O absinto – ou a fada verde – voltou a ser consumido na França. Ele foi proibido pelo governo francês em 1915 como uma medida de proteção à saúde pública. Desde então esta bebida virou lenda e ficou na nossa imaginação como o álcool potência mil que torna as pessoas loucas.
O absinto foi a fonte de inspiração ou a arma fatal de Baudelaire, Verlaine, Rimbaud, Wilde, Degas, Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Hemingway, Picasso…
Oscar Wilde dizia que “o primeiro copo nos mostra as coisas como queremos vê-las, o segundo nos mostra como elas não são; após o terceiro, nós as vemos como elas são realmente. E nada pior do que isto”.
Parece que na realidade, o absinto não é pior do que qualquer outro álcool. A interdição de 1915 foi decidida em função da dependência problemática a este álcool das forças armadas francesas durante a primeira guerra mundial e como resultado de lobbying intensivo dos fabricantes de vinho.
No início dos anos 2000 a proibição foi anulada e atualmente o absinto virou bebida hype. Nos bares e clubes de Paris o objetivo é transformá-lo em álcool festivo e jovem.
Se hoje ele é bebido em cocktails elegantes, o verdadeiro ritual para soboreá-lo consiste em colocar um pedaço de açúcar sobre uma colher perfurada que repousa nas beiradas de um copo contendo uma dose de absinto. Em seguida gotas de água gelada o dissolvem e à medida que o açúcar dissolvido cai no absinto sua cor passa de verde à verde leitoso.
Vocês podem provar – com moderação – o absinto no bistrot La Fée Verte. Vejam os comentários sobre esse endereço no TripDivisor.
La Fée Verte: 108 rue de la Roquette, 75011 Paris.
Artigo publicado por Les Inrocks.
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66 Comentários
Maurício Christovão
Sueli e Jane: 85% de graduação alcoólica??? Isso faz um carro andar!!!
Os outros ingredientes também são muito interessantes…
A natureza é falha, pois deveríamos ter dois fígados, assim como temos dois pulmões e dois rins!!!
HUGO DE CARVALHO
Olá SUELI OVB
Valeu a lição sobre o abssinto, complementando o bom artigo da Lina. Confesso que não sabia nada disso.
Custo a acreditar que uma bebida possa chegar a 85o GL. Como você disse, isso é álcool de farmácia 53o GL ainda é um teor altissimo, visto que bebidas fortes como cachaça, conhaque, pisco, tequila, et, ficam em torno de 40o GL.
ABS
Hugo
Sueli OVB
Jane Curiosa,
Estou com você, não sou abstêmia, mas adoro estar no poder da minha consciência. Sei exatamente a hora de parar e o maior barato, para mim, é a lucidez. Brincar de morrer, NUCA.
Bom saber que você está melhor e já passou da fase canja.
Beijos
Jane Curiosa
Ah,sim,deixei recadinho lá no post das jóias,digo,mariscos.
Jane Curiosa
Não,obrigada.Um copo de água,por favor,embora eu não seja abstêmia.
Jane Curiosa
Sueli OVB!
Clap,clap,clap!
E álcool Zulu com gostinho extra,é uótimo!
Sei que em alguns países da Europa existem “lugares secretos” para que se beba o absinto da forma antiga,original,por assim dizer. Imagino que para quem gosta de brincar de morrer deve ser bem especial.
Sueli OVB
Jane Curiosa,
Escrevemos juntinhas e a mesma coisa. Sintonia pura.
Você está melhor? Quem sabe um Absinto?!
Beijos
Jane Curiosa
O “algo mais” do absinto não era do absinto própriamente dito.Mas primordialmente vinda da adição do láudano,o opiáceo que,ao invés da água,lhe era vertido sôbre o torrão de açúcar através da colher.E a “fada verde” não era nada mais e nem menos do que a “mancha” que ia se formando até diluir-se misturando-se ao todo.Isto mais a graduação alcóolica altíssima,que podia beirar aí até 84º.
Sueli OVB
Engraçado, por pura curisidade, comprei Absinto em Avignon, no ano de 2006, depois de ver algumas pessoas na praça em frente ao Palais des Papes ingerindo a bebida. Está tudo aqui, intocado até hoje.
Na volta a Paris conversei no trem com um francês sobre a compra e ele comentou sobre a proibição da bebida durante muito tempo e que a bebida atual não era a mais a mesma daqueles tempos.
Depois de ler o post da Lina, mais uma vez movida pela curiosidade, descobri: O Absinto é um destilado feito de Artemisia absinthium, ou losna, uma ervinha medicinal consagrada à deusa Artemis/Diana. Pode levar ainda plantas como funcho, anis, hisopo, erva cidreira. É verde. É amargo. Foi produzido pela primeira vez em 1792 por um certo Pierre Ordinaire, médico francês. Seu teor alcoólico podia chegar a 85% (quase um Álcool Zulu com um gostinho extra). Era servido com um torrão de açúcar, água e láudano, um opióide – parente da morfina e da heroína. Troço de doido mesmo. A característica endoidecedora do absinto é uma substância tóxica da losna: a tujona, que excita as células cerebrais e que em grandes quantidades pode provocar convulsões.
Hoje, o absinto está legalizado na maior parte dos países que permitem o consumo de álcool. Sua gradação alcoólica é limitada a 53,5% no Brasil, que importa a bebida de Portugal. A tujona permanece na receita, mas em porcentagem bem reduzida para não causar muito estrago, pois a mistura de uma alta percentagem de álcool com tujona é o que causa os efeitos psicoactivos.
A bebida é consumida com açúcar e água mas, claro, sem láudano. Bom, vai saber.
cesar
obrigado pela dica, Ana.
vou dar uma olhada no free shop e daí do CDG até o hotel já vou experimentando o “marvado” !