Com este artigo corro o risco de dar a impressão de preferir o “estrangeiro” ao “nacional”.
Antes dos ataques me defendo rapidinho. Está longe, no passado, a época dominada pela ingenuidade da adolescência quando criava ilusões à respeito do longínquo.
Após o artigo sobre o presunto italiano e ibérico, onde disse que o presunto brasileiro era vergonhoso, discuti com amigos dos dois lados do Atlântico. Chegamos à conclusão que de uma maneira geral a qualidade dos produtos alimentares na França é superior que no Brasil.
Nos açougues brasileiros, nunca encontrei um pato como os franceses, um magret de canard espesso, um coelho fresco com bela côr, um chapon fresco. Sem falar do que aqui se chama gibier: javalis, veados, lebres, faisão.
E os peixes? Por que um país como o nosso, com rios e rios e não sei quantos mil quilômetros de costa, não consegue vender peixes frescos? A primeira vez que desembarquei no Nordeste com minha cara metade francesa, ele foi logo procurando as cidades onde se pesca lagostas. Ele conta, não me lembro, que o Brasil e a França andaram brigando por causa da lagosta. Pois bem, lá estavam os barcos de pesca e os pescadores. E a lagosta? Congelada! E somente a cauda. Nem uma lagosta inteira fora do congelador. Ele insistiu, dizendo que queria lagosta fresca! Mas ela é fresquinha, disseram. Foi congelada hoje de manhã.
Quanto aos queijos, antes de dizer que os franceses são melhores, assinalo com prazer que o nosso percurso está sendo exemplar nesta área. Quando fui para o outro lado do Atlântico, encontrávamos somente os nossos deliciosos, mas pouco numerosos, queijos regionais. Hoje temos uma grande variedade e eles estão cada vez melhores. Ao ponto da minha cara metade – expert em queijos – perguntar outro dia se o queijo servido era importado.
Mas os cremes de leite e iogurtes são incomparavelmente melhores no país Bleu/Blanc/Rouge.
E o chocolate? Se somos exportadores da matéria prima, por que cargas d’água nosso chocolate não possue a mesma qualidade?
Quanto aos vinhos, uma amiga enóloga me disse que um dia chegamos lá.
Leiam este artigo aqui publicado em abri/2008.
Fotos: César Braga de Oliveira
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86 Comentários
Luciana R.
Me desculpem pelos erros de ortografia. Escrevi na pressa!
Luciana R.
Sem falar que os italianos se gabam de ter o melhor café do mundo! Sim, café comprado do Brasil e a torrefação é feita aqui. Eles dizem que os brasileiros não sabem fazer torrefação, e devo dizer que é verdade! Muito me entristece, tb, ver outros países que se gabam de ter o melhor chocolate do mundo, quando não lhes nasce nem uma planta de cacau sequer. Por que o nosso café parece feito com água de latrina? Aquele “chafé”!
Por que nossos bombons tem uma quantidade de açúcar enorme, sem falar de certos recheios duvidosos que impedem de degustar o sabor do produto principal: o cacau. Cansei desses bombons recheados com coco, e que no final ficam com gosto de sabão de coco.
Por outro lado, me dói ver bistrôs brasileiros querendo vender um engodo: muitos restaurantes colocam “presunto de Parma”, quando na verdade é um presunto cru qualquer. Isso se sente no gosto e na textura do presunto, mas quem não é acostumado acha que está comendo Parma e não está!
Me lembro que estava de férias no Rio. Fui com amigos a um baladado bistrô que nos trouxe um macarrão cru. Quando meu amigo reclamou, o garçon foi atè a cozinha, voltou com o mesmo prato e disse que “como manda a tradição italiana, a massa estav al dente”. Eu retruquei e disse morando na Itália sei o que é uma massa al dente e uma massa crua! Aquele estava crua. Trocaram nosso prato, mas apesar de sermos poucos clientes, parece que de vingança demoraram muito para trazer um novo prato, dessa vez, sim, cozinhado como se deve.
Pra que fazer de conta que é um bistrô com inspiração italiana, quando não se sabe o que é uma massa al dente?
Para quem falou de preços: fazemos muitas viagens gastronômicas. Muitas vezes com 35-40 euros comemos do amuse bouche ao café, incluindo uma boa garrafa de vinho. Com cozinha espetacular, serviço impecável. Em Ipanema e Leblon já paguei 140 euros para comer filé com fritas, salada, uma bebidinha e sobremesa. E isso há 5-6 anos.
Rita Fonseca
Gente, não tem como comparar. Como muito bem disse Eymard, “não é falta de patriotismo. É REALIDADE”. Infelizmente o que se produz de melhor aqui no Brasil é exportado sim. Quando queremos algo de melhor qualidade, seja em mercados ou em restaurantes, pagamos bem mais caro. Quem conhece os supermecados de Paris, eu conheço bem, tem vontade de chorar quando vai a um supermercado aqui no Brasil. Claro que temos os Empórios onde encontramos produtos excelentes, mas com preços que poucos podem pagar. Temos também restaurantes maravilhosos, principalmente aqui em São Paulo onde moro, mas vocês tem idéia de quanto custa uma refeição em um deles? Para mim chega ser abusivo.
Por essas e outras Lina,acho que você tem toda razão. Não temos como negar: muitas coisas na França são bem melhores que aqui. Infelizmente, pois temos tudo para sermos tão bom quanto.
Helena Bäuerlein
Maria das Graças e Jane Curiosa,
Neide é fantástica mesmo.
Vejam abaixo o seu comentário, quando soube que estava sendo citada aqui.
Histórico de conversa
Helena Gesteira Bäuerlein
18 de junho de 2011 10:31
Neide, sou leitora assídua do Blog Conexão Paris. No post Nacional X importado, uma leitora falou do seu Blog. Achei que vc gostaria de saber.
Neide Rigo
Helena, putz, fiquei sem-graça agora. Obrigada por me contar. Acho que hoje é dia de lavar de novo o banquinho da Praça Angelo Rivetti. beijos,
Histórico de conversa
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Maria das Graças
Jane Curiosa, será que voce está se referindo à praça onde ela e os vizinhos fazem um piquenique mensal? Se for eis o link do post com o nome da praça.
http://come-se.blogspot.com/2010/02/primeiro-domingo-do-mes-cafe-da-manha.html
João
Olá, será que a Maria das Graças poderia, por gentileza, me dar uma receitinha de seus saborosos pãezinhos?
Ainda temos matéria prima boa. No mais, é uma vergonha!