Eu estava almoçando perto da Opera Garnier. Escolho sempre uma mesa perto da janela. Até hoje gosto de observar as cenas da vida parisiense.
Eles vinham caminhando, de repente, ele parou. Ela insistiu mas ele virou o rosto como se não fosse com ele o problema. Quando ela se aproximou ele a olhou com olhinhos de cachorro e ela o pegou no colo.
Ela viu que eu tirava fotos e achou graça.
A minha maior surpresa foi constatar que os brasileiros e os franceses possuem, hoje, a mesma relação com os cachorros.
Quando sai do Brasil em 1983, cachorro era cão de guarda e pronto. Não se via, nas ruas e jardins das cidades brasileiras, cidadãos passeando com seus cachorros. Produtos para animais de estimação nos supermercados e os pets isso e aquilo eram inexistentes.
Hoje o número de prateleiras com roupas, sapatos, coleiras, brinquedos, casas, alimentos, vitaminas e jóias para cachorros nos supermercados brasileiros deixam qualquer cidadão francês surpreso. Ando apostando que tem mais clínica veterinária do que de cirurgia plástica . E os pet shops e pet centers nem se fala.
Implicava tanto com os franceses e seus cachorros! E as francesas e seus cachorrinhos dentro das bolsas! Agora estamos como eles. O jeito é achar graça e prestar atenção onde coloco os pés enquanto faço meu jogging pela manhã. Tanto em Paris quanto em Belo Horizonte.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
|
24 Comentários
Célia Braga
Ei Lina!
Em 1982,quando estive em Paris, conheci uma raça de cachorro que nunca tinha visto no Brasil:Schnauzer Gigante.Era uma linda cadela bem negralindos bigodes e longas botas,e estava amamentando uma ninhada ,pois suas tetas estavam cheias de leite.Sua dona passeava com ela pelo Boulevard Saint-Michel,como que para tirá-la um pouco de casa e dos afazeres de nova mamãe.Amo cachorro desde criança e foi o animal mais bonito que tinha visto até então.Foi paixão a primeira vista.Me aproximei e estendi a mão,com os dedos fechados e para grande espanto da dona, ela não me mordeu, mas sim ,lambeu as costas de minha mão.Para abreviar,fui até o apartamento para conhecer a ninhada e daí para frente não consegui tirá-los da cabeça.Quando cheguei ao brasil,descobri um Canil no Rio e comprei o meu primeiro Schnauzer Gigante:Afro(Apolo) do Mondacarú e já fazem longos 27 anos que os Schnauzers fazem parte da minha vida e depois de minha família.Dos cães que conheço(e conheço vários),nenhum é igual a eles.
Muito obrigada,Paris,por mais este pedaço tão maravilhoso da minha vida.
Um abraço!
Marcela
O problema com os cães franceses é um só: a sujeira que eles produzem nas ruas de toda a França….
Como o Brasil imita todo mundo…..já viu como a coisa anda por aqui.
Giovanna
O grande problema são os donos de cachorros mal educados…
Cláudia Oiticica
Uma vez vi uma cena em um restaurante formal de Paris que ainda não presenciei no Brasil. Um casal super elegante jantando, cada um com um cachorrinho médio no colo e assim permaneceram o tempo inteiro que eu passei lá. O que achei mais interessante é que os cachorros tiveram um comportamento exemplar, quietos e sem latir.
Lina, essas fotos estão o máximo!!
Vivi Portugal
Hahah, isso é verdade Édia. Gosto muuito de cães, mas respeito e entendo quem não gosta. É aquela velha historia, “meu direito termina onde começa o seu”.
Ninguém é obrigado a aturar meu cãozinho, mas o pior é que muitas vezes o mal-educado é o DONO, não recolhendo as fezes, andando com animais ferozes sem fucinheira… Aí quem paga o pato é o pobre do bichinho 😉
Édia Lucia
Acho admirável o jeito dos franceses para com seus cachorros, isso chamou muito minha atenção nessa minha recente estada em Paris. Estávamos saboreando um café de fim de tarde, quando um casal entra no estabelecimento com um enorme e lindo cão, sentaram-se, fizeram seus pedidos e absolutamente ninguém reprovou tal ato. O cãozinho deitou-se embaixo da mesa e se comportou (me desculpem), melhor do que uma criança. Pena que aqui no Brasil ainda não possamos entrar em todos os lugares com esses seres amados. Concordo plenamente com a Vivi, não dá mesmo para achar que eles são gente. Na minha opinião, acho esses bichinhos são muito melhores do que gente!
SÃO VERDADEIROS…!
Vivi Portugal
Aii lindooo! Hahaha, parece aquela criancinha mimada, fazendo manha pra mãe pegar no colo pq cansou de andar!
Acho a relação dos franceses com seus “pets” interessante, mas aqui, mesmo no Rio com seus restaurantes com mesas na varanda, a idéia de almoçar com seu cão aos pés da mesa não colou não. E, mesmo adorando cachorros, acho certo. Não dá pra achar q eles são gente, por mais q os amemos.
Martinha
Amei o comentàrio da Thereza..
Eh bem isso mesmo..
O jeito como descreve tudo é o que o torna super especial..
Bem. quanto aos cachorros..
Amooo.. mas os de grande porte..
Tenho 3 labradores e 1 dalmata no Brasil..
O que jà não serà possivel aqui.. ao menos que more numa casa com um super jardim..
=)
thereza paes
Lina…como vc tá atenta ao mundo ao redor!
as fotos, a sequencia…e vc descrevendo o fato!
adorei!
ACho que o seu blog é mais querido, nao pela quantidade de informaçoes que nos “presenteia”, mas pela forma que vc nos mostra a SUA Paris!
Parabéns…pela sensibilidade e por compartilhar essas coisas bacanas com a gente…
Até
Patrícia Venturini
Lina, que meigo esse cachorrinho! De tudo que você falou, me lembrei de uma vez, no inverno, quando uma amiga chegou na minha casa e tirou o cachorrinho dela de dentro do casaco. Uma graça, bicho é mesmo tudo de bom…