Alguns anos atrás, se eu dissesse em conversas informais entre amigos franceses que gostava de queijo associado à um doce era imediatamente chamada de bárbara.
A minha deliciosa goiabada com queijo mineiro era considerada um erro gastronômico de culturas inferiores.
Mais tarde descobri que os corsos serviam queijo com geléia, de preferência geléia de figo. Fiquei mais tranquila. Afinal dentro da cultura superior tinha encontrado, nas margens, claro, uma réplica dos meus costumes bárbaros.
Outro dia, no final de um jantar entre amigos em restaurante reputado pela sua cozinha respeitosa das tradições culinárias, eis que aterrissa na mesa o queijo brie cortado no meio e recheado com nozes, avelãs e mel.
Para completar o prazer da degustação e da fartura açucarada, um vidrinho de mel ao lado.
Estávamos cronologicamente avançados nas Minas Gerais.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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94 Comentários
Valéria V.
Oi Lina!
Está para ser inventada uma sobremesa mias simples do que uma bela goiabada com queijo. Aqui na minha terra, Natal, comemos também comqueijo de coalho ou de manteiga. Para sofisticar nada como um brie levemente assado com geléias, maravilha!
Feliz 2011 para todos!
Grazy
Lina,
Adorei, fiquei com água na boca!
http://graziescritora.blogspot.com/
Sheyla
Bem… deixo então minha parca contribuição sobre a história da goiabada com queijo, com propriedade de mineira que sou.
O queijo no Brasil começou a ser produzido pelos portugueses, que substituiram o tradicional leite de ovelha do queijo português pelo leite de vaca, dando origem ao queijo minas frescal.
A goiabada, assim como muitos doces de fruta, foram criados para melhor aproveitamento dos frutos. A combinação do queijo com o doce não se sabe como começou, mas o provável é que surgiu nos abastados cafés da tarde onde a mesa era extremamente farta dando a oportunidade de combiná-los.
Abraços,
LuciaC
Lina,
delícia de texto em todos os sentidos!
Existe sim, um enorme requinte numa bela goibada cascão com queijo de Minas meia cura, lição que aprendi com meu pai.
O Esch Café do Leblon costumva ter no cardápio camembert aquecido com geléia de damasco e nozes mas confesso que nunca me seduziu. Teve uma época que virou moda, pelo menos no Rio, servi-lo como aperitivo em um rechaud, cercado de torradinhas.
Nunca foi minha escolha. Mas este brie de verdade recheado com mel e nozes está irresistível!Preciso experimentar!
Pronto, baixou a sindrome Paris!
Se minha decisão de ano novo não fosse uma rígida dieta para fazer sumir os quilos inconvenientes que adquiri desde que abandonei o cigarro, testava a receita de Patricia hoje mesmo!
Loulou
Ah, Lina, eu, como sua conterrânea belo-horizontina, me enchi de orgulho!!! Para mim, ainda não inventaram nada melhor que goiabada com queijo – grande contribuição mineira para a culinária mundial.
Patricia Simões Pires
Obrigada pela dica Raquel farei esta semana para receber meus amigos…
Maria das Graças
Lina, quando junto queijo e doce em uma sobremesa penso comigo mesmo ou comento com quem está do meu lado que essa associação é perfeita e que os franceses não sabem o que estão perdendo. Eles estão descobrindo a delícia que é. É isso ai. Vivendo e aprendendo.
Daniel M. Dellandréa
Lina !
Fiquei com água na boca, e é assim tão simples … ?
… um “sanduiche de brie” recheado com nozes, avelãs e mel ?
Como está a temperatura, muita neve ainda ?
Beijo
Raquel
Uma outra dica (acho que vai impressionar seus amigos) é aquecer o queijo brie, e servir com geléia de damasco. Combina muito e faz o maior sucesso aqui nas terras básbaras, rs, abraços,
http://www.bomsensoemformadegente.blogspot.com
Patricia Simões Pires
Que delícia mas aprendi uma receita parecida com uma amiga de Florianópolis: Aquecer o queijo brie em uma frigideira com uma colher de manteiga e vai virando e dourando dos dois lados até que ele fique bem dourado e ele vai inchar pelo calor. Servir com uma colher de mel sobre ele e ä medida que se vai cortando, o mel vai escorrendo e se mesclando com o queijo… realmente é maravilhoso..
Aqui no sul é delicioso comer o queijo com doce de leite…vemos que apesar dos anos luz que nos separam culturalmente da França e termos muito o que aprender, também podemos ensinar…..
O prazer do paladar não tem limites, idade, história ele se faz em cada momento das nossas vidas…