Por Penélope do blog Sob o Céu de Paris
Quando eu trabalhava no programa MPBambas do Tárik de Souza, no Canal Brasil, tive a oportunidade de conhecer o compositor Nonato Buzar. Nonato é uma figura simpática, falastrona e é um daqueles casos de artistas brasileiros que fazem mais sucesso no estrangeiro do que aqui.
Em 1968, ele escreveu o hino da pilantragem Nem vem que não tem em parceria com Carlos Imperial. Ao final do trabalho, Nonato decidiu que não queria a música e cedeu todos os direitos para Imperial que, em retribuição, presenteou Buzar com um carro novo.
O que este último não sabia é que Brigitte Bardot, dois anos depois, gravaria uma versão francesa desta canção, que faria sucesso por toda a Europa e, naturalmente, renderia recursos para comprar muito mais do que o carro que Imperial lhe deu de presente na época da parceria.
Buzar ri desta história hoje, até porque, depois que ela gravou a música, ele foi morar na França onde teve a oportunidade de conhecer Bardot e chegou até a tocar violão na sua festa de 40 anos, como vocês podem ver na imagem abaixo.
Escute aí embaixo Tu veux ou tu veux pas, a tal versão francesa de Nem vem que não tem, de Carlos Imperial e Nonato Buzar.
Um pequeno P.S. nesta história:
Nonato foi parceiro de Chico Anysio em algumas canções e, durante a edição da sua entrevista, fiquei invocada com a sua aparência, tentando lembrar com quem ele se parecia. Depois de saber que seu nome é Raimundo Nonato, me ocorreu que ele se parecia era com o professor Raimundo, personagem de Anysio. Tivemos que regravar um pedacinho da sua entrevista e pude perguntar se a semelhança era mera coincidência. Sem dizer nada, ele apenas sorriu.
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25 Comentários
Penélope
Alice,
Eu moro no Brasil e visito Paris ocasionalmente. Infelizmente não sei quase nada do que toca de brasileiro na Cidade-Luz.
Dodô,
Como você é elegante e modesto! Se mudar de idéia, mande o endereço do seu blog, eu adoraria seguir.
Dodô
Maurício Christovão,
Ooooobrigaadoo! Mas continuo sendo amador no assunto música – e o único amador que deu certo no Brasil foi o Amador Aguiar, do Bradesco.
Agora, em matéria de lançamentos precisos, tiro o o boné para seus vizinhos da direita e da esquerda em Nichteroy-sur-mer: Zizinho e Gerson.
Corra para o abraço.
Dodô
Maurício Christovão
Dodô: Você pode até ser um “meia falador”, mas os seus lançamentos do meio de campo para a pequena área são sempre precisos…Ou seja, você bate um bolão, mô fio!!!
Dodô
Mariana e Marcos,
Fico alegre com a sugestão, e envaidecido também. Mas quando a gente tem o privilégio de contar com a Penélope, seu conhecimento de causa, sua sensibilidade e seu poder de mobilizar dezenas de comentaristas, cada qual trazendo informações e observações magníficas, pra que outro blog? O melhor que posso fazer nesse time é me escalar na posição inventada pelo João Saldanha: “meia falador”.
Abraços em dó maior.,
mariana berutto
Marcos, excelente idéia!
Marcos
Dodô, que tal um blog sobre música popular brasileira?! Dicas preciosas, as suas!
Ailce Kênia
Olá!
Eu estive em Paris em junho… E num bar, só tocava músicas brasileiras, mas nao dessas q tocam aqui. Era bossa, soul, dance… nao conheci, acho q nao conheço mesmo, pois sou boa em reconhecer voz… Vc tem indicações pra me dar do q tá tocando aí em paris, das nossas músicas? Era um som bem gostoso, bem balanço… Grata.
conexaoparis
Ailce
Eu não posso te ajudar. Talves a Penélope saiba.
Mauricio Christovão
Penélope: Por problemas técnicos, ainda não tinha conseguido ver(e ouvir) o vídeo da BB cantando. Linda!!! Completou meu domingo à noite, obrigado!!!
Dodô
“Madureira chorou
Madureira chorou de dor
Quando a voz do destino
Obedecendo ao divino
A sua estrela chamou”
O samba surgiu em clima de tragédia, com a população inteira chorando a perda de uma pessoa adorada.
Ou autores são Carvalhinho e Julio Monteiro, leloeiro famoso e marido de Zaquia Jorge, estrela do chamado teatro de revista. Para atender a uma população suburbana culturalmente marginalizada, que tinha que pegar trem até para ver teatro rebolado na praça Tiradentes, o casal decidiu abrir sua própria casa de espetáculos em Madureira. O sucesso foi tão grande que Zaquia tornou-se ídolo da comunidade, quase uma Evita da Central.
Morreu ao tomar banho de mar na então deserta Barra da Tijuca (anos 50), onde as vedettes da época iam se bronzear a uma prudente distância da plebe rude.
Tá contado, Madá.
Madá
Peraí Dodô! Doucement, conte-nos sobre essa homenagem. Eu conheço bem a letra/melodia, mas não a inspiração. Fiquei tipo Jane, curiosa …