Dia 19 de julho 1870 Napoleão III declarou guerra à Prussia. Três meses mais tarde os parisienses se viram bloqueados pelo exército prussiano e famintos.
Prevendo dificuldade de abastecimento, o governo tinha feito um estoque de cereais e carnes salgadas na Opéra Garnier. Com o bloqueio o estoque desapareceu rapidamente e a população se encontrou diante de armazéns vazios.
A primeira solução foi vender peixes pescados no Sena e nos lagos do Bois de Boulogne.
Em seguida, dia 7 de novembro, na frente do Hotel de Ville no centro de Paris, foi instalado um mercado de ratos: 60 centavos o rato estrangulado na hora ou 75 o rato já limpo e pronto para ser assado.
Os membros da Academia de Ciências degustaram o roedor e consideraram a sua carne superior à carne do cavalo, do cachorro e do gato.
Um grande chef da época, Choron, criou uma receita de rato ao pistache, perfumado com champagne Napoléon e servido com uma salada de cresson.
O Zoo do Jardin des Plantes forneceu durante algum tempo carne fresca.
O mesmo chef serviu no Natal de 1870, consommé de elefante, terrine de antílope, civet de canguru, lombo de lobo e pés de elefantes cozidos com cebola, alho e vinho do Porto.
O artigo acima é um resumo de um artigo escrito por Gérard Cagna, chef e jornalista francês. Nas minhas divagações, após a leitura do artigo, fiquei pensando na extraordinária capacidade deste povo de transformar qualquer produto em prazer gastronômico
Leia o artigo de Gérard Cagna publicado no Nouvel Obserbateur aqui.
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37 Comentários
Joe
Ótimo post, acho que todo aquele que vai a Paris, deveria conhecer sua história, que ao meu ver é a mais rica de todos os povos contemporâneos. Já citei aqui alguns livros, tais como: A História Secreta de Paris(Andrew Hussey), Próxima Estação, Paris(Lorànt Deustsch), Biografia de uma cidade, Paris(Colin Jones), E foram todos para Paris(Sergio Augusto), Vinho e Guerra(Don e Petie Kladstrup), Os anos loucos, 1920 e Os anos Sombrios (William Wiser), dentre outros. Mabel, também sou nordestino (Natal) mas já encarei o “préa” algumas vezes, em situações diferentes dos nossos amigos franceses que ou comiam ratos ou morreriam de fome, e confesso que gostei do préa, e sem champagne nem pistache. Au revoir.
Madá
Essa foto precisa mesmo de uma explicação…
Lina
Madá
É nesta loja que compra raticidas e similares.
Eliana
Cesar Aragão,
Essa fase da história a que vc se refere está bem descrita em “A História Secreta de Paris” de Andrew Hussey.
Cesar Aragão
Desculpem-me,se pareci preconceituoso ao expressar minha opinião.Cada um viaja como pode e como quer.Paris como qualquer cidade turística do Mundo,recebe todo tipo de gente e isso é ótimo…risos
Adriana Pessoa
Nem me fale disso Tatiana…temos um porquinho da índia, nosso adorado Dudu….alegria da nossa casa!
Quiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!
Tatyana mabel
Gente,… Onde conseguiram essa foto que ilustra o post? Ela e recente (olha os carros ao fundo)… Outra divida: comeram rato em épocas remotas ou se tornou um item ainda hj nos cardápios?… Em tempo: sou nordestina e adoooroooo nosso cardápio, mas o preá nunca encarei… Era vendido no interior, sem pele pendurado um varal ambulante….
Hurhrhrurhruhrr
Lina
Tatyana
Risos.
Os ratos pendurados estão decorando a vitrine. Não estão à venda.
Marcos
Sandra,
não, o Remy, não!!! 🙂
Néli
Nossa, me dá até arrepio na espinha pensar nessa iguaria. Acho que só encararia em caso de fome extrema mesmo! Mas, como disse a Rosalia Velloso, talvez seja uma boa solução para a infestação de ratos em Paris. Rs
Sandra Abrahim
Só fiquei me lembrando do Remy… o dó !!!
Marcos
Carol,
você vai me desculpar, mas, além de não ter achado o comentário do Cesar Aragão preconceituoso, concordo em boa parte com o que ele diz. Acho até mesmo que é uma espécie de obrigação, na falta de melhor termo, do “bom” turista ter um mínimo de conhecimento da história do local visitado. É lógico que, no fim das contas, a opção é do próprio turista. Mas conhecer a história local enriquece, e muito!, qualquer viagem.