Por Penélope do blog Sob o Céu de Paris
As pessoas, sempre surpresas com o meu gosto pela chanson française, geralmente me pedem para citar a música mais conhecida da França, e eu sempre respondo o mesmo: a Marseillaise. É raro encontrar uma pessoa adulta que nunca ouviu o hino nacional francês e, muitas vezes, mesmo sem saber o nome, as pessoas reconhecem imediatamente quando eu cantarolo a melodia.
Beatles
Certamente que a culpa pela popularidade desta canção não é inteiramente dos Beatles, mas o hino francês é, possivelmente, o hino mais conhecido do mundo, e a aparição dele na introdução de uma das músicas mais famosas de uma das bandas mais conhecidas da história, ajudou a disseminar a Marseillaise por aí. Li, aqui neste artigo super interessante, que o responsável por inserir a Marseillaise na introdução de All you need is love foi o famoso quinto Beatle, o produtor George Martin.
Aparentemente, a escolha foi meio ao acaso (se é que isso existe) e ele decidiu misturar a Marseillaise com uma melodia do Bach (alemão), mais “In the mood”, de Glenn Miller (americano) e “Greensleeves”, música folclórica inglesa supostamente composta por Henrique VIII, para criar a textura do pano de fundo de All you need is love. É claro que esta mistura de melodias de diferentes partes do planeta em uma canção que queria cantar a paz mundial não foi tão aleatória assim e, mesmo que inconscientemente, Martin estava colocando juntas as músicas que ele queria que representasse esta idéia de paz e amor.
Gainsbourg
Reza a lenda que, em 1979, Gainsbourg estava folheando a enciclopédia e caiu no artigo que falava da Marseillaise. Curioso, Serge decidiu explorar o texto e logo percebeu que, na transcrição do hino, lá pelo décimo verso, a enciclopédia sintetizou a letra imensa com um simples “aux armes et caetera”.
Eu prefiro confiar mais na minha própria interpretação e acreditar que Gainsbourg, sempre muito rebelde e provavelmente um pouco cansado de seu próprio país, decidiu desafiar a ordem e tocar na coisa que ele sabia que seria a mais intocável: o hino nacional. O modo desdenhoso com que canta, o tom de deboche, e as imagens do vídeo oficial, me fazem acreditar que Gainsbourg estava tirando um bom sarro com aquela letra sangrenta e absurda – pelo menos para os dias de hoje – que é a da Marseillaise. E cantou “aux armes et caetera” como quem diz “às armas, e toda aquela bobajada”.
Obviamente, uma versão reggae do hino nacional não iria agradar a gregos e troianos mas, embora Gainsbourg tenha sido chamado de todos os nomes após o lançamento da canção, os opositores não conseguiram impedir que o disco fosse um sucesso absoluto e se transformasse no primeiro Disco de Ouro da carreira do compositor.
Filmes
Outra grande aparição da Marseillaise é no clássico hollywoodiano Casablanca. A cena em que o personagem de Victor Laszlo manda tocar o hino francês para calar as vozes dos soldados alemães é emocionante e faz arrepiar cada pelo do meu corpo sempre que revejo. A força rebelde que o hino francês representa aliado às expressões tristes dos atores representando os expatriados nos transportam de maneira muito forte para o horror da Segunda Guerra.
Recentemente, o hino francês também foi incluído na cinebiografia de Édith Piaf em uma cena que ela, ainda menina, o canta na rua para conseguir dinheiro.
Django Reinhardt
E fecho este texto de comemoração à Queda da Bastilha com uma das minhas interpretações favoritas da Marseillaise, tocada no violão pelo gênio Django Reinhardt.
Bom 14 de julho a todos!
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46 Comentários
Jane Curiosa
Penelope, Beth! Não é falta de vontade,mas é de tempo.Agora mesmo,eu gostaria de ficar por aqui,mas já me chamam,então lá vou eu.Marchons ,marchons!
Jane Curiosa
Caramba, gente!Fui dormir lá pela meia-noite e…acordei hoje às 09:30!Esquisito dormir assim…parece que inverti alguma ordem,hehehe.
gabebritto
Que post excelente!
Não li todos os comentários, então me perdoem se eu estiver repetindo algo já dito: sobre Gainsbourg e a Marseillaise, meu professor de francês contou que Serge comprou a partitura original do hino, em um leilão ou coisa parecida. Daí fez toda a chacota em cima do “et caetera”, justificando que “era o que estava escrito lá”.
Enfim, lendas urbanas. =)
Ana Maria Nogueira Pimentel Esper
Realmente foi emocionante esta postagem!!!!!! Parabéns ,obrigada e maravilhoso brinde matinal para comemorar o 14 de Julho !!!!ARREPIOU!!!!!!VALEU!!!!!
Penélope
Beth, quase perdi o ar com o seu comentário. Ai, que inveja! Ver os Beatles e Gainsbourg ao vivo…não é para muitos, viu.
Penélope
Jane, também estava sentindo a sua falta!
Evandro, cheguei até a pesquisar isso também, confesso que não me aprofundei muito, mas acho também que o Grappelli participou desta versão. Vou investigar.
Beth
Penépole
Este seu post está maravilhoso…
Assisti (ao vivo) os Beatles e Gainsbourg.
Casablana, no cinema, aos 12 anos…
Já Piaf, gostaria de ter conhecido!
Abs.
Beth
Ol’a Jane!
Vc andava mesmo sumida…
Abs.
Jane Curiosa
Oi, Marcos! É verdade,ando sumida,assumo.Mas leio sempre que possível.Hoje,especialmente(folga!),estou “revirando” o CP,pois gosto de ler também todos os comentários,sempre.
O blog está ágil,leve e informativo.Bafão no post dos cadeados,hein?!Só faltou um caldeirão com poção do amor…
Marcos
Jane Curiosa,
ando sentindo falta dos seus comentários. Apareça mais vezes!