Por Ane Elisa Perez
Na linha “vamos experimentar um pouquinho do mercado de luxo em Paris” eu e meu marido, em novembro 2012, ficamos hospedados uma noite no Plaza Athénée.
Fizemos a reserva pelo site do Hotel e nos hospedamos no quarto Superior Guestroom, segundo mais básico, com vista para o pátio interno. Antes do almoço já havíamos nos instalado no quarto. Espaçoso, com dois grandes guarda-roupas, uma banheira incrível e um chuveiro separado. Roupões e amenities à disposição. Esperava que fossem Dior (já que é a marca do Spa do Hotel). Não, não eram. O mensageiro que levou nossas malas perguntou-me se eu queria que ele a desfizesse para nós. Um luxo. Mas não aceitei. Cama e lençóis impecáveis.
Já com as reservas feitas daqui, almoçamos no extraordinário Alain Ducasse au Plaza Athénée – pomposo, luxuoso (com seus incríveis lustres de cristais), delicioso e caríssimo. Atenção, o cardápio das mulheres não tem preço. O cardápio entregue aos homens sim. Inebriada, esqueci-me de perguntar ao meu marido o preço da entrada da foto (vieiras com trufas brancas). Soube depois (elegantemente me deixou pedir sem que me dissesse o preço): 172,00 euros. Desta forma, para quem deseja ter esta experiência preparar o bolso é importante: com entrada, prato principal, champagne (em taça) café (com petit fours deliciosos) e muita pompa gastamos 620,00 (cardápio de almoço que sempre é mais barato) – mas é um Alain Ducasse 3 estrelas Michelin.
O Jardim interno é lindo e delicioso. Dizem que servem um ótimo chá a tarde. Não experimentamos, pois este dia chovia muito. Jantamos no bar do Hotel, que tem música ao vivo inclusive de dia. Paguei por um club sanduiche 40,00 euros.
O Hotel é lindo com seus incríveis lustres de cristais mas, a exemplo do Ritz, está precisando passar por uma reforma – se olhar detalhadamente vai ver as paredes meio sujas e descascadas.
Na TV do quarto só encontramos canais árabes.
O serviço de Wi-fi é pago – 24,00 euros por 24 horas de uso. Um absurdo.
O café da manhã básico (estava incluído na diária), com croissant, pães doces, café, leite, chá, manteiga e geléia. O Serviço péssimo. Se desejássemos um café um pouco mais incrementado (ovos e omeletes) – haveria o acréscimo de 20,00 euros por pessoa.
Restaurante Alain Ducasse: vale a experiência? Vale e voltaria. Não muitas vezes lógico.
Plaza Athenee: vale a experiência? Nem tanto. Não voltaria. Adoro o meu lar em Paris, o bairro Saint Germain, com seus hotéis aconchegantes, perto de tudo, com seus museus, seus restaurantes e cheio de calor latino.
25 avenue Montaigne 75008 Paris.
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75 Comentários
Jane Curiosa
Ane Elise
Por pura curiosidade:A mulher bonita e muito elegante envolta em um casaco preto,é você?
Lenna Ranghetti
Adoro esses posts de luxo! Daí pode-se conhecer os lugares, seus detalhes e os prós e contras. E, realizar um sonho, é tudo de bom. Mas, também prefiro ficar em Saint-Germain, num hotel confortável e simpático, onde me sinto bem…
Jacqueline
Jane Curiosa
Tenho quase 600 livros no meu IPad, mas não extingue o vício pelo livro de papel. Os do IPad leio em viagens. Em casa, não dá, por exemplo, para cochilar enquanto se lê. O livro nos bate no rosto e a gente acorda. Já se cai o IPad…
Pois é, talvez por ser natural não dar muita importância à comida, isso não pese demais nas viagens. Só preciso ter algo para comer nas horas certas e pronto. A gente ia no monop, comprava uma saladinha, vinho, pão, leite e a carne no açougue. Só que me disseram agora que os espetinhos seriam de cavalo. Ah, tá bom, já comi. E eram muito gostosos.
Jane Curiosa
Jacqueline!
E ainda assim voltastes com mais malas do que levastes?
Preciso fazer algumas aulas com vocês.Preciso sim.E urgente.E concordo quanto a alimentação.Apesar de gostar de comer,e ter ido a vários bons restaurantes,foi torturante tomar café da manhã,almoçar,e jantar disciplinadamente durante todos os dias da viagem.Foi ótimo,mas também foi desperdício de tempo(principalmente) e dinheiro, em detrimento de vários passeios,que eu preferia.
Quanto aos livros,você já pensou em adquirir um Kobo*ou um Kindle*?Além de práticos são bastante econômicos também.
Jane Curiosa
Mas que!É luxo.E o luxo não carece de caridade.Nada de ficar esperando obter amenities da marca, no hotel.Vai logo na Hermès,e compra tudjio qui bem quisé,criatura! O dinheiro compra luxo,e muito dinheiro compra muito luxo.Uma MRD romântica esse conceito moral de se associar a riqueza e o luxo à coisas vergonhosas,corruptas e vazias. O dinheiro não compra tudo,bem sei,porém, a falta dele, absoluta, não nos transmuta em santos,mas em pobres diabos tão somente.Possuir dinheiro e usufruir do luxo dele advindo,não é pecado e é maravilhoso.Bem,ao menos deveria ser.Não sejamos doentios tal James Gatz(Gatsby),em minha opinião,um dos personagens mais emblemáticos das obras de um dos meus escritores favoritos,Francis S.Fitzgerald.Para esse personagem,o dinheiro e o luxo não trouxeram nada, além da indiferença,do desprezo,da frivolidade e do vazio em sua manifestação mais cruel.Sejamos inteligentes e justos,e aproveitemos o mais e o melhor possível o que nossas posses nos permitirem.
C’est tout.
eduarda
Dinheiro mudando de mão…É o que mais se vê em toda Europa…Em Londres ver os árabes e suas enormes famílias sendo abanados e paparicados por ingleses enluvados não deixa e ser irônico.Fico imaginando tudo isso daqui 30 anos…
Ah…As fotos estão ótimas!
Jacqueline
Jane Curiosa
E precisavas ver minha companheira de viagem. Me fez gastar duas vezes menos do que pretendia. Aproveitando que já não sou muito aventureira gastronomicamente, economizei para os shows, balé, tours, o que realmente vale numa viagem. Sou capaz de dar 100 euros por um show ou um livro, mas não por um prato. O alimento do espírito permanece para sempre.
Elvira
Nossa, um hotel tão caro e ainda cobre pelo wi-fi?
Abs.
Elvira
http://evipensieri.wordpress.com/
Paulete
Não tem só canais árabes, tem Globo.
Cristiane Pereira
Adorei o relato. Acho muito válido conhecer essas experiências, seja para vivê-las à nossa maneira, para não vivê-las, ou, simplesmente, para saber como são. Posso nunca ficar no Plaza ou no Le Meurice, mas curti muito os relatos de hoje e o da Mariana, e outros do tipo que são postados aqui no CP. Acho que têm a intenção de realmente compartilhar a experiência. Paris é sinônimo de luxo, desde há muito tempo, e vai continuar sendo. Então, que ótimo saber sobre o luxo em Paris. É um luxo ter o CP como veículo para compartilhar essas (e outras!) histórias!
E não vejo problema algum nos cardápios com preços apenas para os cavalheiros. Resquícios de antigamente, quando só homens trabalhavam, tinham dinheiro e pagavam as contas? Que sejam. Eu trabalho há 30 anos, pago minhas despesas, planejo e pago minhas viagens, mas não tenho nenhum problema em viver e usufruir desses pequenos gestos de delicadeza dirigidos às mulheres. Mesmo que seja eu a pagar a conta!