Acho que vocês apreciam, como eu, conhecer a história de Paris, dos seus monumentos e dos seus habitantes. E que vocês apreciam também conhecer os aspectos sociológicos da cidade. Por exemplo, saber onde residem os estrangeiros e os franceses ricos, onde moram as famílias tradicionais, onde se instalam os jovens parisienses, onde encontrar a comunidade asiática, quais são os bairros familiares com boas escolas…
Outro dia, passeando pelo aristocrático 8° arrondissement da cidade, me perguntei se ele ainda seria o bairro mais caro de Paris. Há uns anos atrás, a rua mais cara era a avenida Montaigne e as ruas próximas ao Élysée, a sede do governo francês.
Descobri que, hoje, o bairro mais caro é o Invalides na rive gauche, no 7° arrondissement. Os ricos simplesmente atravessaram a bela ponte Alexandre III e se instalaram do outro lado do Sena, em outro bairro hiper chic. Na última classificação dos 10 melhores endereços da cidade, seis se encontram no Invalides.
A rua mais cara de todas é a rua Quai d’Orsay e as pequenas ruas laterais que saem do Quai d’Orsay e contornam a esplanada des Invalides.
Efetivamente este endereço possui uma das vistas mais bonitas da cidade, com o Sena, a ponte Alexandre III e do outro lado do rio, o Grand Palais. E algumas das janelas laterais dos prédios devem ter vista para a torre Eiffel.
Além da vista panorâmica total, os felizes proprietários possuem outros benefícios como os jardins dos Invalides e as alamedas laterais da torre Eiffel para a corrida matinal; eles dispõem de excelentes restaurantes como o Divellec para degustar lagostas da Bretanha, o Petrossian para o caviar, o Thiou para uma cozinha asiática sublime. E de tempos em tempos, eles podem mesmo trocar estes endereços elegantes e lisos por um outro muito mais divertido, o bar flutuante Rosa Bonheur. Sem contar que esta área está próxima do Museu Rodin e do Museu d’Orsay.
O preço por aí varia de 17.000 euros/m² a 27.000 euros/m² para apartamentos de 160 a 250 m². Em Paris, estas superfícies são consideradas “enormes”.
Sempre na rive gauche, um outro setor chic/caro é o 6° arrondissement onde se encontram 25% das ruas mais caras da cidade.
As ruas situadas entre os Invalides e o jardim Luxembourg, como a rua Madame, rua Bellechasse, rua Bonaparte, rua de Seine, rua Saint Pères, rua Université, rua Jacob são um pouco mais baratas que a Quai d’Orsay mas estão entre as mais caras de Paris. Viver no mítico Saint Germain e usufruir do jardim Luxembourg tem seu preço.
Nestes dois bairros estão concentrados a elite econômica francesa. Mas eles atraem também os ricos estrangeiros que aqui se encontram por opção de vida ou por questões profissionais.
As últimas análises nos informam, também, que a crise derrubou os preços do mercado imobiliário e que os citados acima estão bem mais abordáveis do que os preços de 5 anos atrás.
Fonte: Challenges.fr
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21 Comentários
Carla
valeu Rodrigo!
Carla
Rodrigo, te explorando mais um pouco, quais são os bairros residenciais agradáveis-mas-não-caros, familiares, para se morar? E quais são os mais violentos? Ouvi dizer que toda a região leste (st martin, até o 19.eme) está muito violento, além da região do ópera (grand magazins)… Estou indo semana que vem praí, vou passar dois meses. Queria aproveitar para ver um bairro legal pra morar…
Rodrigo Lavalle
Carla, o 12, 13 e 14 são residenciais e menos caros porém meio tranquilos. Violento não existe nenhum. Existem algumas áreas do 10, 18, 19 e 20 que são menos seguras.
Josi Vicentin
Boa tarde. Em outubro, eu e meu marido passaremos 11 dias em Paris. Nossa ideia é ficar na cidade para conhecer bem, sem pressa ou correria. Tenho feito bastante pesquisa no site para compor o meu roteiro, mas confesso que estou bastante perdida em como montar a programação de cada dia. Vi que vocês têm sugestões de roteiro para quatro dias. Por acaso, há algum post que contempla viagens mais longas. Podem me ajudar? Desde já agradeço! Josi – São Paulo/SP
Rodrigo Lavalle
Josi, não temos artigos com roteiros específicos para viagens longas. Sugiro que você leia a categoria PASSEAR no blog e vá selecionando os locais e passeios que lhe interessarem: https://www.conexaoparis.com.br/categoria/passear/.
Você pode também usar o nosso guia 5 Roteiros em 4 Dias (https://www.conexaoparis.com.br/lojinha/produto/paris-cinco-roteiros-em-quatro-dias/) e prolongar os passeios ou encaixar outras atrações no trajeto.
Abraços.
Cristiane Pereira
Lina, adoro esses posts sobre o dia a dia da cidade, aspectos sociológico-comportamentais, curiosidades e peculiaridades de Paris, dos parisienses, do povo francês etc. Todas essas informações ajudam a saber mais sobre a cidade, o jeito de ser dos parisienses e dos franceses e a entendê-los melhor. Publique sempre!
Adriana
Sempre adoramos saber sobre a vida em Paris! Continuem assim nos alimentando de culttura e conhecimento. Parabéns pelos posts!
Edson
Olá , estou indo para paris em novembro , vou levar 1000 € para passar 6 dias , queria saber se é uma quantidade suficiente
Merci
Rodrigo Lavalle
Edson, a estadia já estará paga? Se afirmativo essa quantia é bem boa.
Abraços.
Enir
Faço a mesma pergunta que a Carla!
Taís
Ótimo post! Adorei!!!
Carla
ótimo post! Falando em custos, em torno de quanto gira o custo mensal de vida em Paris, morando em ap alugado, no bairro mais barato porém intramuros? Sei que é uma pergunta difícil de responder, apenas gostaria de ter uma idéia: aluguel +alimentação +transporte+saúde+contas fixas agua luz etc + faxineira (existem aí?). Estou fazendo um planejamento para passar um ano sabático em Paris. Obrigada!
Rodrigo Lavalle
Carla, realmente é difícil mas eu diria, no mínimo, 1.200€. A saúde para os cidadãos franceses é gratuita.
Abraços.
Neftalí
Fora que a Rue Saint-Dominique é linda e cheia de alternativas de ótimos restaurantes. O 7ème e o 6ème são definitivamentes os melhores e mais bonitos distritos de Paris, na minha opinião. Pena que meu bolso não deixa eu me hospedar neles! Mas tento ficar bem na fronteira, no 15ème, a apenas 15 ou 20 minutos em uma bela caminhada, e pagando bem menos…