Acho que o primeiro choque que o brasileiro que se muda para Paris sofre é quando começa a procurar por um lugar para morar. Acostumados com espaço – 4 quartos, suite, varanda, vagas de garagem, closet, lavabo etc. – e com prédios novos e modernos, nós brasileiros temos dificuldade em quebrar nosso conceito de morar bem e aceitar que viver em vinte metros quadrados pode ser um luxo.
A maioria dos prédios em Paris data de 100, 200, até 300 anos. Quando foram construídos, o mundo era outro; os hábitos, os desejos e as necessidades, também. Para se ter uma ideia, a maioria dos prédios não tem elevador. Se tem, é um minúsculo elevador adaptado no vão da escada. Não têm garagem – paramos o carro nas ruas ou no estacionamento mais perto de casa (a um preço exorbitante). As escadas costumam ser inacreditavelmente sinuosas e estreitas. E, muitas vezes, tudo pode estar caindo aos pedaços.
Além de tudo isso, as plantas dos apartamentos costumam nos surpreender. É possível você ter de atravessar a cozinha para chegar ao banheiro. Ou ter de atravessar por dentro de um quarto para chegar em outro. Ou ter de sair do apartamento para ir ao banheiro!
Mas todas essas estranhesas não ofuscam o charme de se morar em um prédio haussmaniano, com suas lindas fachadas e amplas janelas.
Um exemplo pessoal: um dos apartamentos que morei com minha querida mãe – Lina – datava do fim do século XVIII. O local onde o apartamento foi construído era o antigo estábulo do prédio. Quando os carros chegaram e os cavalos foram abandonados, esse lugar virou depósito das lojas da rua. Um dia, minha mãe descobriu esse enorme espaço vazio (uma jóia em Paris) e construiu um maravilhoso loft ali dentro. O prédio, como era? Caindo aos pedaços, no coração do Marais. Um luxo só.
Leia também: como os franceses decoram as suas casas
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96 Comentários
LAVÂNIA
Eymard
Assim como vc, “viajo” também através das janelas das casas. Sempre que passeio a pé dou uma espiadinha pelas janelas e portas para “pescar” a energia que vem de dentro das casas. Aprecio o costume de emoldurar as janelas com decoração, com flores, como se chamassem a atenção da curiosidade dos que passam por elas.
Beth
Mariana Berutto
2a. feira vamos para Berlin.
E de lá Paris, onde pretendemos conhecer o lado arquiteta da sua mãe….
Bjs.
mberutto
hehehe, que delicia de viagem, Beth! Aproveite muito!
Maria
O comentário acima saiu incompleto.
O blog é o máximo. Acompanho-o diariamente.
Uma outro tópico que eu amaria ler. Como decoram os franceses. Nos filmes e revistas, vejo duas tendências – extremamente clássico (bergeres, boiseries, profusão de beges, marinhos, dourados) ou uma mescla de moderno e clássico (saarinen + cadeiras medalhão).
mberutto
Oi Maria, fiz um post para responder sua dúvida. Bjs.
Maria
O blog é o máximo. Acompanho-o diariamente.
Uma outro tópico que eu amaria ler. Nos filmes e revistas, vejo duas tendências – extremamente clássico (bergeres, boiseries, profusão de beges, marinhos, dourados) ou uma mescla de moderno e clássico (saarinen + cadeiras medalhão). É isso mesmo?
Patrícia V.
Eymard
Eu também gosto de dar uma espiada nas janelas parisienses! Adoro vê-los fazendo o jantar, rsrsrs! Discretamente, claro!
Fernanda H.
Pois é, Mariana, a gente tem que se adaptar mesmo, mas é impressionante como mudamos os conceitos rapidinho….
Quando estava no Brasil, eu so’ gostava de tudo novinho, porque tudo que era mais antigo para mim parecia “caindo aos pedaços”. Aqui, prefiro de longe os prédios antigos, muito mais charmosos !
(O unico momento em que ainda praguejo um pouco é quando tenho que subir meus 6 andares sem elevador… Charmoso, mas cansativo! 😉 )
mberutto
Oi fernanda, realmente, a falta de elevador, dependendo do andar, é dureza. Ainda mais quando a gente chega com as compras 😉 Já morei no quinto sem elevador!
Montenegro
Em Paris, moraria até numa cápsula!
Isabel a.
Adorei o post. Também gosto de observar as plantas dos apartamentos, o aproveitamento do espaço, a decoração. Parabéns!
ricardo s
adorei a matéria. Morei na Itália e conheci 2 apartamentos de amigos. Não vi tinham plantas tão estranhas, mesmo o que era pequeno. Em Berlin, visitei o apê de um amigo que morava em um bairro descolado que ficava na parte oriental. Achei a planta um pouco estranha, por ser um prédio “comunista”, mas nada igual ao citado.
De qualquer forma morar no Rio está o olho da cara. Qualquer apê porcaria é mais de 1 milho grande. 4 suites, quando tem, é só para quem já tinha comprado antes do boom ou está muito rico ou roubando bastante.
Agora, deve haver muito prédios em Paris que tiveram suas planta alteradas para os dia de hoje. Curioso que sou, cheguei a ver na internet prédios em Paris e LIsboa que fizeram esta readaptação.
Suely
Eymard
Eu também sou como você desde criança fico observando as casas,principalmente as antigas,na verdade as modernas não me interessam,fico imaginando quem mora o que fazem ,por isso adoro a Europa,amo história e biografias.