O mictório nos toaletes unissexo, pelo menos para as brasileiras, pode criar situações constrangedoras.
Cheguei à conclusão que os homens possuem, de maneira irrefutável, uma vantagem em terreno bem específico.
Vou contar minha experiência seguindo a ordem real do que vivi anteontem em recente e já famoso restaurante de Saint Germain.
Seguindo indicações do garçon, cheguei diante de um único toilette, obrigatoriamente unissex.
Toalete do banheiro: pia
Logo ao abrir a porta, diante de mim, a pia.
Vaso sanitário
À esquerda, o vaso sanitário.
Urinoir
Avancei nesta direção e descobri, entre o lavabo e o sanitário (com porta), um urinoir aberto, sem porta. Não me lembro de ter visto esta peça no Brasil. Ela é reservada aos homens. O urinoir é considerado mais higiênico e mais confortável porque fixado mais alto, para uso em pé.
Enquanto estava fechada no espaço sanitário pensei que se um homem entrasse eu teria duas escolhas. Primeira, esperar a pessoa terminar e partir. Segunda, abrir a porta e viver uma situação, pelo menos para mim, constrangedora. O que faria uma francesa no meu lugar?
O homem entrou mais tarde, quando me preparava para lavar as mãos. Ele era meu vizinho de mesa e provavelmente norte americano. Homem em torno dos 60 anos, elegante, terno azul marinho e gravata.
Imaginei que ele fosse usar o sanitário recém liberado para evitar a situação, nada banal, de urinar na frente de uma mulher dentro de um espaço confinado.
Mas não, ele estacionou, sem hesitação alguma, diante do urinoir. Saí sem lavar as mãos, esperei que ele terminasse e entrei de novo. Aproveitei para tirar as fotos.
Fontaine, obra de Duchamp
Pensando no ocorrido me lembrei da obra de arte de Marcel Duchamp, o ready made exposto no Salão dos Artistas Independentes de New York em 1917.
Seu título é Fonte. Ela foi apresentado invertida e assinada sob o pseudônimo de R. Mutt. O objetivo de Duchamp foi de testar o princípio fundador do Salão, ou seja, nenhuma obra seria recusada. Mas a Fonte foi barrada. Uma armadilha dentro da qual caíram os artistas presentes, considerados liberais e tolerantes.
Daí cheguei à conclusão que os homens possuem o privilégio de urinarem dentro de uma das esculturas mais famosas do século vinte. Sem constrangimento algum.
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11 Comentários
Fátima
Obrigada Rodrigo
Rodrigo Lavalle
Fátima, estamos à disposição.
Fatima
Qual o nome deste restaurante?
Rodrigo Lavalle
Fátima, Aux Près na rue du Dragon.
Marcelo
O mictório está em todos os banheiros masculinos no Brasil. Mas na Europa realmente acontece muito isso, de misturarem os banheiros sem o menor problema….Já tive que entrar em banheiros masculinos com várias senhoras lá dentro…
solange
Isto ainda vai dar confusão…
solange
Isto ainda vai dar confusão…
MonicaSA
Eu não gostaria de passar por uma situação semelhante. Para evitar o desconforto, prefiro não ir a esse restaurante. Poderia dizer o nome? Merci
Luciana Albuquerque
Exato Neftalí, estive no Louvre com minha filha e quando estávamos na fila do banheiro feminino era inevitável e constrangedor ficar de cara para os mictórios do banheiro masculino. Não vejo problema em banheiro unissex, pelo contrário, mas com um mínimo de privacidade por favor!
Neftalí
No Louvre fiz um dos xixis mais complicados da minha vida. Ao entrar no banheiro de homens e me dirigir ao mictório (urinoir, que chique o nome!), simplesmente havia uma fila de mulheres esperando utilizar os sanitários, devidamente autorizadas por funcionários do museu, já que o banheiro de mulheres não conseguia atender à demanda e havia filas gigantescas.
Ainda bem que eu estava apertado! Senão não teria conseguido tirar a àgua do joelho, sobre o atento olhar das mulheres na fila, maioria asiática, algumas inclusive tirando selfies da inusitada situação.
Rafael Fernandes
É uma peça bem comum em banheiros masculinos no Brasil…
Mas é realmente estranho esses tais “banheiros unissex” que possibilitam esse tipo de encontro constrangedor.