Por Mariana Berutto
Entre idas e vindas, tive o privilégio de passar alguns anos da minha vida jovem em Paris. Com vinte e poucos anos, experimentei um pouco da vida universitária parisiense. Resultado: entrei em pânico e fugi para Londres.
Explico: na minha efervescência jovem, me exasperei com o culto a uma pretensa intelectualidade. Me deixavam loucas as infinitas conversas em cafés, envoltas em baforadas de Gauloises, sobre qualquer assunto teórico que pudesse parecer inteligente.
Eu sentia que havia ali um ranço de maio de 68. Os jovens estavam presos no passado, não conseguiam se libertar. Peguei o trem e fui encontrar a pulsação jovem em Londres. Me esbaldei. Ali – e em São Paulo – me formei profissionalmente.
Hoje, chegando perto dos 40, sinto que o ranço soixante-huitard, como dizem os franceses, está ficando para trás. São vários os sinais: a começar pela música francesa que hoje exporta rock, hip hop, electro, pop e muita atitude. Sem ranço. Na rebarba da música, vem a noite parisiense, a moda, a arte de rua, que sentimos pulsar mesmo estando do outro lado do oceano. E ainda tem a cultura jovem da internet. Já vemos grandes movimentos inovadores na web francesa como é o caso do maravilhoso blog La Blogotheque que, com muita personalidade e talento, está criando uma nova forma de compartilhar o conhecimento musical.
Pra entrar no clima, veja abaixo um dos vídeos da Blogotheque com a banda francesa Phoenix:
Um paralelo: tão linda e pulsante quanto Paris, o Rio me desperta o mesmo sentimento. A cidade está deixando para trás o ranço bossanovista e a uruca das duas últimas décadas e começa a retomar seu lugar de mestre na produção da cultura jovem, descontraída e contemporânea brasileira.
Abram alas para ambas!
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90 Comentários
Jane Curiosa
Conexão Paris
Sei que aqui a prática da livre expressão é bem vinda,mas nesse caso específico,do Fou du 5ème,creio que a sua atitude em acatar o pedido dele em retirar seus comentários,foi a mais sensata possível.Foram várias as tentativas de diálogos,com as mais diversas abordagens,ótimas,por sinal,mas acho que a pessoa(Fou) não se encontrava acessível .
Se brincadeira,foi longe demais.Se manifestação de um mal,precisava ser contido.Em qualquer das hipóteses,Conexão Paris tomou a conduta mais acertada.
Pena,Fou parece ser uma pessoa intelectualmente rica e dotada de grande capacidade criativa.
SILVIA
Lina!!
Estou completamente a ver navios…
bjos
conexaoparis
Silvia
Estou quase como você…
Vera M M
Fou, que fumacê vc arrumou no blog…
HUGO F. DE CARVALHO
Lina:
Acho que o pedido do sr. “Le Fou du 5ème” no sentido de que fossem retirados os seus comentários não deveria ter sido acatado. Com isso, os demais comentários ficaram fora de contexto, passando a impressão de que os mal-humorados são os que sobraram e não quem provocou o debate (saudável, por sinal)
Ja disse antes que, no mérito, até concordo com as observações do Le Fou du 5ème a respeito do texto da Mariana. O que espantou foi a forma ranzinza de suas manifestações, que ultrapassaram um pouco os limites da polidez.
Entretanto, vale para todos nós: Devemos pensar no que vamos dizer antes de postar. Depois de postado, não temos o direito de pedir para que nossos comentários sejam retirados, pois outros comentários foram feitos em função desses.
Acho que o Conexão Paris é um forum de debates, sim. E isso é muito bom, desde que as opiniões sejam expressas em termos civilizados e educados. Discordar é válido; ofensas são grosserias.
Dani
Lamentavel constatar tamanha grosseria e comentários tão grotescos vindos de uma única pessoa.
Lina, vc não merece isso.
conexaoparis
Nós, do Conexão Paris, não temos medo de discussões. Estamos acostumados aos debates e os incentivamos. Desde que respeitem os limites da boa educação. À pedidos do autor apagamos os cometários do Fou do 5ème.
Debate terminado.
Luciano Melo
Pessoal
Vamos encerrar essa discussão por aqui. Acho que devemos parar com provocações, respostas e insinuações pessoais. Afinal já se passou do mínimo aceitável há muito tempo. Que não se coloque mais lenha na fogueira.Vamos seguir a vida, e aproveitar o blog para o que ele se propõe, senão esse tormento não tem fim…
Abraços…
Jose Jarbas
Que decepção…não tive como não ler esses comentários. A autora podia poupar seus leitores de ler essas baixarias. Que recepção!
Nel Gonçalves
Que pena que as pessoas entenderam que vc não gosta de bossa nova!
Mas fiquei curiosa com uma coisa: você conhece música francesa boa? Pode me dar umas dicas? Esta semana eu estava falando do ranço na música francesa e um amigo gravou um CD pra mim, na maior boa vontade, pra me convencer que eu estava errada. O tiro saiu pela culatra e só reforçou a minha posição. Os franceses só sabem falar de amor, ai que saco! Parece que não têm criatividade e alegria.
Abraço
Eduardo Luz
Fou, posso perguntar uma coisinha?
Você gosta de foie? 🙂
Cláudia Oiticica
Concordo com a Mariana. Paris pulsa muito mais hoje do que há 20, 30 anos. Se renovou e ao mesmo tempo soube conservar suas tradições. O bom é que continua agradando saudosistas, apreciadores do clássico e faz a festa de quem busca referências na arquitetura, no design.
Nos anos 80, 90, Londres, para a maioria dos jovens, tinha realmente muito mais apelo do que Paris.
Mariana , adorei o “culto à uma pretensa intelectualidade”.