Quando o turista se encontra diante do Muro pela Paz, ele não tem noção do imbróglio jurídico que a obra representa e das lutas que ela provoca.
O Muro pela Paz foi inspirado no Muro das Lamentações de Jerusalém. Os visitantes podem deixar suas mensagens de paz nas fendas previstas para isto. A obra é composta de 12 painéis de vidro com inscrições da palavra paz em vários idiomas.
No site da prefeitura do 7ème bairro de Paris, lemos a seguinte declaração:
“o Mur pour la Paix é uma criação de Clara Halter et de Jean Michal Wilmotte, instalado no Champs de Mars na ocasião das festividades do reveillon do ano 2000, por uma duração prevista de 3 meses. Até hoje o muro continua no Champs de Mars apesar do seu aspecto ilegal. A prefeitura luta para que a obra seja desmontada e que a perspectiva central seja respeitada.”
A verdade é que esta obra impede a maravilhosa e clássica vista da torre Eiffel à partir da Escola Militar.
O Champs de Mars é um local extremamente protegido pelas leis de ocupação do solo assim como pela legislação sobre os monumentos históricos. Este espaço é defendido, também, pelas associações que zelam pelo interesse urbanístico do bairro e que lutam pela preservação da perspectiva entre a colina do Trocadero e a Ecole Militaire.
A obra incomoda por razões estéticas, jurídicas, urbanísticas e legais.
Para complicar a situação, o Muro pela Paz é continuamente vandalizada por graffitis racistas e antisemitas e por inscrições dos nomes e datas da passagem dos turistas. A obra está frequentemente protegida por redes cor laranja que contribuem para a degradação da área.
A obra pela paz virou obra da discórdia entre defensores do patrimônio e seus autores e um quebra cabeça para os legisladores e responsáveis.
Todo o problema é que a obra possui um valor simbólico forte, ligado aos valores essenciais da democracia. As autoridades se encontram diante do clássico dilema: preservação do patrimônio histórico e estético ou preservação de uma obra de interesse público e turístico.
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18 Comentários
Maria Regina
Muito feio para um lugar tão lindo. Tem que sair daí.
Maria Regina
Muito feio para um local tão lindo. Deveriam ter feito em algum metrô.
Ricardo
Leonília, tive a mesma dificuldade. Precisei tentar mais de 10 vezes para, enfim, conseguir comprar. Se você buscar aqui no blog, vai encontrar posts sobre o assunto. Há ainda a possibilidade de contratar o serviço do Rodrigo Lavalle, que foi bastante atencioso quando lhe consultei sobre o assunto. Boa sorte.
Voltaire
Estive semana passada lá. Encontrei esta “obra” suja, vidros quebrados, mal cheiro, sem conservação e percebi a resistência dos Parisienses e Guias Turísticos sobre o local. Não agrada por lá…. Na minha opinião, deveria ser retirada, é feia que dói!!!!
Isabella
Na primeira vez que estive em Paris, não sabia que havia o monumento… Caminhando despretenciosamente topei nele e, apesar do primeiro impacto, haja vista que destoa muito da arquitetura a sua volta, gostei de ter passado alguns minutos naquele local. Clamar pela paz é sempre importante.
Leonília
Fora do assunto , mas não consigo comprar passagens no site da SNCF ,não valida o pagamento ,no banco informaram que o cartão esta ok, nos anos anteriores não tive problemas , sabem me dizer algo ?
Rodrigo Lavalle
Leonília, esse é um problema comum e frequente. Existe uma incompatibilidade entre o site da SNCF e as operadoras de cartão de crédito brasileiras. Sugiro que você tente com cartões diferentes e de outras bandeiras. Caso não consiga me escreva no email [email protected].
Abraços.
eymard
Penso assim, se o “Muro pela Paz é continuamente vandalizado”, vale a pena continuar ali pois, ainda encontra resistencias. Independentemente da questão estética. Cumpre e continua a cumprir uma função: lembrar-nos sobre as dificuldades para manter a paz. Não acho que ela atrapalhe a vista para a Torre. Ela se interpõe, como a nos lembrar, sempre, que muitos lutaram e ainda lutam pela paz no mundo.
Nelci Terezinha Fraga Velinho
Isto é complicado. Por um lado a beleza do lugar e sua História, por outro a luta pela Paz, o fator social, que parece que não está dando muito certo, Pelo sim, pelo não…melhor deixar ficar para ver o
que acontece….
ROBERTO LUIZ LORENZI
SE ESTÁ LÁ FAZ QUINZE ANOS, JA ADQUIRIU O DIREITO DE FAZER PARTE DA HISTORIA.
Fernanda
Sinceramente, a obra deveria ter ficado exposta só por 3 meses. Já se passou 15 anos!
Está mais do que na hora de retirá-la de lá.