Marcello Brito ja presenteou o Conexão Paris com excelentes textos sobre Bruges. Hoje publicamos o primeiro texto introdutório do Marcello sobre a Côte d’Azur. Ele vai nos presentear de novo com informações sobre: Cannes, Antibe e Cap d’Antibes, Grasses e Mougins, Vence e Saint Paul de Vence, Eze e Saint Jean Cap Ferrat. Aguardem, as informações do Marcello são sempre perfeitas.
Por Marcello Brito
No século 19 um destino medicinal de inverno frequentado por famílias imperiais italianas, inglesas e russas, a Riviera Francesa tal qual a celebramos hoje, uma grande promenade de veraneio, glamour e arte, é praticamente fruto da invenção iconoclasta de um casal americano fabuloso e pouquíssimo lembrado, Gerald e Sarah Murphy.
De comportamento avançado, ricos, inteligentes e expatriados na louca Paris dos anos 20, Os Murphys logo se aproximam do grupo geracional que fincava as bases da arte moderna em noites de experimentação e hedonismo para em pouco tempo se tornarem uma das maiores forças sociais aglutinadoras de todos esses movimentos em festas memoráveis que varavam dias na cidade luz.
Convidados pelo compositor Cole Porter , o casal empreende uma viagem ao litoral sul da França, mais precisamente Cap d’Antibes, então uma península idílica, pouquíssimo desenvolvida e deserta no verão. Rapidamente se apaixonam pelo local e compram uma grande villa, fixando residência aos pés da futuramente celebre praia de La Garoupe. A villa é batizada de America e o próprio Gerald pinta o símbolo da casa, uma espetacular abstração construtivista da bandeira americana que une provocativamente elementos da vanguarda russa.
Atrás dos Murphys e da fama que repentinamente a Villa America começa a despertar em Paris, chegam Zelda e F. Scott Fitzgerald, Picasso, Cocteau, Léger, Man Ray, Diaghilev, Hemingway e outros, praticamente toda a turma do filme Meia noite em Paris, que se deliciam com a luz da paisagem intocada, o jazz, o nado crawl praticado no mar de La Garoupe e a sedutora atmosfera intelectual e descontraída proporcionada pelo casal americano.
Por fim vem a amiga de longa data, Elza Maxwell, a maior colunista social que o mundo já viu, a relações publicas capaz de dar telefonemas aos grandes chefes de estado e deixar gigantescas contas não pagas no Ritz de Paris sem que a direção do hotel ousasse lhe cobrar. Elza repercute no mundo os encantos solares da região, traz os jet-setters e em 1927 é contratada pelo Principado de Mônaco para lançar Monte Carlo como destino de verão. Em 1931 é inaugurada a primeira temporada oficial de veraneio da Riviera Francesa quando todos os grandes hotéis passam a abrir o ano todo. No mesmo ano Chanel lança sua primeira coleção de praia.
Em 1934 F. Scott Fitzgerald publica o belíssimo romance Tender is the Night ( Suave é a Noite) que reverbera de maneira inesquecível as temporadas de verão passadas em Cap d’Antibes com os Murphys. Dick e Nicole Diver , os protagonistas do livro embora tenham traços indiscutíveis do próprio Fitzgerald e de Zelda, são uma clara e imortal homenagem à Gerald e Sarah Murphy na construção mitológica do imaginário da região como epifania de verão.
Foto1, Gerald e Sarah Murphy na praia La Garoupe – foto2, atribuida a Man Ray,Os Murphys em Juan Le Pins – foto3, símbolo da villa America pintado por G.Murphy – foto4, Picasso em Antibes – foto,5 poster de lançamento da primeira temportada de verão da Riviera,1931 – foto6, villa Amercia, Zelda Fitzgerald no canto direito da foto.
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68 Comentários
Denise C.
Marcello,
Viajei no bom sentido da palavra no tempo…
Fui a Brugges por indicação sua e amei…Agora, vou esperar ansiosa pelos novos textos sobre a Cote Dazur.
Estou lendo uns livros sobre a Provence, Peter Mayle e Ana Toscano, e de lá quero passar um tempo, um mês, na Cote Dazur.
Vc recomendaria algum livro p/ler sobre?
Bom domingo;
De
marcello brito
Amigos, fico feliz que tenham gostado do texto.
Tatyana, acredito que Nice é uma cidade atraente o ano todo, e nao podemos esquecer que grande parte dos sitios historicos da região são do sec 19, quando a região era apenas uma estancia de inverno para familias abastadas fugindo do frio intenso do norte, mas como digo no texto, o imaginario moderno da riviera é todo ligado se nao ao verão, ao sol pelo menos.
Evandro, Picasso viveu de fato uma vida maravilhosa. Ele deixou filhos, muitas mulheres e pelo que vi, muitas casas também! Todas nao menos que espetaculares. Em cada dessas cidades que eu visitei tinha pelo menos uma ex-casa do mestre para visitar. A força do homem e do mito eram de fato memoraveis, vi um livro espetacular, imenso, só de fotos dele na Riviera e em todas o olhar é algo impressionante.
Neuza
Olá Marcelo, estive em Cannes e depois Grasse amei, mas ficou o gostinho de quero mais. Com seus posts poderei programar melhor a próxima. Adorável post. Sucesso. Neuza
Evandro Barreto
Marcello,
Grande post, pelo que nos conta e pelo que nos lembra. Da memória literária, lado a lado com Scott e Zelda, saltam as velhinhas inglesas do conto de Somerset Maugham, que tinham uma fórmula infalível de ganhar na roleta, mas que se contentavam com o suficiente para pagar as férias anuais na Côte. Entre as lembranças pessoais, uma certa madrugada chuvosa de abril, em que o único lugar que encontrei aberto para matar a fome fora de hora foi o café da estação rodoviária de Antibes. Ao me ouvir falar português, a dona, misturando as duas línguas, identificou-se como franco-pernambucana, nascida em Olinda e transplantada para a França aos cinco anos de idade, sem nunca ter voltado ao Brasil. Conversa-vai-conversa-vem, revelou que um dos fregueses mais assíduos nas horas tardias era Pablo Picasso, que pagava as modestas despesas em dinheiro vivo, mas deixava com brinde desenhos rabiscados em guardanapos de papel. Madame fez uma observação que jamais esqueci: a força do olhar do pintor. Só olhos assim poderiasm ver o mundo daquele jeito.
Miriam K R
Muito interessante! Gosto muito deste tipo de post.Parabéns.Aguardando os próximos…bom domingo a todos
Tatyana Mabel Nobre Barbosa
Marcello Brito, Obrigada pelo texto: um belo presente para um domingo ensolarado em Natal-RN (assim não fico com inveja dos franceses…rs). Contextualização, fotos, histórico… Parabéns! Vale a pena conhecer em janeiro alguma dessas cidades…?
Erika
Passei agora quase um mês em Nice e visitei toda a Côte-d´ Azur (recomendo a todos alugar um apartamento) mas não sabia de tudo isso. Ansiosa pelos próximos posts e quem sabe dar alguns pitacos!
Beatriz Moreno
Marcelo ,parabéns pela criativa idéia!!
Estou anciosa pela parte II, III,IV… pois sei que encontrarei dicas valiosas para minha proxima viagem.
Bjos e ótimo domingo.
eymard
Marcello, finalmente teremos a Cote D’Azur prometida. Do surgimento aos dias de hoje tenho certeza que teremos informaçoes precisas e preciosas. Delícia de texto para seguir como se segue os melhores cronistas (quando eles existiam de verdade!) nos jornais diários. Bom domingo.
Ione Valadares
Muito bom.! Contextualizar o assunto no tempo e no espaço é sempre interessante.