Desde que foram devolvidas aos pedestres há dois anos, as margens esquerdas do Sena vêm sendo amplamente utilizadas pela população e pelos turistas. Até então somente dedicadas aos carros, elas passaram a ser utilizadas pelas pessoas para passear, andar de bicicleta, correr, fazer ginástica e piqueniques. Atividades comerciais (bares e restaurantes) e culturais (apresentações e exposições gratuitas) floresceram e se consolidaram na área que já é local incontournable da cidade.
Respaldada por esse sucesso, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, pretende fazer o mesmo com a via Georges Pompidou, na margem direita do rio. Em maio desse ano foram colocadas para debate duas propostas de trechos a se tornarem pietonais: um que começa no túnel do Jardim des Tuileries e vai até a Ponte do Arsenal e um outro menor que vai da Place du Châtelet até a Ponte Sully. Depois de 4 meses de discussões, o trecho mais longo foi o escolhido.
Após a edição de 2016 da Paris Plages (agosto), esse trecho permanecerá fechado ao tráfego e se tornará área de pedestres com vegetação, mobiliário urbano, equipamento para ginástica, brinquedos para crianças, trailers de comida e bebida, etc. O túnel poderá ser dedicado a caminhadas, espaços culturais ou até mesmo uma casa noturna. A única condição é que tudo seja pequeno, reversíveis ou removíveis em caso de inundação.
Óbvio que isso não agrada aos motoristas. Segundo a associação 40 Millions d’Automobilistes, o fechamento desse trecho vai aumentar em quase 50% o tempo do percurso de quem passaria por ali. Mas, como disse a prefeita: “Esse é um projeto urbano, quase filosófico, que consiste em ver a cidade de uma outra maneira que não através do uso do carro”.
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3 Comentários
Cristiane Pereira
Gosto dessa prefeita. Acho muito corajosa a defesa que ela faz dessa visão “filosófica” da cidade. Não sou urbanista nem arquiteta, mas acho muito interessante e bacana pensar a cidade a partir da “usabilidade” que ela pode ter pelas pessoas – seja, seus habitantes ou visitantes. Como bem lembrou o Maurício Christovão, é uma tendência mundial reduzir os espaços dos automóveis – principalmente na Europa, onde o transporte público é muito bom na maioria das cidades. Enquanto isso, por aqui, o governo fica incentivando e facilitando a compra de automóveis e dá isenção fiscal para as grandes montadoras. Então tá, né…
Mauricio Christovão
É uma tendência mundial reduzir o espaço destinado ao automóvel nas grandes cidades. Mas na Europa existe a alternativa real de um transporte público de qualidade.
Beatriz
Achei o projeto matavilhoso. Imagino que para os parisienses também será melhor. Menos poluição e barulho. Em 2013 passei o verão em Paris e achei muito lindo as pessoas aproveitando a praia artificial nes margens do Sena. Espero voltar e ver o projeto definito ano que vem.