O presidente da famosa marca Guerlain, em recente entrevista, declarou: eu trabalhei como um nègre, eu não sei se os nègres sempre trabalharam muito, enfim…
Na França, a palavra nègre é pejorativa.
Audrey Pulvar, jornalista francesa, responde no seu blog: Nègre eu sou e nègre serei. E cita o grande poeta francês Aimé Césaire, originário da Martinique. Diante de um insulto racista, Césaire respondeu: Eh bien, le nègre, il t’emmerde. Esta expressão poderia ser traduzida por ele te enche o saco. O negro responde ao branco racista: eu te encho o saco.
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19 Comentários
Alexandre
Talvez o preconceito fosse mais evidente algumas décadas atrás, hoje ele é mais camuflado ou vigiado. Nós, no Brasil, estamos deixando de ser uma nação miscigenada para ser meramente branca ou negra. E isso é péssimo. Mas como disse o Antônio, o preconceito, na realidade, é contra o pobre.
É um assunto delicado e facilmente explosivo. Preconceito não é coisa do passado, todo mundo tem e todo mundo sofre (independente do quão civilizado, da etinia, cor da pele, religião, sexo etc). Acredito também que dificilmente deixará de existir, mas é preciso dialogar para se conviver melhor – e por enquanto, todo mundo está apenas gritando.
Emilie, não entendi seu comentário.
Claudia Amado
Adorei o post monsier Guerlain com certeza derrapou. Resta saber se o tal perfume criado e que tanto trabalho lhe deu tenha aroma melhor do que a declaração.
Ha!!! Os negros trabalharam muito sim e com muito de sua cultura nos deram lições de resistência e coragem.
jorge fortunato
Continuando
Embora, independenetemente da cor, os brasileiros sofrem preconceito, pelo simples fato de serem brasileiros.
jorge fortunato
Emilie
Não entendi “os brasileiros jogam a poeira para de baixo do tapete”.
Eu não tiro meu corpo fora. Até porque, como negro, sei bem o que passo em alguns lugares, onde é necessário enfrentar os preconceitos. Tenho enfrentado isso desde sempre, seja no Brasil ou em terras estrangeiras. Porém, sabemos que o preconceito “desaparece” de acordo com a conta bancária.
Emilie
É engraçado que nenhum dos comentários acima,conseguiu chegar no ponto da matéria citada. E assim como os que comentaram aqui, a maior parte da sociedade brasileira tira o corpo fora de algo tão absurdo. Mais uma vez, os brasileiros jogam a poeira para de baixo do tapete.
Mariana
Acho que esse senhor faz até um favor mostrando que preconceitos existem… e devem ser combatidos.
mas nao estou muito segura de que a traduçao seja “eu te encho o s… “, acho que é “vai se f…”, um jeito de mandar o outro pastar… enfim, nao tenho certeza e nem é importante.
O artigo dela é ótimo mesmo. Adoro ouvir rádio!
Cláudia Oiticica
Não vou generalizar e dizer que a sociedade francesa é racista, mas a maneira como eles chamam ghost-writer tem essa conotação.
Estranhei muito quando assisti ao ótimo filme de Claude Lelouch, Crimes de Autor (Roman de Gare), e descobri que ele usam a palavra “nègre” para essa função. No mínimo é de mau gosto.
Antonio Ferro
Explodem em todo o mundo dito “civilizado” manifestações de preconceito contra o origem e descendência de pessoas. Nunca, nos tempos atuais esteve tão em evidência falar de preconceito. Na Europa contra os imigrantes, nos Eua contra os asiáticos em geral e no Brasil como sempre, contra os Nordestinos. No fundo mesmo o preconceito é contra o pobre, seja ele de qual nacionalidade, cor ou etnia for. Estamos vivendo um perído muito parecido como que antecedeu as duas grandes guerras mundiais. Tomara que essa “onda” passe logo.
jorge fortunato
Em tempo: adapatar-se à sociedade falsa, mas sempre combater os preconceitos de todo ordem.
jorge fortunato
Lembro aqui no Rio de uma socialite, cujo nome, prefiro não dizer, que falou a mesma coisa “trabalhei como uma negra”. De certo, devem fazer referência ao período da vergonhosa escravidão, quando negros trabalhavam sem parar. Em português acho que o pejorativo seria o “crioulo” ou preto, já o correto é chamar negro. No Brasil somos todos mestiços. Até FHC disse ser mulato. O fato é que o preconceito racial, social e sexual existe e sempre existirá. Vivemos numa sociedade falsa. O jeito é ir se adaptando.