Dia 25 de agosto, após o escurecer, um pequeno grupo de militantes rebatizou os nomes das ruas do centro de Paris.
Em algumas horas a rue Massillon se tornou rua Camille Claudel, a Ponte Saint Michel foi nomeada Ponte Toni Morisson e o cais da Notre Dame recebeu o nome de Nina Simone.
Este ato feminista foi organizado pela associação Osez le Feminisme e se chamou Femicité. O feminino no centro de Paris, na ilha Cité.
As militantes partem da seguinte constatação: mais do que simples indicadores para que possamos nos situar nas cidades, os nomes de ruas, pontes e lugares são também testemunhos da História. Eles formam nossa memória coletiva. Os nomes das ruas representam uma mensagem que a cidade quer propagar.
Paris possui um número elevado de ruas com nomes de soldados e oficiais: este fato ilustra o passado combativo e corajosa da cidade. A Inglaterra privilegia a memória do Império Britânico. Na Alemanha, os filósofos e compositores são valorizados.
O ato do dia 25 teve por objetivo denunciar o fato que somente 2.6% das ruas de Paris possuem o nome de uma mulher ilustre.
Ignorar que as mulheres fazem parte da História é perpetuar os estereótipos patriarcais, é fechar a mulher no espaço doméstico e negar sua importância na vida pública do país.
A história francesa é cheia de cientistas, escritoras, militantes, artistas que merecem o reconhecimento do país.
As manifestantes pedem à prefeita de Paris, Anne Hidalgo, o mesmo número de mulheres do que de homens nas ruas de Paris. Pedem também que um nome de mulher seja atribuído à uma grande praça ou à um grande imóvel público. A quantidade por si só não resolve o problema. Simbolicamente é importante que um espaço público de grande visibilidade tenha o nome de mulher. E a atribuição sistemática de um nome de mulher a todos os novos prédios da prefeitura como universidades, hospitais, liceus, teatros, piscinas.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
|
1 Comentários
Mauricio Christovão
Não é que as mulheres não mereçam. Merecem muito, mas o mundo sempre foi machista. Vai demorar para elas conseguirem essa igualdade.