No inverno, a lareira é fundamental nos países mais frios da Europa.

Por questões familiares, faço o trajeto de Paris Lausanne com frequência. A última vez, da janela do trem grande velocidade acompanhei a transformação da paisagem de vegetação verde para campos e florestas cobertas de neve.

Quando cheguei no destino final, da porta da entrada vi a lareira acesa. Para completar o quadro de uma noite de inverno perfeita, um bom e vintade disco de jazz rodava no toca disco.

Nas minhas lembranças de invernos em família, a cena clássica dos fins de semana: assar castanhas portuguesas na lareira. As castanhas são acomodadas dentro de uma frigideira com buracos no fundo e colocadas diretamente na brasa.

Passamos a tarde a descascar castanhas, a conversar fiado e a encher taças de vinho.

O clima de Paris é mais suave mas não deixamos de lado o ritual da lareira nas noite longas de dezembro e janeiro. Nele buscamos o calor e a luz, que nos faz tanta falta.

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Lareira no Castelo de Versailles (foto Stefano Brivio no Flickr)

Por isso seguimos atentos a disputa intra governamental entre dois grupos antagônicos: aqueles que lutam pela proibição de “fogo de lareira” e os que consideram esta medida um pouco ridícula.

Os organismos que medem a poluição por partículas finas acusam as lareiras domésticas de contribuirem com mais de 20%. Em 2013 elas foram proibidas em Paris e na Grande Paris.

Em 2015, a proibição foi anulada por falta de dados sérios e no final deste mesmo ano a proibição da anulação foi revocada.

Por enquanto estamos confusos, podemos ou não, mas estamos sobretudo torcendo para que uma solução seja encontrada. O fogo de lareira é poluidor? Que sejam criadas novas lareiras não poluidoras, mas que não nos tirem este prazer simples e ancestral.

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