Fragonard, o grande pintor francês do traço perfeito, que representou com perfeição a frivolidade e os gestos expressivos.
O museu do Louvre possui várias obras de Fragonard, entre elas o misterioso Le Verrou, A Tranca.
Diante da obra, a perfeição dos drapeados do leito imenso, que ocupa quase a tela toda, causa o primeiro impacto estético. Em seguida tentamos compreender a cena. Uma mulher que resiste, sem querer resistir, aos ardores de seu amante? E este homem que tranca a porta? Um gesto autoritário? Cena de amor ou de violência? A pequena maçã ao lado do leito simboliza amores culpados?
Diante desta cena libidinosa com alguma inquietação, nos perguntamos se os gestos expressam uma ameaça difusa ou fuga amorosa.
No site do Louvre encontramos análises das principais obras do acervo. Esta é uma delas. Acho que nunca falei para vocês que o museu oferece também visitas guiadas. Durante uma ou duas horas, um professor acompanha, de obra em obra, um grupo pequeno de ouvintes. Vale a pena.
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23 Comentários
Marcello Brito
Lina, Eymard e Beth,
Que bom que vcs gostaram do texto!!!
Embora ja tenha lido alguns textos sobre Fragonard, também nunca fui particularmente interessado nele.
Mas a muitos anos comprei um desses pequenos livros que vendem no louvre em que algumas obras do museu vem em postais que depois vc pode destacar. Estava lá A Tranca que por mera coincidencia eu havia visto naquele mesmo dia.
E assim a familiaridade com o quadro foi crescendo. Mas ela sempre ficou lá, na gaveta. Até que a Lina escreveu sobre ele.
Fui procurar o postal mas nao o encontrei mais. E então num dia de madrugada, ontem ou anteontem não lembro, olhando o post da Lina e lendo novamente o que ela escreveu , me veio a ideia dessa possível leitura porque sempre me pareceu que os amantes eram de grupos sociais distintos. Como nunca li ou ouvi nenhuma analise especifica desse quadro, posso ter escrito uma grande besteira. Mas fica o exercício!
Beth, vou pensar com carinho na sua dica mas uma coisa é escrever descompromissadamente sem obrigação e sem a necessidade de uma ordenação mais rigida, bem mais dificil é a sistematização racional desse impulso. Mas quem sabe? Vi a foto da Pizza Pino!!! Na mesma esquina de quase 40 anos atras… o tempo não para mesmo…
beijos a todos…
Beth
Marcello
Li atentamente sua preleção sobre Fragonard. E sua capaciade de descrição é realmente muito interessante… Além de arquiteto vc também deveria se dedicar às letras
Mas não comungo com o seu entusiasmo por Fragonard.
Considero-o um artista menor, de um período menor. Mero reprodutor de cenas domésticas e sentimentais. Foi discípulo do grande Iluminista Siméon Chardim por pouco tempo. E na Itália empolgou-se por Tiepolo. Por muitos anos não foi incluído nos principais compêndios da História da Arte (Lübke, etc) Considero sua obra meramente decorativa… Gostei mais da sua interpretação da obra do que da obra em si…
Abs.
Eymard
Bravo marcello! Sempre aprendendo com vc.
Naedy
Lina,
Quando for não deixe de experimentar uma colonia simplesmente com o nome Fragonard. É a minha preferida.
Ládea,
Na visita que fiz ao Museo em Paris também fui atendida por portugueses.
conexaoparis
Naedy e Ládea
Imaginem que moro ao lado e nunca entrei. Vou dar um pulo para conhecer.
conexaoparis
Madá
A técnica descrita por Hockney foi utilizada. Não sei quem a utilizou mas ela existia. Tudo é técnica. Senão, caímos na interpretação da graça divina, o dom dado por Deus.
conexaoparis
Marcello
Viajou maravilhosamente.
Marcello Brito
Viajei?
Marcello Brito
Fragonard é um pintor que tem no meio de sua trajetoria o corte da revolução francesa.
Ele foi muito influenciado pela tradição da escola veneziana de pintura desde veronese, tiziano até tiepolo, embora superficialmente esse quadro especifico não detone na ambientação uma maior afinidade com os temas da laguna.
Apenas superficialmente, porque o mundanismo, de um erotismo um tanto mistico é toque de pedra da tradição iniciada com veronese que talvez tenha sido o primeiro pintor a inserir o tema do amor burgues na pintura. E essa maça é muito próxima do quadro O amor sacro e profano do tiziano que podemos ver na galleria borghese em roma.
Mas o que me interessa nesse quadro e, essa é uma ideia de analise que me vem agora, é exatamente a infiltração das tensões sociais tipicas de um regime ja morimbundo e a vontade de potencia de uma burguesia que se pretendia afirmar.
Essa divisão é clara e obvia no casal e no set em que se dá a cena. Não seria por outra razão que o rapaz , um exemplo atlético de uma sexualidade quase brutal metido em trajes sumarios mas simples tranca a porta. Obviamente ele nao faz parte da corte e no seu gesto há um clara vontade de potencia e dominação.
O ambiente em volta do rapaz é claro, clean, quase acético. Sua sexualidade e erotismo emanam se si proprio como a afirmar a carnalidade do ato animal. Nao há subterfugios.
É uma nova classe que se impoe como representante de seus atos terrenos e banais.
O decor que envolve sua parceira é exatamente o oposto. A sexualidade dela é teatralisada, envolta em penumbra, quase como um cenario de opera. Eu diria até espiritualisada, porque assim são os movimentos da corte que ainda se pretende divina.
Uma rainha jamais é carnalmente erotica, sua representação quando envolve o desejo tende sempre à lasciva. E nada mais lascivo que o drapreamento estupendo de sua calda e que é também indicação de frivolidade e superficialidade.
O rapaz a tranca e a retira de seu castelo soturno de veludos e cetins e vermelho como o ventre da natureza primitiva
Ele a puxa para a luz , luminosidade essa que está com ele nao com ela. Claramente há ai também uma representação de qual dos dois retem a chave do saber moderno.
Que o nome do quadro e a tranca seja o ponto de covergencia de toda a cena, não é surpresa. A tranca manipulada pelo rapaz é a cristalização da nova classe que ascende ao poder.
As tensões sexuais que emanam do quadro são claramente a ruptura social do periodo enfocado.
Madá
Adorei Lina!
O que me chamou atenção no seu post foram:
“a perfeição dos drapeados do leito imenso”
De fato essa perfeição instiga e levou o pintor britânico comtemporâneo, David Hockney, a investigar como os pintores dessa época pintavam detalhes com tamanha precisão, de modo bem diferente de pintores impressionistas e da geração Picasso.
Assim como o Eymar e Patricia, não sou especialista, apenas apreciadora.
O fato é que o David Hockney lançou por volta de 2002 um livro, que eu tenho, chamado “The secret knowledge”.
O livro gerou a maior polêmica. Ele alega que os pintores dessa época, incluindo o maravilhoso Vermeer usavam uma técnica baseada em lentes e espelhos conhecida como camera obscura.
Na verdade, eles projetavam via espelho e lentes a imagem real na parede com uma tela e “reproduziam” diretamente na tela o que estava sendo projetado.
Ele nunca negou o talento desses pintores, apenas disse que era uma técnica que se perdeu.
Ele mesmo tentou fazer uma pintura com base nessa técnica e saiu horrível. Tudo está documentado no livro.
Porém o David Hockney foi super condenado por esse livro. Disseram que eles estava menosprezando os grandes mestres, ao alegar que eles estavam apenas copiando o que estava projetado na parede.
O fato é que esses drapeados, mapas, com tamanha precisão de formas não mais são encontrados em pinturas após esse período.
Enfim, eu achei o Secret Knowledge o máximo, só me fez gostar ainda mais do Vermeer, que teve um único quadro na exposição L’age d’or holandais que vc anunciou no CP e eu tive o privilégio de poder conferir na Pinacoteca de Paris.
Valeu, Lina !
Para quem já viu os clássicos obrigátorios do Louvre, vale a pena ir lá somente para ver e rever pinturas como essa do Fragonard e no meu caso do Vermeer, que adoro. O problema é que por várias vezes elas estão viajando ou em manutenção, mas nada que nos faça perder a viagem, afinal o Louvre é o Louvre !