Impossível assistir as manifestações de jovens estudantes no Brasil e no mundo sem se lembrar de maio de 68 na França. Selecionamos cartazes da época para relembrar as manifestações que ocorreram há 45 anos e parecem ainda tão atuais.
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32 Comentários
Jane Curiosa(roubando um tempo)
Eymard!
Clap! Clap!
Jane Curiosa(roubando um tempo)
Ora,direis,já não se pula fogueira como antigamente…ou “esses moços de hoje não valem mais que um vintém!”
Ontem pela manhã,vários jovens manifestantes se dirigiram ao Palácio em SP, para limpar a sujeira e varrer os detritos deixados pelos vândalos que costumam acompanhar toda espécie de manifestação.Isso é a praga.
Daí,lembrei do palhaço Carequinha,que cantava sobre as virtudes dos bons meninos.
(…)
“…o bom menino não faz xixi na cama/o bom menino respeita os mais velhos…”
Não,não tenho a ingenuidade de Cândido e nem o maniqueísmo de Martinho,necessários para acreditar-por exemplo-,que,”manifestante bom não porta molotov/,manifestante bom respeita a polícia…” ou que:
“…o bom policial não desce o cassetete,e só cuida do bem estar do cidadão.”
Penso que o homem se transforma e é capaz de transformar também tudo ao seu redor. Para o bem E para o mal.
Esse movimento,para além de outras especulações que faço, também me instiga pelo domínio que a juventude possui de usar e abusar da tecnologia atual. De “descentralizar” um comando.De mapear rapidamente a condução de centenas.
E, (ainda) não sei porque,continuo preservando um tanto de Pangloss em mim.
Começo a pensar que o Brasil se encontra em estado interessante. E se ” ces jeunes hommes d’aujourd’hui ne valent pas plus d’un centime”,
não nos esqueçamos que a “nossa” geração é quem criou e preparou a que hoje está nas ruas.
Sophia
Ah, a polícia bipolar do Estado de São Paulo… Num dia, manda uma saraivada de balas de borracha em gente que não está fazendo nada. No outro, deixa que quebrem a prefeitura e emporcalhem o Teatro Municipal. Que tal um pouco de moderação? Garantam a tranquilidade dos manifestantes da paz e, por favor, prendam os vândalos.
Em tempo: Eymard, concordo fortemente com seus pontos.
eduardo r.
concordo com tudo q vc disse, eymard! reconheço a força do voto, claro, assim como apoio as manifestações. tudo por um estado democrático! só questionei a frase ‘a verdadeira revolução está nas urnas’ como forma de reflexão, para pensarmos em cima da atual conjuntura política brasileira.
esse povo q está nas ruas cansou de demagogia, de candidato q promete uma coisa e faz outra no poder…aposto q muitos desses manifestantes já foram de esquerda e, insatisfeitos com anos de governo de direita, votaram no lula para ‘arrumar a casa’ e se decepcionaram com os mensalões da vida tbm!
hj, tenho certeza q o povo q vota consciente está sem um representante legítimo. um sintoma disso é o coro “sem partido, sem partido”, entoado no meio dos protestos qdo surge uma bandeira com alguma sigla, enquanto q há alguns anos, não mto tempo atrás, essas mesmas ruas estavam tomadas de bandeiras vermelhas do pt e cia…
bom, quem sabe a manifestação popular de agora não inspire o surgimento de algum líder q lute pelo brasil acima de tudo, acima até de interesses partidários e, principalmente, pessoais? antes dos protestos iniciarem, esse desejo parecia utopia. agora, a coisa pode estar começando a mudar! resumindo: neste momento histórico q o brasil atravessa, a revolução sente a necessidade de passar pelas ruas antes de chegar às urnas! com o perdão da velha frase surrada q vou usar, a imagem desse povo protestando esta semana (o povo, não os vândalos) vale mais q mil palavras para ganhar votos em ano de eleições. abç
Vanderci
Sou totalmente a favor do protesto, tem muita coisa engasgada, muita coisa a ser resolvida… Mas o problema é o vandalismo que infelizmente esta correndo junto. Ontem enquanto uma multidão pedia pelos direitos de forma pacifica, a minoria que quebrava, invadia e saqueava as lojas chamava mais a atenção. Muita gente deixou de ir ao protesto por medo da violência.
Herbert
Lina, vc sabe dizer se tera alguma manifestação em Paris em apoio aos manifestantes brasileiros? Ouvi dizer que sim, mas não sei quando nem onde. Se vc tiver alguma informação poste, por favor, pois gostaria de particar. Abraço e mais uma vez parabéns pelo excelente blog.
Lina
Herbert
Não estou atenta porque me encontro na Córsega esperando o verão.
eymard
Eduardo R., estou com Clauspit. Não podemos esquecer que sem eleição; sem estado democrático de Direito; sem possibilidade de dizer o que pensamos, retrocedemos! Não é difícil retroceder. Apesar dos pesares, a democracia representativa deve ser valorizada. Os partidos precisam aprender? Sim. Precisam renovar. Reciclar. Precisam ampliar os espaços de participação. Caso contrário vamos para as ruas protestar…protestar…protestar e….e….e….quebramos tudo? Tudo está fora da ordem? Certamente alguém virá “arrumar a casa”. Do seu jeito. E esse filme, já vimos. Já aprendemos com a história. Portanto, bonito ver a moçada na rua. Mas não esqueçamos que eles nunca viveram verdadeira crise. Verdadeira escuridão. A corrupção não foi inventada nos últimos 20 anos. Combate-la é para sempre. É permanente. Nas mínimas coisas (por exemplo, todos os dias eu vou almoçar e tem bem em frente ao restaurante uma enorme placa de proibido parar. Tem sempre carros estacionados ali. Me incomoda ver isso. A pessoa para. Fecha tranquilamente o seu carro, e atravessa a rua. Não se dá ao trabalho de parar um pouquinho para frente e ter que andar um pouquinho mais ate o restaurante para almoçar. La dentro estufa o peito para falar que não aguenta mais tanta corrupção. Que é contra a Pec 37. Que tudo está errado, etc…etc…). A música dizia: rebeldes sem causa. Hoje são rebeldes cheios de causas. Com tantas causas que já nem sabem por qual delas realmente vale a pena lutar. Eu sei. Só vale lutar nos marcos da democracia. Para ampliá-la. Para alargá-la. Nunca para destruir. Nem a revolução francesa se livrou do terror. E da tirania. E a liberdade, simbolizada no quadro do Delacroix, demorou 40 anos, 40 anos, para ser definitivamente assimilada na França e exposta ao público após sair dos porões do Luxemburgo.
gabriela
Lina, e sobre La Manif Pour Tous? Como foi super organizada, com várias ‘edições’ e reuniu uma parcela considerável (1 milhão na última?!) da população parisiense e francesa em geral, tinha estranhado por não encontrar nenhum comentário por aqui. Agora, vendo vc comentar sobre as manifestações no Brasil, que senti falta mesmo de alguma informação a respeito.
Lina
Gabriela
Eu comentei sim, mas comentei o debate sobre a questão do casamento gay. E o artigo gerou muitos comentários. Imagine, não poderia deixar esta questão importante passar sem dizer nada, não é?
Como não poderíamos deixar em branco o movimento no Brasil.
karina
Em Brasília o protesto foi lindo. Me lembrou minha época de cara pintada, em que tiramos o Collor do poder. Mas concordo q as urnas é que resolvem. Inclusive colocaram o tal Collor de novo na política!
salete
Gente, que tal pensar um pouco sobre uma sociedade em desintegração, de cotidiano brutal para a grande maioria das pessoas, de exploração do trabalho – onde “crescimento” passou a ser sinônimo de especulação de ativos – fictícios? Pensar, enfim, sobre as promessas do capital?