, mas depois rimos muito do nosso amiguinho
Rémy.
Ricardo
Lembrei de uma vez em que estava no Louvre, apareceu um destes camundongos, e uma italiana achou engraçado e gritou: “Ratatouille”. Todos caíram na gargalhada.