A exposição Miró, em cartaz no Grand Palais até 04/02/19, é uma incrível retrospectiva que cobre os 70 anos de carreira do grande pintor catalão.
Miró é um artista bem conhecido no mundo todo até por aqueles que não são grandes conhecedores das artes. Assim como Picasso (seu amigo, contemporâneo e conterrâneo), Miró é, para usarmos uma expressão inglesa, um household name. Entre suas obras mais conhecidas estão aquelas povoadas por pequenos seres que se assemelham a plânctons ou insetos (minha interpretação) em cores primárias.
Quadro da série “As Constelações”
A exposição “Miró” em Paris
Mas a retrospectiva sobre Miró, em cartaz no Grand Palais, mostra um artista completo que – ao longo de seus 70 anos de carreira – fez de tudo um pouco (pintura, escultura, cerâmica, tapeçaria, arte gráfica, cenário); transitou por vários movimentos artísticos e influenciou e foi influenciado por outros pintores.
Com de cerca de 150 obras, divididas em 16 partes, a exposição conseguiu reunir trabalhos de Miró espalhados por vários museus ao redor do mundo e também em coleções particulares. Uma oportunidade única que dificilmente se repetirá a curto prazo. Ficaram de fora tapeçarias, figurinos e cenários de teatros que, por sua natureza frágil e delicada, não poderiam ser transportados.
Jeune fille s’évadant, escultura de Miró
Miró
No início de sua carreira, Miró se aventurou no fauvismo e no cubismo. As críticas não foram muito generosas mas a intenção de Miró não era se dobrar a esse ou aquele movimento artístico do momento mas sim interpretá-los à sua maneira. O mesmo aconteceu quando Miró se aproximou do surrealismo. Andre Breton disse, de forma pejorativa, que Miró era o mais surrealista dos surrealistas no sentido que ele não seguia à risca as regras do movimento.
Outra faceta de Miró, cuja obra tem um lado lúdico e colorido, foi seu engajamento político. Em suas pinturas há com frequência alusão aos camponeses da Catalunha, representados por seus gorros vermelhos. Ele também denunciou a ditadura de Franco na Espanha e os horrores da 2ª Guerra Mundial. Em 1974, Miró pintou o tríptico (série de 3 quadros expostos juntos) “A esperança de um condenado à morte”, em homenagem ao anarquista catalão Salvador Puig i Antich, condenado à morte pelo governo franquista e executado logo depois que a obra foi terminada.
Tríptico “L’Espoir du condamné à mort”, de Miró
Mesmo se os temas centrais da pintura de Miró continuaram os mesmos durante toda a sua vida (as mulheres e os pássaros) a forma de representá-los foi se transformando e evoluindo durante a carreira do pintor. Das imagens figurativas do início aos grandes vazios e manchas das últimas obras, a retrospectiva de Miró no Grand Palais nos mostra a evolução do artista de forma primorosa.
Dois auto-retratos: o da esquerda pintado em 1919 e o da direita por volta de 1937.
Informações práticas
Exposição Miró. Até 04/02/2019 no Grand Palais, 3 avenue du Général Eisenhower, 75008. Metrô linhas 1 ou 13, estação Champs-Elysées – Clemenceau. Ingresso: 16€, clique aqui para comprar.
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Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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2 Comentários
Cristiana
Lina, primeiramente, desejo um Feliz Natal para você e sua família!
Adorei a dica! Estou tentando comprar os ingressos para a exposição do Miró no dia 31/12, pelo site oficial, mas não estou conseguindo, por conta do número do celular. Indico o meu do BR e não é aceito. Alguma orientação nesse sentido?
Muito obrigada, desde já.
Rodrigo Lavalle
Cristiana, coloque um número aleatório no formato francês: 06 seguido de outros 8 algarismos.