Por Evandro Barreto, autor do livro Na Mesa Cabe o Mundo, lançado pela Editora Conexão Paris
“No Brasil é assim: goleiro que leva gol tem a obrigação de fazer gol também.”
A frase é do goleiro-artilheiro Jaguaré, ídolo da torcida e campeão francês pelo Olympique de Marselha, onde jogou de 1936 a 1939.
Jaguaré Bezerra de Vasconcelos (Vasconcelôs, para os franceses), atuou no Vasco, chegou à seleção brasileira e transferiu-se para o futebol europeu nos anos trinta, levando consigo a irreverência de um carioca que começou a vida como estivador e era capaz de fazer defesas até com a cabeça ou de “bicicleta”.
A declaração que entrou para a história da bola foi feita ao final da Copa da França de 1938, conquistada pelo clube marselhês, com a participação decisiva do brasileiro. O Metz vencia por 1X0 e, aos 22 minutos de jogo, o juiz apitou um pênalti a favor do Olympique. Para surpresa de todos, Jaguaré fez questão de bater a penalidade, empatando a partida, num lance jamais visto em gramados franceses. Não satisfeito, ainda garantiu a vitoria e a taça, quando o seu time já ganhava de 2X1, desta vez defendendo um pênalti contra o próprio arco. Jaguaré saiu consagrado e foi cumprimentado até pelo Presidente da França.
Anos mais tarde, outro brasileiro ganharia fama no eixo Paris-Riviera, não só pelo ótimo futebol que jogava em campo, mas pelo que aprontava fora dele. O meia Ieso Amalfi era companheiro inseparável de noitadas do príncipe Rainier de Mônaco.
Conheça o livro Na Mesa Cabe o Mundo, escrito por Evandro Barreto.
Leia as demais crônicas de Evandro Barreto publicadas no Conexão Paris.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
|
9 Comentários
Beatriz Moreno
Adorei!!!
Como sempre Dodo arrasando nas crônicas aqui no CP.
Francy
Bem vindo ! Cronica do Dodô é sucesso na certa ! Amei.
Evandro Barreto (Dodô)
obrigado, amigas e amigos. ´
Obrigado, amigas e amigos. É sempre um prazer entrar em campo.
eymard
Dodo, sempre uma cronica deliciosa!
Madá
Adorei o resgate Dodô! Bem a propósito!
Ricardo
Que baixe o espírito do Vasconcelôs no Julio Cesar, porque o Brasil tá precisando de toda ajuda possível!
Luiz Oliveira
Um dos maiores goleiros que o Brasil já teve.
Os phocéen (torcedores do Olympique) o chamavam também de “Le Jaguar”.
Quando tomava um gol, atirava a boina no campo e gritava com os adversários que nenhum outro chute entraria em seu gol (quase sempre cumpria o prometido).
Infelizmente teve um fim não-condizente com sua fama: morreu na miséria na década de 40, em uma briga de bar com policiais de uma cidade do interior paulista, que o espancaram até a morte.
Lena Ranghetti
Corrigindo: “de um jogador de futebol brasileiro”.
Lena Ranghetti
Dodô, não conhecia esse fato insólito! Mas, saindo da cabeça criativa de um jogado de futebol, brasileiro tudo é possível… Grande Jaguaré, agora de gloriosa memória!