Algumas dicas para que pessoas com mobilidade reduzida possam aproveitar Paris sem stress e surpresas.
Transporte:
– Para as pessoas com mobilidade reduzida, o metrô é o meio de transporte menos indicado. Todas as estações possuem, em algum momento, um, alguns ou vários lances de escadas. Com exceção das estações da linha 14 e de algumas estações aéreas das linhas 2 e 6, a maior parte não possui elevadores. O site vianavigo tem um serviço de informação sobre a acessibilidade do transporte público em Paris e região, incluindo mapa mostrando as estações com acessibilidade. É possível ligar ou enviar um email para o serviço e se informar sobre o trajeto que se quer fazer.
– Os ônibus são uma opção mais indicada. Todos são adaptados e possuem assentos e espaços reservados. Existem linhas que fazem quase os mesmos trajetos das linhas de metrô. Outra grande vantagem dos ônibus é ir apreciando a cidade durante o trajeto. Aqui vocês encontram o mapa das linhas de ônibus e aqui podem pesquisar os trajetos que desejam fazer inclusive selecionando a opção “itinerários acessíveis às pessoas com mobilidade reduzida”.
– Achar táxi em Paris pode ser uma tarefa difícil (especialmente à noite/madrugada). O conselho é baixar o aplicativo para smartphone da empresa parisiense de táxis G7. Através dele é possível chamar um táxi imediatamente, mesmo estando na rua, ou fazer um agendamento sem precisar falar com ninguém. Eles possuem carros adaptados e um número de telefone exclusivo para pessoas com mobilidade reduzida (+33 1 47 39 00 91). A G7 é boa e confiável.
– Contratar um carro com motorista brasileiro durante a estadia é uma opção que vale o investimento. Envie um email para [email protected] e peça um orçamento.
– No geral as calçadas da cidade são boas e existem rampas. Em alguns bairros como o Marais e o Quartier Latin, as calçadas são mais estreitas.
Museus e monumentos:
– A maioria dos museus e monumentos é acessível e adaptada. Alguns totalmente e outros menos. Como se tratam de construções antigas, extremamente resguardadas pelo Patrimônio Histórico, às vezes elas não são passíveis de serem totalmente adaptadas. Exemplo: o Arco do Triunfo é acessível até certo ponto mas, para se chegar ao terraço no topo, é preciso subir uma escada estreita e íngreme. O salão principal da Catedral de Notre Dame é acessível mas não as suas torres.
– Alguns museus e monumentos acessíveis: Museu do Louvre, Museu d’Orsay, Centro Pompidou, Museu do Quai Branly, Torre Eiffel, Sainte Chapelle, Opéras Garnier e Bastille, Cité de la Musique, Cité des sciences et de l’industrie, Palais Galliera – Museu da Moda, Palais de Tokyo, Instituto do Mundo Árabe, Fundação Louis Vuitton, Fundação Cartier, Pinacoteca de Paris, Basílica da Sacré Coeur de Montmartre, Museu Nacional de História Natural (Galeries de Paléontologie et d’Anatomie Comparée, Grande Galerie de l’Evolution e Galerie des Enfants), Invalides (o Museu das Forças Armadas sim, a tumba de Napoleão não), Museu Rodin (térreo, jardins, café e auditório), Versailles.
– Alguns museus e monumentos não acessíveis: as torres da Notre Dame, Conciergerie, Panteão, Museu Cluny.
– Na maioria desses locais as pessoas com algum tipo de deficiência tem prioridade e gratuidade na entrada (assim como o seu acompanhante). É aconselhável pesquisar no site do museu ou monumento a política do local com relação a isso. Como justificativa, pode ser exigido um documento oficial brasileiro ou um laudo médico assinado e carimbado, com menos de 3 meses, escrito em francês ou inglês. Alguns museus, como o Louvre, oferecem cadeiras de rodas. Copiamos aqui o comentário deixado abaixo pelo leitor Leonardo Baiochi: “[…] entramos no Louvre sem pagar nada, ou seja, gratuidade para PNE e seu acompanhante desde que apresente o cartão de identificação brasileiro (aquele utilizado para estacionamento em vagas reservadas); quase todos os pontos turísticos oferecem descontos/acesso prioritário ao PNE que se identificar com cartão”.
– A região de Montmartre é bastante íngreme e com muitas escadarias nas ruas. Para chegar até a Sacré Coeur existe o funicular.
Passeios:
– Alguns passeios como o Mont Saint Michel e as caves de champanhe em Reims não são acessíveis (algumas exceções são a Veuve Clicquot e a Ruinart).
– Na empresa Paris City Vision é possível fazer as excursões desde que a pessoa esteja com um acompanhante e utilize cadeira dobrável. Antes de reservar os passeios é preciso entrar em contato com a empresa.
Hotéis:
– Grande parte dos hotéis parisienses estão instalados em antigos prédios cujos elevadores são pequenos (não entraria uma cadeira de rodas) e os corredores, quartos e banheiros apertados. Uma boa opção são os hotéis das grandes cadeias hoteleiras como Ibis e Mercure, cujos prédios são mais novos, maiores e mais bem adaptados (clique aqui e veja nossas dicas de hotéis Ibis bem localizados em Paris). Outra opção são os hotéis 5 estrelas e os hotéis palácio, com grandes e banheiros grandes e generosos… No site dos hotéis há indicação se eles possuem quartos acessíveis e adaptados. Clique aqui e pesquise no Booking, site de reservas de hotéis, opções de hotéis adapatados.
Aluguel de cadeira de rodas:
– As farmácias costumam alugar cadeiras de rodas. Nesse site há uma lista de locais em Paris e arredores (os endereços em Paris têm o CEP começando pelo número 75). É preciso deixar caução.
Caso algum leitor queira deixar um comentário contando a sua experiência parisiense, fique à vontade.
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33 Comentários
Monique Moura Ramos
Boa tarde Rodrigo,
sou eu que vou dirigir pois como ele é Hemiplegico fica dificil adaptação do veiculo, sou sempre eu que dirijo.
Monique Moura Ramos
Boa tarde, vou a Franca no ano que vem e como meu marido é cadeirante gostaria de saber onde conseguir o cartão de identificação brasileiro (aquele utilizado para estacionamento em vagas reservadas) pois vou alugar um carro.
Rodrigo Lavalle
Monique, vocês vão alugar um carro adaptado ou você que irá dirigir? O carro adaptado já vem com a identificação.
Carolina Camargo Ticoulat
Olá Rodrigo sou leitora assídua da C P e gostaria de saber aonde comprar uma cadeira de rodas Go Go pois quebrei o pé e estou imobilizada até poder voltar p o Brasil Estou no hotel Westminster na r de lá Paix Desde já agradeço muito
Rodrigo Lavalle
Carolina, tente nesse locais, sugiro que você entre em contato antes para verificar se eles possuem a cadeira que você precisa:
– MAIDÉ, 34 rue Truffaut, 75017 – tel.: 01 42 93 60 45
– ProMedis, 11 square Sainte Croix de la Bretonnerie, 75004 – tel.: 01 83 64 23 97
Leonardo Baiochi
Quero agradecer a todos do Conexão Paris, em especial este post do Rodrigo. Estive lá com minha esposa portadora de necessidades especiais (PNE) em outubro/2015 e suas dicas foram essenciais para que tivéssemos uma boa estada! Muito obrigado!
Confirmo ainda o que já foi dito pelo Conexão: grande parte das estações de metro/RER não estão totalmente adaptadas para PNEs; em algumas faltam escadas rolantes ou elevadores; o ideal é utilizar ônibus público que estão todos adaptados e atendem todos os locais necessários para um turista; entramos no Louvre sem pagar nada, ou seja, gratuidade para PNE e seu acompanhante desde que apresente o cartão de identificação brasileiro (aquele utilizado para estacionamento em vagas reservadas); quase todos os pontos turísticos oferecem descontos/acesso prioritário ao PNE que se identificar com cartão.
Rodrigo Lavalle
Leonardo, obrigado a você pelo retorno e pela dica.
Abraços.
Thiago Amaral
boa noite, sou cadeirante e comprei um pacote viagem(inclui hotel e aereo) para Paris do dia 19 a 29 de outubro, estava pensando dentro desses 10 dias visitar algum outro país, aproveitando já estar na europa. tenho algumas duvidas:
-A viagem esta muito em cima pra eu pensar nisso?
-Pensei em Amsterdam, mas parece não ter passagens low cost, sugerem outro lugar? algum com neve?
-E cadeirante tem gratuidade em transporte?
obrigado
Rodrigo Lavalle
Thiago, está um pouco em cima da hora sim pois as passagens vão encarecendo a medida que o dia da viagem se aproxima.
Você pode ir à Bruges, na Bélgica, de trem (como a viagem não é tão longa, as passagens não custam tão caro). Leia nossos artigos sobre a cidade: https://www.conexaoparis.com.br/categoria/outras-regioes/outros-paises/bruges/.
Sugiro que você pesquise nesse site http://en.voyages-sncf.com/en/ o valor das passagens de trem para Bruges e Amsterdã.
Você pergunta se cadeirante tem gratuidade no transporte público? Somente os que moram na cidade.
Abraços.
Jacqueline
No Arco do Triunfo, como é para subir ao topo? Vou com uma amiga de mais de setenta anos e eu fiz uma cirurgia de coluna, o que me obrigou a cancelar a viagem do ano passado. Como fiquei 40 dias em UTI e sofri duas cirurgias, com infecção e outros problemas, ainda não ando bem. Vou de bengala. Queria subir ao topo do arco, pois das outras vezes não o fiz. Não tem elevador? O que precisa para usá-lo, se houver? Tenho laudo, mas é em português. Posso eu mesma traduzi-lo? Meio difícil pedir a um médico ou hospital que o faça em inglês. Ainda mais que meu caso foi de erro médico. Acho que eles nem querem me ver com medo de um processo.
Rodrigo Lavalle
Jacqueline, como eu disse no artigo acima, o elevador leva até o andar abaixo do terraço aberto que fica no topo. Para chegar até esse terraço é preciso subir uma escada íngreme e estreita. A tradução tem que ser feita por um tradutor juramentado.
Abraços.
Juliana
Rodrigo, estou achando estranha a questão do laudo; primeiro porque não consegui localizar nada à respeito no site do Louvre ou da Torre Eiffel e, também porque consultei uma amiga que foi há Paris há pouco tempo e nem sequer ouviu falar a respeito desse tipo de exigência e não teve nenhum tipo de impedimento ou complicação para acessar esses lugares. De qualquer forma, continuarei procurando saber do que realmente se trata e se realmente é necessário para meu caso.
Rodrigo Lavalle
Juliana, o artigo foi escrito baseado em informações oficiais obtidas no site do Office du Tourisme de Paris (http://en.parisinfo.com/what-to-see-in-paris/info/guides/culture-and-disability/free-admission-and-reductions-for-disabled-people/free-admission-and-reductions-for-disabled-people).
“Each museum or monument decides its own policy in terms of free admission, reductions, and priority access for disabled people and accompanying person. Where admission is free or where there is a reduction, proof may be requested, such as a European Parking Card, disability official proof delivered by your country, or a medical document, written in French or in English, signed and stamped by a doctor, and dated within 3 months of the time of your visit.”
O laudo pode ou não ser exigido na entrada de cada museu ou monumento.
Abraços.
Juliana
Muito obrigada pelo post!
Comentei algumas vezes que é preciso esse tipo de informação e me alegrou ver que minha sugestão foi aceita! Vou á Paris em junho com meu marido e como ele usa cadeira de rodas essas informações foram de extrema utilidade! Principalmente sobre o transporte e o aluguel de cadeiras!
Agora precisamos é conseguir o laudo médico que você mencionou, disso não sabíamos e os sites dos museus não mencionam!
Obrigada, Rodrigo!
Rodrigo Lavalle
Juliana, o laudo é mencionado no site do Louvre, que é o padrão seguido pelos outros museus. Não sei se ele é realmente exigido (acho que depende do tipo de deficiência) mas é bom tê-lo.
Abraços.
Mauricio Christovão
Bom post, e super útil. Trabalho há vários anos ao lado de um cadeirante, que é uma pessoa enérgica e de bem com a vida, e acompanhando o seu dia a dia, pude perceber que o que para nós que podemos caminhar sem dificuldades,não é obstáculo , para o cadeirante torna-se quase intransponível. A partir daí, passei a observar que locais estão preparados ou não para pessoas com mobilidade reduzida. O metrô de Paris é eficiente e cobre a maior parte da cidade, mas é antigo, e a acessibilidade do sistema é próxima de zero. As calçadas dos lugares mais centrais e turísticos geralmente são OK, bem largas e com bom piso, e há rebaixos no meio-fio(ou guia) nos cruzamentos.
Leticia Soares
Rodrigo, tenho mobilidade reduzida e visitei Paris em setembro passado (inclusive te conheci pessoalmente, já que comprei contigo alguns tickets de trem e você me entregou no Hotel Adágio Buttes Chaumont). Realmente Paris não é uma das cidades mais amigáveis em termos de acessibilidade. Andei de ônibus durante quase toda minha estada, salvo em percursos onde eu não precisaria fazer baldeação e na linha 14, que vai da Gare Saint Lazare a Bercy. Destaco aqui a acessibilidade do Pétit Palais (me impressionou muito, pois possui passarelas até para o jardim) e da Torre Eiffel, que além de dar prioridade na fila para mim e meus 2 amigos, me deu um tratamento super cordial, educado e gentil. Eu e minha amiga pagamos metade do ingresso e o outro pagou integral, mas não precisou pegar a fila imensa que havia na dia (e já era mais de 21h). Nos ônibus, senti uma semelhança com a malandragem carioca, muitas vezes as pessoas fingiam dormir pra não ceder o lugar, postura meio latina, muito diferente do que quando estive em Londres, quando todos se levantam pra ceder o lugar. Estive em 2 chaves em Reims e ambas tinham elevadores, fica a dica: a Veuve Clicquot e a Ruinart.
Rodrigo Lavalle
Letícia, tudo bem? Me lembro de você. Obrigado pelas dicas e pelo seu depoimento. Vou alterar o artigo.
Abraços.