Foto: Francisco de Assis Andrade
Recebi inúmeros comentários e e-mails relacionados com artigos publicados na imprensa brasileira sobre medidas, da Prefeitura de Paris, para regular o mercado imobiliário. O Prefeito da capital teria por objetivo limitar o número de apartamentos destinados aos contratos de curta duração, que é o caso dos contratos assinados pelos turistas que aqui passam alguns dias ou poucos meses.
Aqueles que alugaram apartamentos em Paris ou que pretendem alugar estão apreensivos.
Minha opinião é a seguinte:
. os jornais franceses não deram a importância que os brasileiros deram ao problema.
. esta questão envolve o estado francês e os proprietários de apartamentos. Em nenhum momento uma sanção vai cair em cima das cabeças dos inquilinos.
. associações de proprietários e outros organismos estão envolvidos nesta discussão. Se alguma decisão for tomada, ela será divulgada pelos jornais franceses.
Acho que vocês não precisam ficar alarmados com estes artigos.
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68 Comentários
Beto Haenel
Como sou o proprietario da Monparis, que aluga apartamentos mobiliados à curto prazo em Paris, me sinto “no olho do ciclone”. Tenho recebido muitas perguntas de clientes mencionando estes artigos que sairam no Brasil. Na verdade a polêmica começou com o jornal americano The New York Times dia 7 de Julho : http://www.nytimes.com/2010/07/07/business/global/07rent.html?emc=eta1
Na França nao ha nenhuma matéria sobre isto, mas apos me informar junto ao advogado de uma das maiores empresas Francesas do ramo, fiquei tranquilizado. A Jurisprudência é enorme, nada podera ser feito aos proprietarios de apartamentos, e como bem diz a Lina, muito menos sobre os clientes (inquilinos). Nunca a Prefeitura de Paris se aventurara à criar polêmicas com turistas !
Em NY, esta atividade é formalmente proibida, e varias empresas alugam com a complicidade dos gerentes de imoveis e zeladores.
Mesmo se alguma medida absurda fosse tomada aqui em Paris, por experiência, nao vejo como a Prefeitura poderia controlar !
Além do mais, conhecendo bem os Franceses, adoram burlar a lei desde que nao se sintam controlados. Por isso, com uma ponta de humor, aproveitei a pagina “Foto do Mes” do meu site : http://www.meuparis.com/recentpictures.asp?idioma=portugues para colocar duas fotos (de Junho e Julho) que refletem este estado de espirito. É minha forma de zombar desta polêmica e da Prefeitura de Paris caso queiram realmente criar este tipo de medida.
Roberto Haenel
http://www.meuparis.com
http://www.monparis.com.br
Beth
Hugo
Houve um incêndio num desses hotéis (perto da Ópera) onde morreram 25 pessoas… Se eu conseguir localizar o link eu coloco aqui. Eu leio o Le Figaro on line diariamente, esta notícia foi da semana passada,,,
HUGO DE CARVALHO
JOSÉ MAURÍCIO:
Vamos torcer para que seja isso. Não tenho idéia de como funciona o sistema legislativo da França nem sobre os limites do poder de “legislar” (regulamentar) do Prefeito de Paris. O fato é que não há como “aumentar” fisicamente o tamanho de Paris nem resolver a pressão demográfica com mágicas legislativas.
BETH:
Essa é de arrepiar – cozinhas funcionando em banheiros de hotéis- espeluncas ?????? Dá arrepios em uma cidade cuja maioria das construções tem mais de 200 anos.
Beth
Jose Mauricio
A Prefeitura de Paris também está pressionando a rede hoteleira parisiense no sentido de modernizar e melhorar a sua estrutura especialmente no quesito segurança contra incêndios até 2015. Saiu uma boa matéria no Le Figaro da semana passada. O tipo de hotel mais visado pela prefeitura são os chamados “2 estrelas”. Em função do déficit habitacional na cidade muitas famílias estão morando nesses hotéis mais baratos e inclusive usando o banheiro como “cozinha improvisada. Já houve caso de incêndios com mortes…
Se localizar o link coloco aqui.
Jose Mauricio
Entendi, Hugo. Mas concordo com a CP, no post inicial. Isso deve ser um factóide, trazido por algum ex-prefeito do Rio em visita a Paris… Não precisamos nos preoucupar, isso dificilmente isso vai colar. A não ser que haja uma pressão organizada da rede hoteleira que nós, pobres mortais, não saibamos.
Carla Fonseca
Estive em Paris, agora, no inicio de julho. Tentei alugar um apartamento, pois viajava com a minha família, 6 pessoas, mas, infelizmente, não consegui. Infelizmente, porque eu acho que ficaria mais barato. A proveitando a oportunidade quero dizer-lhes para evitarem o Hotel Crowne Plaza, em Praga, pois tive uma bolsa roubada de dentro da minha mala fechada com cadeado e embora já tenha entrado em contato com o hotel, eles nada resolveram.
Em tempo: fiquei em 2 hotéis em Paris muito legais: Califórnia Saint Germain, no Quartier Latin – rue des Ecoles e o Paris Rivoli na rue de Rivoli. O segundo é um pouco mais barato, mas os dois são super bem localizados, com um preço bom e um bom café da manhã.
Carla Fonseca
HUGO DE CARVALHO
José Maurício,
Também concordo, em parte, com o seu reparo.
De fato, idéias burras como essa proibição não são exclusivas de administradores esquerdistas. Mas a idéia central, o argumento (supostamente) lógico que embasa decisões dessa natureza é tipicamente do “pensamento socialista”, visando a corrigir “injustiças do capitalismo”, desigaldades do mercado etc.
Pensando bem, é um tipo de raciocínio que, no fundo, revela ignorância, falta de cultura, falta de preparo, insuficiência intelectual, incapacidade profissional etc. Daí que a total falência (por ineficiência) de todos os sistemas socialistas (sem nenhuma exceção) é irmã gêmea da incompetência burocráticas de todos os gêneros e ideologias. Certamente não é por acaso que, quando desmoronam, os regimes socialistas deixam órfãos os membros de uma enorme burocracia que “mamava” na ineficiente máquina estatal.
No caso de Paris, o que me espanta é que uma decisão dessa natureza possa ser tomada por um simples prefeito (executivo) e não pelo Poder Legislativo). Não tenho dúvidas de que, no Brasil, mesmo que fosse oriunda do Poder Legislativo, essa medida seria prontamente declarada inconstitucional pelo STF – mesmo na sua atual composição, com a maioria dos ministros nomeadas por lula.
Não sei como é o controle de constitucionalidade das leis (ou decretos) na França; mas certamente alguma coisa deve ser feita.
É evidente a agressão aos mais elementares princípios da democracia, da liberdade econômica e da propriedade privada.
Jose Mauricio
Preclaro Hugo:
Também não sou economista, apesar de ter dois irmãos que sofrem disso.Concordo com você no atacado e discordo no varejo.Acho apenas que isso não é típico somente de esquerdistas que querem corrigir o mercado, apesar do prefeito de Paris ser do PS, se não me engano. Para mim, isso não tem lado, não: É coisa de buRRocrata, mesmo… O saudoso Stanislaw Ponte Preta, vulgo Sérgio Porto, citava o exemplo de um vereador que queria revogar essa tal “Lei da Oferta e da Procura”, que fazia aumentar os preços!!!
HUGO DE CARVALHO
Olá JOSÉ MAURÍCIO
Se você concorda, em parte, com o meu comentário, gostaria (sinceramente) de saber a parte que você discorda. Sou totalmente aberto à crítica positiva e ao debate. Sinta-se à vontade para discordar.
OBS: Não sou economista, apenas pitaqueiro.
Um abraço
jose mauricio
Acho que a Prefeitura de Paris está acometida da SFQF ou Síndrome da Falta do Que Fazer…Os caras têm os apartamentos, nós queremos alugar, a prefeitura cobra o imposto e pronto! Todo mundo satisfeito, não?
Concordo em parte com o Hugo de Carvalho: Não há quartos de hotel suficientes em Paris, logo, os apartamentos e studios suprem uma demanda não atendida,