Quando os parisienses querem morar bem, o primeiro critério é o bairro. Em artigo passado descrevi as características dos bairros de Paris. Os situados a oeste são mais elitistas que os a leste e no interior de cada bairro certas áreas ou ruas são mais caras do que as outras. Às vezes, o lado esquerdo de uma mesma avenida é mais caro do que o lado direito. A orientação solar, a vizinhança, a arquitetura dos imóveis, inúmeras as variáveis que contam na procura de um apartamento considerado pelo mercado imobiliário como bom.
Nos anúncios imobiliários publicados nos jornais, ou presos nas vitrinas das agencias imobiliárias, vemos sempre estas três letras: pdt. Esta é uma das variáveis importantes na determinação do status do imóvel, a pierre de taille. A bela arquitetura do Barão Haussmann que caracteriza Paris é toda ela em pierre de taille, blocos de pedra calcária. Os prédios das duas fotos acima ilustram este tipo de imóvel.
Em contraposição aos imóveis pierre de taille temos os outros, simplesmente rebocados e pintados. Mesmo situados em bairros nobres e em áreas simpáticas, o fato de não ser pdt provoca a queda do valor do apartamento.
As fotos acima são de Francisco de Assis Andrade. A primeira mostra o Quartier Latin nos arredores do Panthéon e do Jardin du Luxembourg, provavelmente a rue Soufflot. A segunda, estamos perto da torre Eiffel, um dos pontos mais nobres de Paris. A foto pode ter sido tirado de algum ponto do bairro 7, ou talvez do 15. As duas últimas fotos estou na dúvida, a primeira talvez seja a famosa rue Mouffetard.
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47 Comentários
laura
Ana Luiza, acabei de chegar de Paris e fiquei nesse mesmo bairro num hotel muito proximo a esse.Como ja dito o bairro é um pouco distante, mas tem metro perto do hotel.Essa estacao é esquisita e muito suja, porem até as 22 horas tem algum movimento.Como passamos o dia fora, nem observamos direito os defeitos do bairro.
Beth
Eymard
Essas manifestações (e greves) de hoje nas ruas de Paris são em comemoração da vitória do PS nas eleições regionais das últimas duas semanas. E isso vai perdurar por todo o verão e o próximo ano, até as eleições gerais de 2011…
Cláudia Oiticica
Pois é, conhecemos bem a triste realidade brasileira; as dificuldades e os contrastes são mais que visíveis. Também já vi pobreza na França, mas o que me impressionou foi o número significativo de pessoas que antes tinham casa, trabalho e que hoje continuam com o trabalho, mas não conseguem mais arcar com as despesas de aluguel e passaram a morar dentro do carro.É lamentável ver esse empobrecimento de uma classe média forte num país considerado rico como a França.
eymard
Claudia e Sueli: gostei demais! As duas estavam inspiradas hein! Tambem vi esse programa sobre os sem teto em Paris. E hoje os noticiarios informam das manifestacoes nas ruas de Paris contra a alteracao no sistema de previdencia.
Beth
Claudia
Eu também assisti ao programa, situação realmente lamentável.
O grande problema de Paris é que apenas 29% dos moradores são proprietários dos seus imóveis. O restante da população tem que pagar aluguel…
Sueli OVB
CLÁUDIA OITICICA
É exatamente assim que acontece no mundo todo, o turista toma o suco doce das cidades, aos moradores cabe o bagaço.
O dia-a-dia de uma cidade é sorvido ou sofrido pelas pessoas, na direta proporção das suas posses.
E onde isso é diferente?
Cláudia Oiticica
Com esses preços caros dos imóveis em Paris, não é à tôa a dificuldade que a classe média enfrenta para adquirir um. Mês passado, vi na TV5 uma reportagem no programa Complément d’Enquête que tratava do aumento de sem tetos em Paris e uma nova modalidade que surgiu, os que moram nos seus carros. O que me deixou impressionada é que esses sem tetos tinham emprego fixo e um nível cultural bom, mas não tinham condições de pagar aluguel. Segundo o programa, o preço dos aluguéis sobe sem parar devido a escassez de novos investimentos no setor habitacional e a quantidade de imóveis deixados propositalmente vazios,por conta da lei de inquilinato que não protege o proprietário.
Mostrou também a organização Jeudi Noir que comanda invasões nesses imóveis desocupados, entre eles,um belo Hôtel Particulier na Pace des Vosges,onde nasceu a marquesa de Sévigné que estava vazio há mais de quarenta anos.
Tudo muito triste, completamente diferente da Paris com glamour que aproveitamos como turistas.
Beth
Marcello
Numa coisa vc está certo, a gente viaja mesmo é quando dá, risos.
Eu tive muita sorte no último inverno em Paris, pois ao invés de chuver nevou bastante. E neve seca… Viajar também é contar com a sorte! Abs.
Marcello Brito
Beth,
Vc tem razão quando fala do outono em Paris porque é lindo. Como é lindo na toscana tb, quando os vales mais parecem um oceano de ondas ocres pontilhado por aquelas arvores que eu esqueci o nome agora.
Particularmente sempre fico dividido mas gosto da primavera tb. Prefiro junho que setembro ou dezembro que chove demais, pelo menos tive essa impressão nas duas vezes que fui em dezembro. Choveu sem parar!
Mas julho e agosto, quando tudo fica descaracterizado e quente, é que evito. De qualquer modo nem sempre dá…ia para espanha em abril..depois maio…depois junho…e infelizmente to indo nas 2 ultimas semanas de junho, o que ja nao é muito minha praia….mas as vezes é o que é possivel.
Beth
Ana Luiza
La Villete fica meio longinho do centro de Paris, mas isso não é problema. Vc vai adorar seus dias em Paris! Boa sorte.