Nesse mês de dezembro passamos dois dias em Chamonix. Saiba um pouco mais sobre a cidade e nossa viagem.

Chamonix é a estação de esqui mais conhecida e emblemática da França. Situada no vale formado pelos maciços Aiguilles Rouges e Mont Blanc, a cidade é o destino certo para quem gosta de montanha e esportes relacionados à neve. A grande estrela da cidade é o imponente Mont Blanc. Coberto por neve eterna, ele é o ponto mais alto da Europa (4.810 metros de altitude) e presença constante sobre Chamonix.

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Chamonix (foto: Conexão Paris)

A vocação turística de Chamonix começou em 1741 quando dois ingleses, William Windham e Richard Pococke, visitaram a cidade e “descobriram” nas montanhas uma enorme geleira que batizaram de Mer de Glace (Mar de Gelo). Os relatos da expedição e da descoberta atraíram os primeiros turistas à cidade que, até então, era uma vila rural perdida nas montanhas. Até hoje 45% dos turistas estrangeiros que visitam Chamonix vêm do Reino Unido.

Chamonix é também uma excelente base para você conhecer outros locais próximos como a chique e fina Megeve (que fica a cerca de 20 minutos), Annecy e Courmayeur, a estação italiana que fica do outro lado do Mont Blanc. Ao longo de janeiro iremos escrever sobre estes destinos.

Ao planejar a sua viagem consulte o site oficial do Office du Tourisme de Chamonix (clique aqui). Ao chegar à cidade passe por lá para obter mais informações: 85 Place du Triangle de l’Amitié.

Chamonix durante o ano

Como já dissemos inúmeras vezes aqui no blog, Chamonix pode ser visitada em todas as estações do ano. A cidade, sua infra-estrutura turística e seu comércio funcionam ininterruptamente, mesmo no verão.

  • No inverno, Chamonix é o destino ideal tanto para esquiadores (leia aqui) quanto para quem não faz esqui mas gosta da natureza e da neve (leia aqui).
  • No outono (e na primavera) se você gosta de fazer hiking, marche nordique e coisas do gênero, Chamonix é o local indicado (clique aqui).
  • No verão – a estação em que a cidade mais recebe turistas! – além das atividades ao ar livre que não dependem da neve, acontece também nas montanhas o festival de jazz Cosmojazz (leia aqui).
  • E, em qualquer estação do ano, passear pela cidade admirando a imponência das montanhas, os picos nevados, os teleféricos subindo e descendo, os paragliders voando e a fofura da arquitetura local já é mais que suficiente.

Ou seja, quem visita Chamonix não está a procura de museus (embora eles existam, clique aqui), espetáculos ou vida noturna agitada. A cidade é perfeita para quem se interessa pela natureza, gosta de atividades ao ar livre, quer ver neve ou simplesmente sentir o clima de montanha. Vale salientar que Chamonix é uma cidade completa com lojas, comércios, supermercados, restaurantes, bares.

Paisagens deslumbrantes, caminhadas relaxantes pelas montanhas, esportes radicais na neve e as comidas típicas de inverno (as tartiflettes, raclettes e fondues) acompanhadas de um bom vinho e lareira são as principais atrações de Chamonix.

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O maciço Aiguilles Rouges, ao norte de Chamonix.

Consulte no site do ofício do turismo (clique aqui) todas as atividades ao ar livre que a cidade oferece e suas respectivas épocas.

 O que fizemos

Apesar da nossa viagem ter acontecido no meio de dezembro, não havia neve na cidade e nem nas partes mais baixas das montanhas. Segundo os meteorologistas, só nevaria forte a partir do Natal (mas, até hoje, a neve insiste em não cair!). Situação bem diferente de anos anteriores quando, nessa mesma época, a cidade já estava coberta por muita neve.

Marche nordique

Tivemos então que desistir da nossa caminhada com raquete (um apetrecho em forma de raquete que acoplamos no sapato para caminhar por trilhas com muita neve) e fizemos uma marche nordique pelas montanhas. A caminhada nórdica é uma marcha acelerada, feita com o auxílio de bastões, na qual o movimento natural dos braços é exagerado. Esse movimento mais o esforço colocado nos bastões exercitam os braços, ombros e tórax. Ela é uma versão do esqui de fundo (ou esqui nórdico ou esqui cross-country) sem os esquis e para locais onde não há neve.

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Fazendo a marche nordique (foto: Conexão Paris)

Mesmo sendo super sedentário consegui “pegar o jeito” da marche e fazer todo o circuito sem ter um ataque cardíaco. A caminhada passa por locais lindos, desses que, para nós brasileiros, são paisagens de filme ou de quebra-cabeça de 1.000 peças.

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Paisagem de quebra-cabeça (foto: Conexão Paris)

Espalhadas pelas montanhas ao redor da cidade, há diversas rotas balizadas para as atividades descritas acima. Passe no ofício de turismo (85 Place du Triangle de l’Amitié) para pegar o mapa das trilhas e se informar. Se preferir, você pode contratar um guia de alta montanha para levá-lo às trilhas não balizadas e às regiões das geleiras. Utilizamos a companhia dos guias de Chamonix , a mais antiga companhia de guias do mundo, que oferece passeios sensacionais.

A Aiguille du Midi

A Aiguille du Midi é uma montanha cujo topo está a 3.842 metros de altitude. Para chegar lá em cima pegamos um teleférico. A subida leva 20 minutos e é dividida em duas partes. Na 1ª parte vemos a cidade ficando pequena e temos a real noção do seu tamanho e localização, entre as duas grandes cadeias montanhosas. A 2ª parte do trajeto é de tirar o fôlego. De repente estamos “sobrevoando” a natureza inóspita onde só há neve, gelo e cumes pontiagudos por todos os lados.

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O teleférico da Aiguille du Midi (foto: Conexão Paris)

Ao chegarmos ao topo percorremos túneis que nos levam a decks externos de observação. No dia da nossa visita estava acontecendo uma nevasca absurda, o que nos impediu de ficar do lado de fora. Mas, através das inúmeras janelas, conseguimos apreciar as vistas magníficas do mar de montanhas e neve.

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O topo da Aiguille du Midi com suas pontes e decks (foto: Office du Tourisme de Chamonix)

No topo há também restaurante, um espaço de exposição contando a história do teleférico e da estação e o Pas Dans Le Vide (Passo No Vazio): uma caixa toda de vidro, suspensa sobre o vazio, dentro da qual nos sentimos como que flutuando sobre as montanhas.

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O Pas Dans Le Vide (foto: Office du Tourisme de Chamonix)

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No dia da nossa visita a nevasca impediu a foto perfeita (foto: Conexão Paris)

O ticket de ida e volta até o topo da Aiguille du Midi custa 60€. O teleférico funciona todos os dias do ano. Dependendo da época e das condições climáticas é possível, a partir dos dois níveis de chegada do teleférico, visitar outros locais ao redor. Saiba mais aqui.

Onde comemos

Chamonix, assim como todo cidade francesa, possui incontáveis bons restaurantes. As opções vão desde os locais típicos e tradicionais aos gastronômicos com estrelas Michelin. Na nossa curta estadia fomos a dois restaurantes bem distintos!

O tradicional

O La Calèche é um restaurante que serve a tradicional comida savoyarde, baseada nos queijos, carnes e peixes da região. O carro-chefe do local são as delícias à base de queijo. Tudo bem calórico para garantir a energia que o corpo precisa a fim de se manter aquecido e dar conta das atividades esportivas ao ar livre. Você pode escolher entre 5 tipos de fondue, 2 tipos de raclette (prato onde o queijo, chamado raclette, vai sendo derretido na mesa e é servido com batatas cozinhas, embutidos e picles) e a tartiflette (queijo reblochon, toucinho defumado, batatas e cebolas, tudo assado junto), que é o meu prato montanhês preferido na vida!

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Cantinho aconchegante-fofo no La Calèche (foto: Conexão Paris)

A decoração do Calèche é um atrativo à parte. Ambiance aconchegante e fofa à la chalé nas montanhas com centenas de objetos ocupando cada centímetro quadrado do restaurante. Até mesmo uma pequena carruagem está exposta. Além de esquis, trenós, panelas, livros, fotos etc. Um verdadeiro museu dos usos, costumes e objetos do dia a dia da Chamonix de outros tempos.

Clique aqui e acesse o site do resturante para ver o cardápio, preços e fazer sua reserva. 18 rue du Dr Paccard. Tel.: +33 04 50 55 94 68.

O gastronômico

O Matafan é o restaurante do chique Hotel Mont Blanc. A palavra “matafan” vem da língua provençal e quer dizer “mata fome”. Aqui a ambiance é minimalista e design, com sutil referência aos chalés da montanha nas paredes forradas com pedaços de madeira. Anexo fica o aconchegante bar lounge do hotel onde um pianista e uma cantora fazem o fundo musical romântico das noites aquecidas por lareira.

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O salão do Matafan (foto: ©Olivier Joigne)

A comida é requintada e deliciosa, misto de alta gastronomia com as especialidades locais e as estrelas da cozinha francesa. Você pode provar um risoto feito com um dos queijos da região ou o fondue de Fontine (queijo da vizinha parte italiana dos alpes) ou ainda os clássicos como foie gras, saint-jacques e vitelo.

O restaurante tem um menu de almoço por 23€ que inclui o prato do dia mais uma sobremesa à escolha. No jantar várias fórmulas: entrada + prato por 38€; prato + sobremesa por 34€ e entrada + prato + sobremesa por 45€. Você pode também pedir à la carte.

Clique aqui e acesse o site do resturante para ver o cardápio e preços. Reservas pelo telefone ou email. 62 Allée du Majestic. Tel.: +33 (0)4 50 55 35 46. Email: [email protected]

Onde nos hospedamos

Nós ficamos hospedados no Hotel Héliopic, um ótimo 4 estrelas que fica a cerca de 10 minutos de caminhada do Office du Tourisme e exatamente ao lado de onde sai o teleférico da Aiguille du Midi. Podemos considerá-lo como um hotel boutique de grande rede com garantia de bom serviço e atendimento e boas acomodações.

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O Hotel Héliopic e ao fundo o maciço do Mont Blanc (foto: ©Fabrice Rambert)

A decoração geral do hotel segue a linha anos 50 modernizada, com toques do design escandinavo e da montanha. Os quartos têm decoração sóbria e discreta e são gostosos e aconchegantes. Daqueles que dão vontade de ficar e esquecer o turismo. Todos têm armários, cofre, escrivaninha, aquecimento regulável, wifi gratuito, TV e chaleira elétrica com chazinhos de cortesia. Alguns têm uma varandinha simpática e todos têm vistas lindas das montanhas. Os banheiros (com chuveiro) são pequenos mas atendem bem a função. As amenities são da marca francesa de cosméticos naturais Nuxe.

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Quarto para 2 ou 3 pessoas (foto: ©Fabrice Rambert)

Há quartos singles, duplos, duplos que acomodam uma terceira pessoa e também quartos para 4 pessoas. Além deles há também 4 tipos de apartamentos com sala, cozinha e quartos.

O café da manhã é excelente, do tipo continental, que vai agradar a todos os apetites matutinos. Você vai encontrar desde croissants e pains au chocolat a ovos, bacon e linguiça, passando por frutas, iogurtes e cereais.

Durante o dia, há uma lanchonete externa servindo sanduíches, sopas e saladas. À noite é possível jantar no hotel e o bar lounge fica relativamente animado, com apresentações discretas de música.

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A piscina aquecida e o espaço de relaxamento (foto: ©Fabrice Rambert)

O spa do hotel também é da Nuxe. Nele há uma linda piscina fechada e aquecida de onde podemos vislumbrar as montanhas. Um luxo!

Clique aqui para acessar o site oficial do hotel e aqui para fazer sua reserva.

Como ir de Paris até Chamonix

  • Avião: de Paris até Genebra. A viagem de avião até Genebra dura cerca de 50 minutos. Veja aqui as melhores ofertas da Air France. Depois é preciso pegar ônibus, trem, carro ou tranfer para Chamonix. Há ônibus diários que ligam o aeroporto de Genebra a Chamonix, clique aqui. No saguão do aeroporto há guichês de várias empresas de transfer mas é preciso reservar e pagar com antecedência nos respectivos sites. Nós utilizamos a empresa Mountain drop-offs. A viagem do aeroporto de Genebra até Chamonix leva cerca de 1h10.
  • Trem: a viagem tem cerca de 7 horas de duração. Compre antecipadamente, no site da Rail Europe, para garantir os melhores preços.
  • Carro: a viagem dura cerca de 5h40, passando pela região da Borgonha. Obtenha o orçamento das principais locadoras de carro na França aqui.
  • Ônibus: esta costuma ser a opção mais barata mas também a mais longa, com cerca de 8h10 de duração dependendo da data e época do ano. Consulte valores, disponibilidades e faça a compra da passagem pelo site da empresa de ônibus OuiBus.

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