Após os longos meses frios do inverno todos nós precisamos de sol, muito sol.
Desde os primeiros dias quentes da primavera pegamos nossos jornais, livros e cestinhas de piqueniques e saimos à procura de um espaço livre nos escassos gramados acessíveis ao público.
Nunca entendi esta avareza, esta política de liberação de raras parcelas de pelouse nos jardins parisienses mais centrais.
No Jardin des Tuileries o público se instala nas cadeiras ou nos bancos. Todo o gramado deste jardim está proibido aos usuários.
No Jardin du Luxembourg, fora esta pequena área liberada para aqueles que querem estender uma toalha, deitar, relaxar, os vigias circulam o dia todo impedindo o uso dos gramados como espaço de lazer.
O jardim central mais democrático é a Place des Vosges, no Marais. Mas ele é pequeno e nos primeiros raios de sol não temos mais lugares vagos.
O jardim Champs de Mars, na torre Eiffel, está fora de cogitação. O único espaço liberado para pisar fica tão cheio de turistas que se torna impraticável.
Claro que existem pequenos jardins secretos, conhecidos somente pelos moradores do bairro. Mesmo nestes espaços confidenciais, o “proibido pisar na grama” é a norma.
Para termos gramado “à vontade” subimos até a Buttes Chaumont, até o Parque La Villette ou saimos de Paris direção os bosques Boulogne ou Vincennes.
Por isso fiquei encantada com o Royal Botanic Garden de Sidney. Eles faz parte da lista dos mais bonitos jardins situados em áreas centrais urbanas da Condé Nast Traveller. Este jardim botânico acolhe as pessoas com a seguinte frase: os visitantes estão cordialmente convidados para caminhar nos gramados, para trazer um piquenique, para abraçar as árvores, para conversar com os passarinhos.
Na mesma lista da Condé Nast se encontra o Jardins de Tuileries, ponto de encontro dos parisienses desde o século XVI. Sua localização excepcional nas margens do Sena, entre a Concorde e o Louvre e suas esculturas maravilhosas o tornam um dos mais bonitos do mundo. Pena que os painéis não sejam tão cordiais como o australiano.
Nesta mesma lista de jardins urbanos extraordinários encontramos o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o do Claustro da Catedral de Barcelona, o Roseiral Comunal de Roma, o Jardim Botânico de Chelsea, o Koishikawa Korakuen Gardens de Toquio, o Jardim Botânico de Singapura, o Have Hill no Bronx/New York e o International Rose Test Garden de Portland, no Estados Unidos.
Destes todos eu conheço somente três: Paris, Rio e Barcelona.
Clique aqui para ler o artigo da Condé Nast Traveler.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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10 Comentários
Eiran
O Parc Monceau fica lotado de pessoas na grama.
Natael
Estranho, ano passado fui a Paris e tive a impressão de que a grama era o habitat natural do parisiense rsrs.
Pelo menos na esplanada des Invalides tenho certeza que não existe nenhuma restrição.
Mauro
Esta para mim é nova. Estive em Paris em agosto de 2013 e por todos os lugares que andei, todos os gramados estavam entupidos de gente. Só para ficar em dois bem conhecidos em que nós sentamos na grama e relaxamos: Jardins das Tuileries e na praça da Tour de SanJacques.
Maurício Christovão
Questão de ordem prática: É claro que é uma delícia ficar deitado ao sol num gramado, mas será que a vegetação vai aguentar milhões de pés de turistas ??? Em breve os belos jardins iam ficar parecidos com a pequena área dos campos de várzea, que não nasce grama onde o goleiro pisa…
Zélia Maria Sereno
No Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Brasil), meu filho tirou a camiseta e foi chamado pelo vigia que lhe deu uma bronca! Onde já se viu? Um tremendo calor, dentro de um lugar cheio de árvores, gramados… e não pode tirar a camisa?? E nunca vi por lá ninguém sentado no gramado! Moro em Curitiba (Paraná), e no Jardim Botânico sempre há pessoas sentadas nos gramados, usufruindo uma boa sombra e descansando do passeio pelo extenso espaço. Bem mais coerente!
Tereza Cristina Alvarenga Guimaraes
Descansar na sombra, deitar e cochilar na grama na Place des Voges eh maravilhoso, principalmente quando o vinho do almoco eh bom…. Delicia !
Jacqueline
Em Buenos Aires, a Praça San Martin ficava cheia de pessoas deitadas ao sol e também na Recoleta. Achava engraçado aquilo, uma vez que não temos esse hábito no Brasil. Pensei que em Paris fosse igual à Argentina e é uma surpresa saber dessas proibições.
Lia silveira
E os jadins das Tuileries? A gente fez um piquenique lá no verão de 2011! Lindo, cheio de pássaros…se era probibido, escapamos ilesos..rsrs
regina
Realmente a França é muito linda, Paris entao nem se fala!!
Aline Scheffler
Olá! Sigo os posts de Conexão Paris há tempos, desde que, em 2010, moramos alguns meses na cité… E dessa vez, em especial, quero registrar minha satisfação justamente porque daqui há uma semana estamos indo a Paris e ficaremos 15 dias na capital num apê alugado de frente para o Buttes Chaumont! Este foi um dos nossos parques eleitos como queridinho do coração desde que o conhecemos e agora foi uma delícia ter a certeza de que poderemos nos refestelar nos gramados do parque!! Obrigada por compartilhar e parabéns pelo trabalho primoroso ao escrever sobre essa cidade apaixonante!!