Sempre me interessei pelas diferenças culturais entre os meus dois países. Sou historiadora e tudo me interessa, mesmo as normas que estruturam as relações sociais no cotidiano. Até hoje ainda não domino todos os códigos, ou não quero dominar. É prático ficar no papel da estrangeira, a quem pequenos deslizes são perdoados.
Em uma reunião social, quando dirijo a palavra a alguém que não conheço bem, digo Madame se for uma senhora ou Monsieur se for um senhor. Mas seria um grande erro dizer Madame Campos ou Monsieur Souza. Nunca se deve empregar o sobrenome da pessoa. Como vai Madame? E não, Como vai Madame Campos?
Se dirijo a palavra a uma pessoa que não conheço, me apresento dizendo ou somente o meu sobrenome, ou o meu nome e meu sobrenome. Não posso me apresentar somente com o meu nome, como também não posso dizer: me chamo Madame L H. É considerado mal-educado autonomar-se Madame.
Se apresento meu marido a alguém, digo simplesmente: meu marido ou meu esposo. E ele dirá seu sobrenome e nome. Não posso designar meu marido como: Monsieur A. H. Neste caso também é mal-visto nomear o marido ou a esposa como Monsieur ou Madame.
Este nosso jeito brasileiro/americano de chegar e dizer, oi, é tão simpático!
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21 Comentários
jorge fortunato
Olá
Ainda bem que estudei na Aliança e a gente aprende tudo, inclusive os hábitos dos franceses.
A plus
Beth
Helena
Vc é muito bem humorada, risos.
Realmente, os alemães são muito distantes e reservados. Especialmente em Hamburg…
Os parisienses também não primam pela amabilidade. Mas existe uma fórmula infalivel para senseibilizá-los: Agradar e elogiar o cachorro!
Morei em vários países e tornei-me especialista em dar um jeito para melhorar as relações internacionais.
Estou indo para Paris no final do ano. Vc já conseguiu resolver seu problema de Hotel para o Salão do Chocolate?
Abs.
Inês
Olá, Lina
Creio nem ser preciso ir tão longe.
Quando, a trabalho, nos mudamos de São Paulo para Santa Catarina, já pudemos perceber as diferenças de cultura. Até que tu sejas tratada de
Tu é um longo caminho.No início éramos tratados por Você. Hoje, 17 anos depois, já somos Tu.
Mas não acho frescura os pronomes de tratamento.
Indicam educação, respeito e são até charmosos.
Um abraço,
Inês
Claudia
Lina,
Voltei ontem da França e faço questão de te agradecer as valiosas e precisas dicas. Me ajudaram muito e minha viagem foi muito feliz!
Obrigada e um abraço!
Claudia
Helena Bäuerlein
Beth,
Hilário !
Não cheguei a tanto ! Mas só tive segurança para usar o tratamento adequado, depois de muito treino…
Eles são mais formais, não é mesmo ?
Na Alemanha tem até um ritual, quando vc muda o tratamento de Sr para vc: eles dão um beijo em cada bochecha, fazem um PROST( tem que está bebendo!!!) e a partir daquele momento, se tutoient.
Eles explicam que quando vc mantem uma distância cerimoniosa da outra pessoa , é mais dificil surgir uma briga : vc, não sendo íntimo, não se permite uma intimidade maior. SERÁ????
Concordo com vc, um sorriso abre qq geleira !
Bjk
Beth
Helena
Fui morar na Alemanha aos 16 anos e quase chamei o cachorro de SIE…
O melhor a fazer quando em terras estrangeiras é ser o mais gentil possível. E de preferência usando seu melhor sorriso…
Abs.
suely
Aqui no Brasil está cada vez mais se abolindo o sr ea sra,eu mesma prefiro que me chamem sòmente pelo meu nome.É claro que quando somos apresentados a alguém somos mais polidos ,mas é como bem disse o nosso Presidente Fernando Henrique ,brasileiro não é muito dado a cerimônias,mas temos que respeitar os costumes das outras culturas.Obrigada Lina por mais essa lição.Beijos a todos
Helena Bäuerlein
Nossa, Lina ! Como entendo o que vc está falando ! Também tenho “dois ” países, com o agravante de ser baiana e meu marido alemão. Ou seja, duas culturas diametralmente opostas. Aos 24 anos fui morar na Alemanha e me vi em cada saia justa !
Isso deles não falarem o nosso VOCÊ, era muito confuso. Eu preferia chamar até uma criança de SIE (o Vous farncês)do que um senhor de DU ( TU, imperdoável!). Enfim, sou camaleoa e me adapto às regras e costumes do lugar e com esse jogo de cintura fui me virando para não fazer feio. Sou da opinião que cada um de nós é uma espécie de EMBAIXADOR do Brasil, quando estamos fora dele. Como nos comportamos é relacionado imediatamente à nossa origem.
E olhe que eles, os estrangeiros de um modo geral, tem um certo carinho pelo brasileiro.
Bom exemplo, atualíssimo, o comportamneto do nosso presidente Lula, no discurso da escolha do Rio para sede das Olimpíadas. Ele quebrou todos os protocolos, com sua já conhecida VERBORRAGIA, e acharam ”engraçadinho”.Se fosse um dirigente europeu…
Em Roma como os romanos !
Maria das Graças
Sabe Lina, com o atual intercambio entre os povos proporcionado tanto pelas viagens, muito mais faceis e acessiveis a um grande numero de pessoas, como pelos meios de comunicação creio que aos poucos esses padrões de comportamento vão se flexibilizando. Estou estudando frances na Aliança e nas primeiras aulas percebi a preocupação da prof quando ela evidenciava a necessidade de assimilarmos bem esses padrões de comportamento utilizados na França.
ieda dias
Adoro ler o blog do alheio, conheci o seu hj, tô gostando e já me sentindo à vontade prá contar caso.
Quando o FHC era presidente, eu morava em Paris. Ele foi visitar a cidade e em uma entrevista, foi falado sobre o que você acabou de escrever. Cerimônias da língua. Ele explicava pros franceses a falta de cerimônia da gente. Dizia que em uma entrevista a primeira pergunta era dirigida ao Exmo.Sr.Presidente, a segunda Exmo Presidente, a terceira Presidente e daí prá frente era: Ô Fernando! E ele respondia normalmente, porque ele sabe que a gente não aguenta segurar essa frescura por muito tempo…rs
Um abraço
ieda