O Fantasma da Ópera existe? Quem é ele?

Para procurá-lo e descobrir sua identidade cinco especialistas do “invisível” se reuniram, durante toda uma noite, na Opéra Garnier. Presentes o gerente do monumento, um psicocriminologista, uma neurologista, um médium e um mágico. Entre realidade e ilusão, o vídeo Ne me regarde pas relata a pesquisa que fizeram.

Alguns esclarecimentos iniciais

Antes de lerem o artigo e verem o vídeo, alguns esclarecimentos. O fato da Garnier ser a 13° ópera construída em Paris contribuiu para o aparecimento de superstições e lendas em torno do monumento. Um acidente mortal ocorrido em 1896 soltou ainda mais as imaginações. Neste ano, no dia 20 de maio, o contrapeso do enorme lustre da sala da Ópera se quebrou durante um espetáculo atingindo a pessoa que se encontrava na poltrona numero 13. Durante algum tempo comentários falaram da maldição, de barulhos e sussurros nos corredores dos camarins (leia aqui).

Este fato foi, provavelmente, a fonte de inspiração de Gaston Leroux para seu famoso livro “O Fantasma da Opera”.

O Fantasma da Ópera existe?

O contrapeso do imenso lustre da Opera Garnier se soltou e caiu em cima da poltrona número 13 matando seu ocupante. Número 13, número do destino! Ali se encontrava assentado o porteiro de um teatro parisiense. O coitado estava na famosa casa de espetáculo para ver sua filha dançar.

Ato acidental ou crime?

O Fantasma da Ópera possuía um camarote privado, o de número 5. Aliás, este camarote existe até hoje. O contrapeso estava no camarote ao lado. Coincidência? Ato premeditado do Fantasma da Ópera?

Ne me regarde pas – Não me olhe –  é uma reflexão sobre a história do homem que não suportava o que ele era.

Suponhamos que tenha sido um ato cometido pelo Fantasma da Ópera. Todos reunidos no monumento concordam com o especialista em criminologia. O Fantasma é um criminoso organizado sem ser sádico. Ele não buscava e não tinha prazer com a dor física dos outros. Todos compreendem também seu sofrimento, nunca conheceu o amor, nem mesmo o da mãe que o rejeitou.

Musical: O Fantasma da Opera

Adulto, ele encontrou em Christine um simulacro do amor. Ele não era ingênuo, ele sabia que era uma simulação, melhor do que nada.

Todos os presentes conhecem bem este personagem famoso. O Intendente relata que quando percorre o  monumento, ele se sente impressionado. A história o acompanha. Um dia, andando na obscuridade nos seus corredores, ele sentiu uma presença, olhou para trás e viu minha própria imagem refletida nos antigos espelhos.

Poucos ousam descer nos subsolos. Quando descemos vamos sempre em direção à lugares sombrios. O médium conheceu os subsolos da Opera Garnier e, lá, conseguiu descrever nosso Fantasma.

Um velho homem com um chapéu de um outro tempo. Nem rico nem pobre. Ele não quer ser esquecido. Um cachorro o segue o tempo todo. Ele tem um problema com uma perna, ela é rígida, sua saúde não é boa. Existe uma grande energia no subsolo. E o médium sentiu sua presença. Uma presença criativa. O fantasma da Opera não nos persegue seguindo nossos passos. Ele nos envolve enquanto história, enquanto energia.

Os outros especialistas lembram que criamos energia com nossos pensamentos. Como no teatro, nossa imaginação pode visualizar cenas. Se conhecermos bem a história do Fantasma da Ópera, o criamos e enxergamos a beleza sofrida que ele incarnou. Muito sofrimento.

Participaram do vídeo acima:

. Gilles Djéraouane, intendente a Opera Garnier

. Florent Gathérias, psicólogo, expert judiciário, responsável pela unidade de Análise Comportamental Psico-criminológica da Polícia Judiciária

. Francesca Siclari, do centro de Investigação e Pesquisa sobre o Sono do Hospital de Lausanne

. Thorhallur Gudmundsson, Médium

. Yann Frisch, mágico, campeão do mundo de magia.

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