Alguns anos atrás, se eu dissesse em conversas informais entre amigos franceses que gostava de queijo associado à um doce era imediatamente chamada de bárbara.
A minha deliciosa goiabada com queijo mineiro era considerada um erro gastronômico de culturas inferiores.
Mais tarde descobri que os corsos serviam queijo com geléia, de preferência geléia de figo. Fiquei mais tranquila. Afinal dentro da cultura superior tinha encontrado, nas margens, claro, uma réplica dos meus costumes bárbaros.
Outro dia, no final de um jantar entre amigos em restaurante reputado pela sua cozinha respeitosa das tradições culinárias, eis que aterrissa na mesa o queijo brie cortado no meio e recheado com nozes, avelãs e mel.
Para completar o prazer da degustação e da fartura açucarada, um vidrinho de mel ao lado.
Estávamos cronologicamente avançados nas Minas Gerais.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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94 Comentários
Jane
Este post + os comentários estão deliciosos.Como já foi dito aqui queijos e doces são ótimos, juntos ou separados.Muito legal também as dicas generosamente compartilhadas.Anotei para experimentar.
Abraços
ISABEL
Olá Lina!
Estou indo a Paris pela segunda vez, no início de fevereiro. Como ainda estou conhecendo a cidade – e me apaixonando , claro – tenho uma pergunta: se eles adoram tanto os pães, e mais ainda os queijos, por que as boulangeries não trabalham com pães de queijo? Eles poderiam até fazer diferentes tipos de pão de queijo, com diferentes queijos…
Pão de queijo de verdade, só em Minas, não se compara a nenhum outro lugar com pão de queijo congelado.
Outro detalhe, falando de msiturar queijo com doces, é que parece que eles estão cedendo à msitura queijo com chocolate, não é? Vc conhece algum lugar que venda essa iguaria?
Beijos a todos !
Isabel
Beth
Lina
Eu gostava de catupiry quando era jovem, risos.
Lembra do camarão com catupiry?Também já foi moda!
Argh! Enjoei para sempre…
Bjs.
Sueli OVB
LINA
Nunca vi você tão entusiasmada como nesse post. Nada como a goiabada casacão, de fazenda, e o queijo da Serra da Canastra! Essa combinação é mesmo imbatível. Temos tido oportunidade de comer ótimos queijos vindos das Minas Gerais. O problema é o teor calórico.
ADRIANA.
Adorei a participação do nascimento do João Gabriel. Inspiradíssimo, além de totalmente original.
Agora em julho, recebi como lembrancinha de aniversário de um ano, do neto de uma amiga, um vidrinho de geléia, encimado por um chapeuzinho de palha, com doce de leite feito na fazenda. Achei uma graça.
Abraço
Dodô
Lina, desculpe a irreverência, mas a tentação foi irresistível.
Madá, ainda bem que a perda do apetite ficou no quase. Escolha um dos seus favoritos e deguste com gosto.
Claudia Oiticica, obrigado pelo cumprimento. Você merece um camembert sem geléia.
… E viva o mineiro-com-botas!
Adriana Pessoa
Lina,
essa história dos bichinhos, não conhecia não. Rs
Mas diz um ditado aqui em Minas:
“Bicho de goiaba, goiaba é!”
Te enviei um e-mail explicando em detalhes a história do Baudrillard.
Bjs
Denise
Lina,
Chegarei à Paris no próximo sábado e será um prazer levar um vidro de geléia de goiaba mineira para você, assim você mata um pouquinho a vontade.
Só me diga aonde posso deixar ok!
Abraço
Cláudia Oiticica
Lina, você fala em mudanças culturais e ninguém melhor do que você para observar isso na França.
Já no lado de cá, os europeus que conheço, quando chegam por essas bandas, adoram a combinação do queijo com o doce de goiaba, bolo de rolo, etc.
Eu amo queijos e doces. Juntos ou separados, sem nenhum problema, rs.
Adriana,
uma fofura!!
Dodô,
você é único!!
Montenegro
Adriana Pessoa,
Parabéns pela doçura, originalidade e genialidade da maneira de saudar o nascimento de seu filho.
Sensacional!
Montenegro
Já disse a Sheyla, após citar os portugueses, que não se sabe a origem da mescla queijo com doces.
Mas antes de descobrir o Novo Mundo, acredito que os portugueses já saboreavam o maravilhoso queijo da Serra da Estrela com marmelo. Divino.
Dica da minha comadre aqui no Rio: sorvete de queijo com calda de goiabada derretida. Eu chorei copiosamente enquanto me deliciava…e após repetições até a “raspa do tacho”, engordei feliz!
Ah, Doces Bárbaros!