Por Juliana Escobar, jornalista em Paris fazendo doutorado em Sociologia na Sorbonne/Paris V.
Graças ao TGV, o trem de alta velocidade da França, você consegue ir de Paris a Reims, na região de Champagne, em apenas 45 minutos. E o trem, que parte da Gare de l’Est, além de realmente rápido, também é confortável. Para quem já esteve na capital e tem vontade de conhecer outras paisagens francesas, fazer um bate-volta pode ser interessante.
Um dia é tempo suficiente para duas ou mais visitas guiadas às famosas caves. Elas duram entre 45 minutos e uma hora e oferecem as mesmas informações: uma explicação detalhada e in loco sobre cada etapa do processo de produção da champagne. A recompensa é a degustação ao final da visita.
Este texto é um breve relato da visita que eu fiz, no último domingo de Páscoa, com um amigo brasileiro que estava em Paris e fazia questão de visitar ao menos uma das famosas casas produtoras de autênticas champagnes. Mesmo sem planejamento e sendo feriado, conseguimos visitar duas caves em duas cidades diferentes: uma em Reims e outra em Epernay.
Nossa viagem foi resolvida de última hora (na véspera) e não nos informamos muito antes de partir. O que eu não recomendo, pois acessando os sites das marcas ou telefonando você pode reservar sua visita e ter certeza de que vai conhecer aquela que mais aprecia.
Em Reims – Depois de obter informações essenciais no escritório de turismo da cidade, que fica bem em frente à estação central, começamos a ligar para as caves para conciliar as visitas, pois queríamos fazer ao menos duas. Conseguimos reservar primeiro na Mumm conhecida por ser a champagne oficial da Formula 1.
A cave da famosa Veuve Clicquot também fica na cidade mas ela fecha aos domingos. Outra alternativa seria a Charles de Cazanove, que fica a cinco minutos a pé da estação. Mas preferimos visitar outra cave em Épernay.
Na Mumm, a visita guiada com uma hora de duração é oferecida por três valores diferentes: 15, 19 ou 25 euros por pessoa. A diferença é a champagne da degustação, e quem paga 25 euros tem direito a duas taças, os outros dois valores dão direito a apenas uma.
Nós degustamos uma taça da Mumm Brut Rosé e outra da Brut Millésimé 2006. O termo millésimé significa que o vinho é safrado, ou seja, que foram utilizadas apenas uvas da colheita daquele ano, indicado no rótulo, para a sua produção. No caso da região de Champagne, um comitê determina se a colheita de cada ano merece ou não ter uma produção do tipo millésimé.
Devo dizer que a Mumm Brut Millésimé 2006 foi uma das mehores champagnes que experimentei até hoje (embora eu não conheça muitas).
Uma curiosidade: escolhemos a visita guiada em inglês mas descobrimos que a nossa guia, Hélia, além de ser simpática e bem-humorada, falava português fluentemente. No site, está escrito que fazem visitas em francês, inglês, alemão, italiano e espanhol. Para se informar sobre a disponibilidade em outras línguas, basta telefonar: (0) 3 26 49 59 70. E, de fato, o melhor é ligar e garantir a reserva, principalmente se for domingo ou feriado, quando poucas caves permanecem abertas. Além disso, algumas fecham durante um período do ano.
Em Épernay – nossa primeira opção era visitar a Moët et Chandon mas quando ligamos, por volta de 11h30 da manhã, não havia mais vagas para aquele dia.
Decidimos, então, ir à primeira que ainda tivesse disponibilidade num horário que nos conviesse, pois nossa passagem de volta Reims-Paris já estava comprada para as 20h15.
Assim, a escolhida foi a Castellane onde não é preciso reservar: basta chegar, escolher em que língua deseja a visita guiada e seguir com o próximo grupo que se formar. Paga-se 10 euros, por pessoa, incluindo a visita, degustação de uma taça de champagne e acesso à torre do pequeno castelo e aos dois museus instalados no mesmo prédio: o Musée de la Tradition Champenoise e o Musée de l’Imprimerie, com sua sala de etiquetas onde são conservados mais de 5000 modelos de rótulos de champagnes. Como estávamos com o tempo contado, não conseguimos ver os museus ou subir na torre, o que acredito que teria sido interessante.
O escritório de informações turísticas em Reims fica bem em frente à estação de trem e o atendente era bem simpático e solícito. Há mapinhas da cidade em diferentes línguas com a localização, telefone, site, dias e horários das visitas às principais caves, além de pequenas brochuras com mais informações sobre estas e outras atrações da cidade e região. Tudo gratuito. Então, mesmo se você alugou um carro, talvez valha a pena passar pelo Office de Tourisme antes de iniciar sua visita.
Conhecida, claro, pelas caves da bebida borbulhante famosa no mundo inteiro, Reims é uma cidade pequena mas charmosa, com três construções tombadas como Patrimônio Mundial pela Unesco. Devido à nossa falta de programação e ao nosso objetivo (visitar as duas cidades e mais de uma cave no mesmo dia), não fizemos turismo propriamente dito. Mas acredito que vale a pena explorar a cidade e toda a região com calma. Para isso, o ideal é mesmo alugar um carro.
Eu moro em Paris há mais de um ano e, há alguns meses, adquiri uma carta fidelidade para obter descontos em viagens de final de semana pela SNCF (a empresa que gerencia o TGV na França). Essa carta permite o mesmo desconto para seu dono e um acompanhante. Com isso, obtivemos uma redução de praticamente 10 euros no valor de cada passagem. Assim, pagamos 25,50 euros pelo trecho Paris-Reims e 32,00 (Reims-Paris).
Pegamos outro trem, em Reims, para a ida e volta a Épernay. Nesse caso trata-se de trem intermunicipal e a viagem dura meia-hora com umas quatro paradas no caminho. A passagem é bem barata e, diferente do TGV, não tem hora, dia e lugares marcados. É o que chamam de bilhete aberto (billet ouvert) pois pode ser usado naquele trecho pelos próximos dois meses. Os nossos, por exemplo, foram comprados no dia 20 de abril e eram válidos até 19 de junho. Pagamos 6,20 euros (Reims-Epernay) e 6,80 (Epernay-Reims).
Para finalizar, uma curiosidade: Épernay é candidata a se tornar Patrimônio Mundial da Unesco. A candidatura, proposta pela associação Paysages du Champgne, destaca o conjunto representativo da região constituído pelas colinas, casas e caves da cidade e arredores onde encontram-se preservadas características de três diferentes tipos de ocupação do solo: urbano (casas), subterrâneo (caves) e paisagem (as colinas e seus vinhedos). O vídeo acima é nos mostra Épernay, suas paisagens e suas caves, alternando imagens dos séculos passados e imagens atuais. Vela a pena dar uma olhada.
O Conexão Paris possui outros artigos sobre Reims e Épernay, suas caves, seus hotéis e seus restaurantes:
. leia artigo sobre as visitas das caves no inverno clicando aqui.
. leia nosso relato de ida e volta a Reims de TGV para visitar Veuve Cliquot e Pommery clicando aqui.
. leia artigo sobre restaurantes e hotéis na Chaampanhe clicando aqui.
Como ir de Paris até Reims
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Como ir de Paris até Épernay
- Trem: a viagem tem cerca de 1h14 de duração. Compre sua passagem antecipadamente – clique aqui – para garantir os melhores preços.
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Passeio bate e volta em grupo à Reims
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33 Comentários
Felipe
Quais caves tem visitas em inglês? Eu estou querendo visitar a Taittinger mas não consegui achar essa informação na internet.
Rodrigo Lavalle
Felipe, não sei te informar quais. É preciso entrar no site de cada uma delas e verificar. Não achei essa informação no site da Taittinger mas o site do Office de Tourisme da cidade de Reims diz que existem visitas em inglês às caves da Taittinger: http://www.reims-tourism.com/Discover/Champagne/The-Champagne-Houses/(fiche)/127877. Sugiro que você ligue +33 03 26 85 84 33.
Nesse artigo nós citamos várias caves em Reims e Épernay: https://www.conexaoparis.com.br/2013/12/12/quer-visitar-as-caves-de-champagne-no-inverno-veja-os-horarios/.
Abraços.
Saskia
Estarei chegando em Epernay dia 05 de fevereiro e não estou conseguindo marcar nenhuma visita. Por favor, podem me ajudar
Rodrigo Lavalle
Saskia, nesse artigo nós citamos os horários de funcionamento das principais caves de Reims e Épernay no inverno: https://www.conexaoparis.com.br/2013/12/12/quer-visitar-as-caves-de-champagne-no-inverno-veja-os-horarios/. Entre nos respectivos sites para agendar as visitas.
Abraços.
Josiane
Olá! Estou em Paris e não estou conseguindo saber quais caves estão abertas para visitação! Alguém pode me ajudar??
Rodrigo Lavalle
Josiane, leia esse artigo com os horários de inverno das principais caves em Champagne: https://www.conexaoparis.com.br/2013/12/12/quer-visitar-as-caves-de-champagne-no-inverno-veja-os-horarios/. Sugiro que você entre no site daquelas que escolher, confira os horários e agende a visita.
Abraços.
Manu
Olá Rodrigo, tudo bem!Estarei em Paris do dia 14 ao dia 22 de janeiro de 2015.
Gostaria de saber como chego a Reims, sendo que estarei perto da estação de Metrô Argentine, outra coisa é eu consigo comprar as passagens de Trem e fazer as reservas no dia que for mesmo, ou terei reservar e comprar antes?
Outra coisa não querendo abusar, qual a cave que vc me indicaria já que não conheço nenhuma e não tenho nenhum conhecimento de causa.
Rodrigo Lavalle
Manu, nem todas as caves ficam abertas no inverno. Leia esse artigo para saber mais: https://www.conexaoparis.com.br/2013/12/12/quer-visitar-as-caves-de-champagne-no-inverno-veja-os-horarios/. É aconselhável reservar com antecedência pelos sites das caves.
Nesse artigo nós explicamos como chegar em Reims saindo de Paris: https://www.conexaoparis.com.br/2009/05/19/uma-visita-a-reims-terra-do-champagne-de-tgv/.
Abraços.
Daniel Blanc
Obrigado Rodrigo, quando voltar entro em contato.
abç
Daniel
Daniel Blanc
Estou indo para Paris semana que vem dia 10/08 e pensando em visitar a região Chanpagne e visitar a Mumm e a Veuve Clicquot. Indo de TGV, como faço para chegar às vinículas ao desenbarcar na estação.
att
Daniel Blanc
Rodrigo Lavalle
Daniel, pegue um táxi na estação e vá até as caves. A visita é feita às caves e não às vinícolas.
Abraços.
Ludmilla Cardoso
Olá, boa noite! Estamos programando uma ida à Reims em agosto, já reservei visitas na Veuve Clicquot e Pommery e já comprei as passagens de TGV (graças às suas preciosíssimas dicas!!!). Tenho muita vontade de conhecer a cave Dom Perignon, mas não consegui descobrir onde fica. Já mandei email pelo site deles mas ainda não obtive resposta, também não encontrei link para agendamento de visita como nos outros sites. Saberia me dizer onde fica e como faço pra reservar? Muito obrigada!!!
Rodrigo Lavalle
Ludmilla, não achei nenhuma referência à visitas à cave da Dom Perignon. A solução seria enviar uma mensagem através do site: http://www.domperignon.com/fr/contactpage/. O endereço e telefone são: 20, avenue de Champagne, 51200 Epernay, +33 3 26 51 23 32.
Abraços.
Thaís
Olá, boa noite!
Irei em setembro para Paris e gostaria de ir um dia visistar Reims e Epernay. estava pensando em alugar um carro, ou seria melhor ir de trem pela TGV?
Rodrigo Lavalle
Thaís, você pode alugar um carro mas ir de trem é bem simples. Leia esse artigo: https://www.conexaoparis.com.br/2009/05/19/uma-visita-a-reims-terra-do-champagne-de-tgv/.
Abraços.
Naise
Em abril passado eu e meu marido conhecemos Paris. Ficamos oito dias, ele correu a maratona. No último dia fizemos um passeio pela região da champagne. Fomos para Épernay e visitamos as caves de Mercier e Moet&Chandon. Na cave Mercier fizemos um passeio pelas galerias subterrâneas em um trenzinho e com fones de ouvidos em português. No final degustamos 3 tipos de champagne e achei o pessoal muito simpático. Nos comunicamos com um mix de francês e inglês. Na Moet&Chandon nossa guia era portuguesa e muito simpática. Almoçamos em Épernay em um restaurante chamado La Banque. Delicioso. Depois do almoço fomos até Reims e conhecemos a Notre Dame, a catedral de lá também se chama assim. Bom, em seguida fomos direto para o aeroporto para voltar para casa. Foi uma viagem inesquecível. Amei Paris, conseguimos nos comunicar com os garçons. Fomos bem atendidos nas lojas da Galeria Lafayette … bom, agora estou com DPP – depressão pós-Paris, mas tendo o Conexão Paris para matar saudades.
Fernanda
Estou com viagem marcada para Espanha e França, e no meu roteiro além de Paris, está Reims, Normandia, Vale do Loire, etc Eu já fui pra Paris sem falar nada de francês e me virei bem com o inglês. Poderiam me ajudar nesta questão, será que terei muitas dificuldades nessas outras regiões? Quanto as Caves eu já reservei as degustações em inglês.Até cheguei a fechar módulos na Aliança Francesa no início do ano mas não formaram turma infelizmente.
Obrigada
Rodrigo Lavalle
Fernanda, essas regiões também recebem muitos turistas. Talvez a comunicação em inglês não vá ser tão fácil quanto em Paris mas não será impossível.
Abraços.