por Rodrigo Lavalle
Pigalle e seu entorno sempre foram conhecidos por seus bares, boates, clubes de strip-tease, sex-shops e inferninhos onde as prostitutas e os boêmios reinavam (leiam nosso artigo aqui). No entanto, há algum tempo, a parte sul dessa região começou a atrair os jovens criativos em busca de aluguéis mais baratos. Logo depois chegaram os jovens casais de classe média com seus bebês e, pronto, o quartier “virou” SoPi na mídia e nas agências imobiliárias. Com aluguéis cada vez mais altos, lógico.
SoPi então é a parte do 9º arrondissement de Paris que fica logo ao sul de Pigalle. Essa nomenclatura, que vem de South of Pigalle, é semelhante àquelas usadas em algumas regiões de Nova York como SoHo, NoLIta e TriBeCa. Sistema que é a cara da gentrificação americana. Inventam um novo nome ou uma sigla espertinha para uma região antes “mal vista” e depois a marketeiam. E SoPi, com toda a sua jovialidade, dinamismo e vanguardismo talvez seja isso: uma interpretação francesa com muita substância e savoir-faire de uma idéia de cool novaiorquino.
Alguns pontos de interesse na região que ainda são remanescentes dos tempos de outrora são o Museu do Erotismo (72 boulevard de Clichy); a loja de sapatos fetichistas Ernest (que fazia sapatos para as prostitutas e travestis da região, 75 boulevard de Clichy); a casa de shows Trianon (80 boulevard de Rochechouart) e o histórico Folie’s Pigalle (11 place Pigalle), atual boate onde todo domingo acontece a festa gay Blanc Black Beur, focada no público negro e árabe.
Eu divido SoPi em 2 partes:
Parte hipster
Ao longo e ao redor da rue Jean-Baptiste Pigalle se desenvolve a parte rock, jovem e basicamente hipster de SoPi. Nessa região existem muitos bares e cafés que só merecem ser freqüentados a noite.
O precursor foi o Sans Souci (65 rue Jean-Baptiste Pigalle), bar/café/brasserie onde há sempre um DJ tocando e que está invariavelmente lotado. Do outro lado da rua fica o concorrente-amigo Lautrec (65 rue Jean-Baptiste Pigalle) e quase em frente o Chez Moune (54 rue Jean-Baptiste Pigalle), uma boatezinha animadíssima. O Pigalle Country Club (59 rue Jean-Baptiste Pigalle) é daqueles bares fechados que a gente não consegue saber o que está acontecendo dentro, aconselho para os rockers aventureiros.
Os mais jovens vão para o Mansart (1 rue Mansart) – uma antiga brasserie transformada em bar/café – para verem e serem vistos. Pertinho fica o Carmen (34 rue Duperré), boate que funciona na casa onde morou Bizet, que compôs a ópera Carmen. Apesar do local ser incrível (tetos altíssimos e decô barroca) acho as festas sem personalidade/autenticidade. Prefiro o Chez Moune.
Apostando no recém descoberto amor dos parisienses pelos coquetéis, temos o Glass – bar pequenininho dos mesmos donos do bar “mexicano” Candelária no Marais – e o Dirty Dick e sua decô kitsch-tropical-polinésica, um em frente ao outro na rue Frochot.
Não por acaso, ao longo das ruas de Douai e Victor Massé existem muitas lojas especializadas em instrumentos musicais como guitarras e baterias. Na mesma linha rock, a Gals Rock (17 rue Henry Monnier) é uma loja especializada em cds, camisetas e demais coisinhas de cantoras de rock, indie, folk. No 6 rue Pierre Fontaine fica a casa de shows Bus Palladium.
“The place to be” do momento é o restaurante Buvette (28, rue Henry Monnier), meio inspirado nos restaurantes novaiorquinos pois seus donos são franco-americanos, o local deixou a Lina salivando pelo leitão assado.
Importante salientar que, como toda vizinhança efervescente e muito “na moda”, os lugares aparecem, desaparecem e perdem a relevância cool em questão de meses.
Parte bobo
Ao longo e ao redor da rue des Martyrs se desenvolve a parte intelectual, adulta e bobo (os “burgueses boêmios” ou os ricos despreocupados que gostam de levar uma vida alternativa) de SoPi.
A rue des Martyrs em si concentra grande parte do comércio interessante da região e é a espinha dorsal do bairro. São várias lojas, cafés, restaurantes. Alguns locais bacanas:
– A ma table (72 rue des Martyrs): loja especializada em louças e objetos de cerâmica. Vende marcas variadas de diferentes países.
– Rose Bakery (46 rue des Martyrs): café/confeitaria meio inglesa meio francesa que serve almoços rápidos e leves. Não é barata mas tudo é delicioso. Adoro o brownie e o café.
– Terra Corsa (42 rue des Martyrs): épicerie/delicatessen especializada em produtos da Córsega: presuntos, queijos, vinhos, mel…
– Arnaud Delmontel (39 rue des Martyrs): a padaria preferida da Lina! Leiam o artigo aqui.
– Pâtisserie des Martyrs – Sébastien Gaudard(22 rue des Martyrs): confeitaria linda e fofa do renomado chef pâtissier Sébastien Gaudard. Tirar fotos é proibido, uma amiga levou um pito.
Na esquina da rue des Martyrs com a avenida Trudaine fica o KB Café, local delicioso para passar uma tarde ensolarada e ficar paquerando o(a)s locais. Um pouco mais adiante, no número 13, fica a loja da designer de bijuterias Marion Vidal (falamos dela aqui).
E uma ótima dica para quem gosta de de um hambúrguer bem suculento é a Maison Mère (4 rue de Navarin). Outros restaurantes recomendados no bairro são o Pantruche (3 rue Victor Massé) e o Caillebotte (8 rue Hippolyte Lebas).
Se hospedar em SoPi pode ser uma boa ideia: é central, animado e ainda tem hotéis a preços acessíveis. Veja as dicas do Marcello Brito, nosso pitaqueiro especialista em hotéis:
- A grande estrela do quartier é o Hotel Amour (8 rue de Navarin, falamos dele aqui) e seu restaurante com jardim interno romântico e bucólico.
- Hotel Arvor Saint Georges: 3 estrelas, moderninho, com diárias abaixo de 200 euros. Ver hotel e tarifas no Booking
- Hotel Joyce:hotel design, considerado fabuloso pelos clientes no Booking, com diárias em torno de 250 euros. Ver hotel e tarifas no Booking.
- Hotel du Temps: tudo novinho, quartos sem carpete, ambiente clean, com diários que começam abaixo de 200 euros. Ver hotel e tarifas no Booking.
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32 Comentários
paulo sobreira
mais uma perguntinha basica, qual a melhor forma de ir de montparnasse , proximo ao metro gaite, para versailles e eurodisney ? grato.
Rodrigo Lavalle
Paulo,
– para Versailles: pegue o metrô linha 13 na estação Gaîté e desça na estação Invalides. Lá pegue o trem RER C5 com destino final em ‘Versailles – Rive Gauche’. Desça nessa estação e siga o fluxo de pessoas a pé até o castelo.
– para a Eurodisney: pegue o metrô linha 13 na estação Gaîté e desça na estação ‘Champs-Élysées – Clemenceau’. Lá pegue a linha 1 (sentido La Defénse) e desça na estação ‘Charles de Gaulle – Étoile’. Pegue então o RER A4 com destino final em ‘Marne La Vallée – Chessy’. Desça nessa estação e ande 5 minutos até a entrada da Disney.
Abraços.
kariny
O Hotel Amour vocês do CP indicam? Alguém do blog já ficou lá.
Rodrigo Lavalle
Kariny, indicamos sim. Já fizemos até artigo sobre ele: https://www.conexaoparis.com.br/2012/04/09/o-trendy-hotel-amour-em-paris/ e https://www.conexaoparis.com.br/2008/05/13/hotel-amour-em-paris/.
Abraços.
Eduardo Marques
Em nossa ultima estada em Paris em meados do ano passado ficamos hospedados (Hotel Carltons) nessa região, emobora a região ainda sofra com alguns probleminhas de segurança (nada grave) em geral é muito agradavel, e reflete exatamente o que foi proposto na materia, encontramos mercados, familias, bons restaurantes, gente bonita e feliz, gostei muito, e pretendo numa proxima vez ficar na area.
vicente
Boa
Luis vale
Que tal o Hotel Medisson Saint German?
Rodrigo Lavalle
Luis, não conhecemos o hotel mas a região é muito boa, bonita, segura, central e animada.
Abraços.
camilla
Concordo totalmente com a Sophia, cinco anos atrás me hospedei nessa regiao e fiquei bem impressionada agora que voltei lá. É um lugar bem agradavel, tem gente na rua até tarde e a localização é excelente. Me hospedei num hotel chamado Villa Lamartine, é um 3 estrelas com quartos e banheiros muito bons e reformados. Como só ia ao hotel para dormir achei uma ótima escolha. Peguei uma promoção no hoteis ou no booking que era 100 euros a diaria na baixa temporada (caso alguem se interesse, as fotos que aparecem nos sites sao bem realistas). Nao tomava café no hotel pq sempre prefiro comer nas ‘novidades’. Comprei uma pizza deliciosa num restaurante italiano que fica na rue rodier, foi super barata, uns 6 euros. Enfim, umas diquinhas econômicas.
cristina chagas de paula
Amo paris e tudo que diz respeito a esta cidade
Sophia
Para os (mal informados) que acham que a Europa é “velha”, o dinamismo dessa região é impressionante. Incrível a transformação que se passou: há não muitos anos eu me hospedei 3 vezes na região, num hotelzinho simpático e barato, mas a região não tinha nada do que foi descrito. A parte hoje bobo era um bairro “normal”, meio sem graça, e a parte próxima ao Blvd. Clichy tinha uma decadência sem elegância – até os bordéis estavam decadentes!
Nos últimos dois anos passei por lugares bacanérrimos na região, antes impensáveis. Rodrigo, sua descrição reflete muito bem o clima do bairro.
viagem doce viagem
Que saudades de Paris.
beijinhos,
viagemdoceviagem.blogspot.com | Facebook
Diana Trindade
Amei o blog.Estou programando uma viagem a Paris e estou curtindo as dicas.Muito claras e objetivas.